- Pra mim é um imenso orgulho e prazer viver a história de um ícone da música brasileira, um artista que viveu, e vive, intensamente a sua arte, que passou por momentos dificílimos na vida pessoal e na carreira e hoje é um exemplo de superação e uma manifestação da força da vida – diz.
Ele, que nos últimos meses vem em processo de preparação para o espetáculo, lembra ainda de como foi o início quando estava na seleção para a produção.
- Foram audições extensivas para achar o elenco que se encaixasse bem no perfil dos Paralamas do Sucesso e também de toda uma época. Fiquei bastante ansioso e com uma expectativa muito grande, porque queria muito fazer o espetáculo, mas confesso que fui para as audições sem saber se eu teria muito a ver com o perfil do Herbert, até experimentar cantar as músicas dos Paralamas com a voz e com algo que no meu inconsciente era parecido com ele, e pra minha surpresa, e de todos, calhou de chegar num resultado bem parecido! – revela Salva.
Além de ter chegado ao timbre de voz bem parecido com o de Herbert, o ator fala mais sobre uma característica sua bem parecida com a do cantor.
- Acho que um pouco da timidez, misturado com uma vontade muito grande de deixar uma marca no mundo. O Herbert, além de uma capacidade de trabalho muito grande (o que também me assemelho um pouco), possui uma vontade infinita de tocar, cantar e levar a mensagem para as pessoas com uma personalidade muito forte e cheia de opinião sobre o que o cerca. E isso é algo que me reconheço muito – ressalta.
Rodrigo fala ainda sobre o contato com Zé Fortes, empresário da banda, que esteve durante os ensaios presente e deu um feedback bastante interessante para o elenco.
- O Zé é amigo pessoal da banda e do Herbert desde jovem, e ver aquele senhor com uma barba espessa e cara de poucos amigos se emocionando e chorando copiosamente ao assistir o nosso ensaio, como se estivesse vendo o seu amigo ali na frente dele, e reviver tudo o que ele e a banda viveram foi muito bonito! Ele mesmo disse a mim e ao elenco que “É muito emocionante ver a vida dele e dos Paralamas sendo retrata de uma forma tão bonita” – complementa.
O ator fala de algumas histórias de bastidores que soaram como um “sinal de sorte” para a produção, além de algumas curiosidades que ajudaram no processo criativo para contar a história da banda.
- Existem algumas, como quando um papagaio (mesmo nome da casa de shows onde tocava o Lulu Santos tocava, um dos grandes ídolos do Herbert) invadiu o ensaio e pousou no ombro do Franco Kuster, que faz o Joao Barone, e lá permaneceu o ensaio inteiro. O processo de customização da guitarra emblemática (aquela vermelhinha do Rock in Rio) do Herbert. Onde eu e a produção buscamos fazer essa réplica em homenagem a ele. Além do processo de aprender a usar uma cadeira de rodas, o que é um desafio e também algo muito marcante pra mim, porque me faz refletir muito sobre as condições de acessibilidade dos lugares, o que é extremamente desafiador para pessoas cadeirantes. E me colocar no lugar, mesmo que por alguns instantes me faz aprender muito – relata.
O carioca de 36 anos, formado pela Martins Penna, começou a trabalhar com teatro em 2017 quando fez parte do elenco de “Estes Fantasmas”, espetáculo dirigido por Sergio Módena, que contava com Telmo Fernandes, Alexandre Lino e Stella Freitas no elenco.
- Sempre falo desse projeto porque foi ali que comecei e aprendi com essas feras da atuação. Após isso, protagonizei ao lado do Paulinho Moska o personagem Rei Arthur em “Merlin e Arthur: Um sonho de liberdade ao som de Raul Seixas” em 2019. Um elenco de feras como Vera Holtz, Paulinho Moska, Larissa Bracher, Gustavo Machado entre outros. Protagonizei, mais uma vez ao som de Raul Seixas (que ficou no meu caminho por um tempo felizmente (rs)) o projeto “Raulzito Beleza: Raul Seixas para crianças do Grandes Músicos para pequenos”. Nesse tempo, realizei com a Entre Entretenimentos como ator, diretor musical e arranjador o espetáculo “O que sobrou” - conta.
Além de ator, Rodrigo também é cantor, carreira que começou antes da sua entrada no mundo da atuação.
- Minha carreira começou na música. Foi meu primeiro contato com a arte, ouvindo e tentando imitar o Jimi Hendrix e o Slash, o Herbert, o Frejat. Toquei em algumas bandas como “Krystal Tears”, “Green Express”, montei dois projetos de rock autorais como produtor e compositor: “Nuken” e “Vandergraaf”. Depois toquei na noite como guitarrista no bloco “Turbilhão carioca” e no “Vem delícia” (que toco até hoje). Agora, minha carreira musical está focada no meu projeto solo. Assino o projeto como produtor, arranjador, compositor e cantor. Meu EP “Toda cor, todo som” foi lançado em 2022 pela Tratore e está disponível em todas as plataformas – explica.
Aliás, os próximos projetos de Salva serão exatamente voltados para a sua área musical.
- Meus próximos passos serão entrar em estúdio e finalizar meu próximo disco, que se intitulará Bronze, e deverá ser lançado em 2025. Ele terá músicas autorais e participação de artistas incríveis – completa.