Em 2016 o ator encarou a missão de voltar ao papel de
Deadpool de forma mais digna, mas ainda sem fazer parte do cânone oficial do
MCU. E aos poucos, foi dando certo. Porque em 2018 o longa ganhou uma
continuação, e hoje, a conclusão de sua trilogia. A febre por Deadpool E
Wolverine começou quando a Marvel anunciou que seria seu único longa a ser lançado
no cinema em 2024. E quando o primeiro trailer foi lançado, lá estava o que
todo fanboy queria: a união do herói com Wolverine, interpretado por Hugh
Jackamn. O marketing do filme estava pronto.
O hype em torno do longa é algo que vimos pela última vez em
2021 com Homem-Aranha Sem Volta pra Casa. E em pleno 2024, já sabemos que a Marvel
é o único estúdio que consegue criar esse tipo de evento, capaz de transformar
as salas de cinema em estádios de futebol.
Dessa vez acompanhamos Deadpool se juntar a Wolverine para ajudá-lo
a arrumar a linha temporal principal depois que a TVA interfere. Sim, a agência
temporal que acompanhamos nas duas temporadas de Loki. Na verdade, é difícil
falar de Deadpool e Wolverine sem dar spoilers. Mas vamos lá.
Deadpool sempre foi despretensioso e recheado de piadas
pesadas sobre a própria indústria massificada que a Marvel se tornou. O
problema é que dessa vez a Marvel exagerou não só na quantidade exagerada de
trailers, como o que escolheram mostrar nele. E daí em diante o filme foi feito
pra arrancar risadas do espectador e fazer uma checklist de referências de duas
horas.
É o típico caso do filme que preferiu mostrar todas as suas
melhores cenas e piadas no trailer, diminuindo drasticamente seu impacto durante
a projeção de 2 horas. Entretanto, é o filme do herói com o senso de humor mais
afiado e ousado. Deadpool e Wolverine é um bom filme, mas que teve seu impacto diminuído
e saturado pelo marketing. E claro, o próprio nome do Wolverine no título
acabou sendo o principal chamariz.
O que sobrou para o filme foram as piadas mais fracas ou desnecessariamente
estendidas que só causam vergonha alheia. A verdadeira “surpresa” são as participações
especiais de personagens queridos interpretados por atores icônicos. Só que
isso não sustenta o filme. A Marvel deveria ter confiado melhor em seu público
com menos trailers e menos informações nele.
É um filme que celebra o retorno de amigos lotado do mais
puro fan-service. Alguns bem colocados, outros forçados. Mas ok, é de Deadpool
que estamos falando, e as piadas tornam o fan-service fácil de justificar. Porém,
isso não impede que o filme patine, mas sem sair do lugar.
Ainda assim, Deadpool e Wolverine consegue ser o melhor da trilogia. Seja pelo carisma de Reynolds, pela volta de Hugh Jackman ou até pela excelente e bem humorada trilha sonora que vai de Madonna (como vimos no trailer), até Backstreet Boys. Já no quesito lutas e efeitos visuais, o longa oscila entre cenas de fato eletrizantes, e outras em que a coreografia parece dura, caricata e finalizada às pressas.
Olhando a história como um todo, é inegável que Ryan
Reynolds se redimiu como super herói no cinema. E de forma merecida e justa. Reynolds
é um bom ator, carismático e que atrai público. Não é culpa dele se os roteiros
de seus filmes anteriores eram péssimos. A questão que fica agora é o futuro
não só do personagem que sempre quis integrar a equipe dos Vingadores, mas de
todo o MCU. E a resposta para isso, só o tempo vai dizer... e o Kevin Feige.