No último sábado, o festival Punk is Coming desembarcou no Allianz Parque, em São Paulo, trazendo um lineup de peso. O evento contou com apresentações de Amyl and the Sniffers, The Damned, The Warning, Sublime, Rise Against e The Offspring, proporcionando uma maratona de punk rock, hardcore e até reggae ao público presente.
A tarde começou com a banda australiana Amyl & The Sniffers, que subiu ao palco às 14h. Liderada pela carismática e elétrica Amy Taylor, a banda entregou um show enérgico, com a vocalista correndo de um lado para o outro, agradecendo ao público por chegar cedo e aproveitando a data para mencionar o Dia Internacional da Mulher. Entre xingamentos a políticos e fôlego ofegante, Amy mostrou por que é um dos grandes nomes do punk atual.
Em seguida, foi a vez do The Warning, trio mexicano que foi recebido com um coro entusiasmado da plateia: "Olê, olê, olê, olê, Warning, Warning!". As irmãs Villarreal subiram ao palco com presença marcante, entregando um rock poderoso com pitadas de pop. A vocalista e guitarrista Dany Villarreal interagiu bastante com os fãs, que retribuíram levando balões vermelhos para agitar durante o show.
Na sequência, os veteranos do punk The Damned tentaram manter o ritmo da tarde. No entanto, o vocalista Dave Vanian encontrou um público mais frio do que nas apresentações anteriores. Para piorar, a banda sofreu com diversos problemas técnicos, incluindo som baixo, microfonia e falhas nos equipamentos. Apesar das dificuldades, os britânicos mantiveram uma presença de palco sólida, demonstrando animação e profissionalismo.
É importante destacar que as primeiras bandas sofreram bastante com falhas técnicas, o que comprometeu a experiência de parte do público. O The Damned, em especial, pareceu ser o mais prejudicado por esses problemas.
Com o entardecer, chegou a primeira das três atrações principais da noite: Rise Against. Assim que os americanos subiram ao palco, a energia do público foi instantaneamente renovada. O vocalista Tim McIlrath reconheceu os problemas enfrentados pelo The Damned e dedicou a música "The Violence" a eles.
O show do Rise Against pareceu marcar uma virada no evento, com a plateia cada vez mais empolgada a cada música. Tim interagiu bastante com os fãs, relembrou outras passagens da banda pelo Brasil e pediu aplausos para as bandas de abertura. Os integrantes também não economizaram na performance, subindo nas caixas de som e incentivando a plateia a fazer barulho.
Após uma longa pausa, foi a vez do Sublime subir ao palco. O público, empolgado ao reconhecer a banda, logo percebeu que o show não foi o que se esperava. Além das falhas técnicas voltarem com ainda mais força, o vocalista Jakob Nowell (filho do lendário Bradley Nowell) parecia perdido: derrubou o microfone logo no início e, quando começou a cantar, sua voz praticamente não era audível. O som do baixo e da bateria estava excessivamente alto, abafando completamente os vocais. Em alguns momentos, o público chegou a gritar para que aumentassem o volume da voz, mas não foi atendido.
Mesmo com os problemas, os fãs seguiram cantando o setlist do início ao fim, fazendo a apresentação soar melhor do que realmente foi. O ponto alto do show foi a participação especial de Noodles, guitarrista do The Offspring, que se juntou à banda para tocar "What I Got", animando a plateia. No entanto, nem isso conseguiu salvar a apresentação, que acabou sendo longa e problemática.
Por fim, chegou o momento mais esperado da noite: The Offspring entrou em cena dez minutos antes do horário programado para encerrar o festival com a turnê do álbum "Supercharged". O show começou com "All I Want", levando o público ao delírio, apesar de algumas falhas no som ainda serem perceptíveis.
Na sequência, vieram "Come Out and Play" e a inédita "Come to Brazil", homenagem ao público brasileiro. Curiosamente, essa última não teve a recepção esperada, mesmo com o aviso de que um videoclipe estava sendo gravado durante a performance. O público parecia mais interessado nos clássicos da banda do que nas novidades.
O show seguiu com sucessos como "Hit That", "Original Prankster" e o já tradicional medley de Noodles, que desta vez trouxe trechos de "Smoke on the Water", "Man on the Silver Mountain", "Iron Man", "Back in Black" e "In the Hall of the Mountain King".
Mas se havia algo que realmente fazia esse show especial, além da setlist recheada de clássicos, era o espetáculo visual. O palco do The Offspring foi um show à parte, com muita pirotecnia, fogos de artifício, papel picado e até bonecos de posto dançando ao ritmo das músicas. Além disso, uma grande caveira enfeitou o palco em determinados momentos, criando um clima ainda mais insano para a performance da banda.
Os fãs estavam ali pelos grandes hinos do Offspring, e foi exatamente isso que receberam no final do set: "Pretty Fly (For a White Guy)", "The Kids Aren’t Alright" e, encerrando a noite, "Self Esteem".
Apesar de um setlist relativamente curto (19 músicas) e bastante similar à apresentação da banda no Lollapalooza do ano passado, a energia da banda e a empolgação dos fãs fizeram valer a noite. No fim, The Offspring continua sendo aquele grupo que pode voltar ao Brasil todo ano, que sempre terá um público fiel pronto para cantar e se esgoelar sem reclamar.
Já esperamos vocês de volta!