Para o bem ou para mal, talvez estejamos saindo da era dos
super heróis para dar mais espaço aos games. Para Hollywood é conveniente. Não
se tem o trabalho de criar uma obra do zero e construir todo um público para o
produto. E são produções de orçamentos enormes que dão o lucro que os estúdios
querem. Quem é gamer vai assistir o filme/série porque tem uma história com
aquilo e quem não é, eventualmente compra o videogame porque gostou da adaptação.
Todo mundo sai ganhando. E lucrando.
Não é diferente com Sonic 3, que estreia essa semana nos
cinemas. Claro que o filme vende seus bonecos do ouriço azul, mas isso não tira
os méritos que a franquia tem. Sonic é um personagem carismático, divertido,
engraçado e até malandro. Seus companheiros Tails e Knucles também o são.
Apenas Tom e sua namorada são mais deixados de lado na terceira aventura. Shadow,
(com a voz de Keanu Reeves) finalmente acordou, é implacável, poderoso, veloz e
quer vingança. Como nada é tão ruim que não possa piorar, Dr Eggman está de
volta, e dessa vez com a ajuda de seu avô que também é interpretado por um Jim
Carrey com maquiagem. E aqui vale lembrar que é ele quem mais se diverte no filme.
Com Shadow à solta e Eggman de volta com um cúmplice, o
mundo está em perigo. Os militares pedem a ajuda de Sonic e seus amigos para
capturar Shadow. Por meio de flashbacks entendemos sua história e motivações,
mas também o envolvimento dos militares na história. E claro, sempre bom ver Jim
Carrey sair da aposentadoria para se entregar à um personagem cartunesco. Não
lembro de gostar do Eggman como um vilão nos games, mas Jim Carrey carrega consigo
um carisma tão irradiante que é impossível não o colocar na lista de vilões que
adoramos.
O fato de Sonic 3 ser essencialmente um filme infantil não o
impede fazer algumas piadas mais maduras, especialmente levando em conta o
senso de humor do protagonista e o quanto ele se sente mais à vontade no nosso
mundo na 2ª sequência. O longa não se limita de ter uma história comovente, e
até algumas reviravoltas de narrativa que são clichê, mas para a molecada, que é
seu público principal funciona.
Talvez essa seja um dos maiores méritos de Sonic 3. O filme,
assim como seu protagonista não se leva tão à sério e gosta de ser apenas
divertido. Mas de novo, isso não o impede de ter algumas camadas a mais, apesar
de nada que seja muito complexo. É necessário também destacar a mais uma vez
brilhante dublagem de Manolo Rey em Sonic.
Sonic 3 é uma divertida aventura mais do que adequada para
toda família nesse final de ano. Para os pais que passaram a infância e ou adolescência
no game e agora passam a experiência para seus filhos. E para aqueles que são
mais fãs fiquem tranquilos, há uma cena pós-créditos.