Summer Breeze 2024: segunda edição consolida o festival no calendário brasileiro


Texto: Filipe Stress
Foto: @raphagarcia // MHermes Arts

Chegando em sua segunda edição em terras brasileiras, o festival dessa vez contou com três dias de shows e algumas novidades.

Na sexta-feira, primeiro dia de festival, o responsável por abrir o evento foi a banda Nestor, grupo que que traz bastante influência da sonoridade que remete aos anos 1980, cheio de refrões cativantes e músicas cheias de energia que cativaram o público já bastante presente.


Foto: Diego Padilha/MHermes Arts

Seguindo a linha do Hard Rock porém com uma abordagem mais moderna, os estadunidenses do Black Stone Cherry subiram ao palco com um pequeno atraso de 10 minutos porém não deixaram ninguém parado, com uma apresentação energética, foram uma das maiores surpresas do dia.


Foto: @raphagarcia // MHermes Arts

No meio de bandas mais melódicas surge o Exodus, uma das mais esperadas do dia, não decepcionou com seu Thrash Metal agressivo e certeiro, o setlist veio carregado de clássicos e a banda, afiadíssima, não deixou a energia baixar por um segundos sequer.

Sebastian Bach teve a difícil missão de manter o público animado e conseguiu, em partes, devido aos grandes clássicos de sua ex-banda, o Skid Row. Com uma apresentação morna em alguns momentos e que deixou o público dividido, apesar da pouca concorrência dos outros palcos.


Foto: Wellington Penilha // MHermes Arts

Chegando na reta final do primeiro dia, temos a apresentação do Mr. Big, com um setlist cheio de clássicos e uma banda técnica que sabe entregar entretenimento para o público.

Falando em entretenimento, Gene Simmons não precisou nem se esforçar para ter o público em suas mãos. Além do carisma e excentricidade inerentes ao lendário baixista do KISS, não faltaram hits para animar qualquer fã.


Foto: @ArthurWaisman // MHermes Arts

Podemos destacar também a força do metal brasileiro, com bandas como Dr. Sin, Edu Falaschi, Massacrstion e Zumbis do Espaço, que fizeram apresentações sólidas, cada um ao seu modo e com grande apoio do público presente.


Foto: Alessandra Tolc // MHermes Arts

No sábado, segundo dia de festival tivemos a banda Nervosa abrindo nossa coberta, já contando com um grande público apesar do horário. Com um bom show e mostrando porque é uma das grandes bandas da nova geração brasileira a apresentação so foi um pouco prejudicada devido a problemas na guitarra de Prika Amaral, o que comprometeu um pouco praticamente metade do setlist.

Já com o espaço dos palcos principais praticamente lotado, sobe ao palco o Gamma Ray, que fez um show impecável apesar da decepção de alguns fãs por não tocarem clássicos do Helloween como faziam outrora. Mesmo assim, Kai Hansen, cheio de carisma e experiência de palco, soube animar o público e mostrar porque está a tanto tempo na estrada.


Foto: Marcos Hermes

Pra continuar no clima do Power Metal, Angra sobe ao palco logo depois, com um pequeno problema técnico na abertura, mas nada que ofusque o grande show que foi entregue, exímios instrumentistas e músicas já clássicas somado aos últimos trabalhos feitos com o vocalista Fabio Lione.

Quando o Lacuna Coil subiu ao palco, foi perceptível que grande dos fãs ali presentes estavam ao seu aguardo, o show surpreendeu com músicas diferenciadas, dos praticamente 30 anos de discografia e o carisma e entrosamento dos vocalistas Andrea Ferro e Cristina Scabbia.


Foto: Wellington Penilha // MHermes Arts

Superando toda essa animação e interesse, Epica fez um show digno de headliner de um festival desse porte, Simone Simons soube contagiar o público do começo ao fim, ela também que já é uma frontwoman consolidada e conhecida por todo o seu carisma. Sem falar na ótima produção de palco com fogo, imagens no telão de led em sincronia com as músicas e a animação de todos os membros da banda.


Foto: Marcos Hermes

Quando todos pareciam cansados, o Within Temptation subiu ao palco e fez um show grandioso, em todos os sentidos, produção, qualidade e até na sua duração (praticamente 2h). O público não mostrou estar cansado e a todo momento interagiu com a banda, seja nas músicas mais animadas e até num momento acústico.

O segundo dia de festival ainda contou com The Night Flight Orchestra, que fez uma apresentação cheia de carisma e animação digna de um musical da broadway. Hammerfall trouxe o heavy metal mais tradicional e empolgou bastante com o carisma de todos da banda. Os suecos do Dark Tranquility que se apresentaram simultaneamente ao Epica mas mesmo assim tiveram uma grande aderência do público e fizeram um ótimo show. E Jeff Scott Soto que trouxe energia e manteve o clima animado no público, sendo um dos maiores no Waves Stage.

Novamente as bandas nacionais não decepcionaram, Sinistra, Korzus (comemorando 40 anos), Nite Stinger e Eminence fizeram shows impecáveis e sempre contaram com o apoio do público presente.

Enfim chegamos ao terceiro e último dia de festival, e o público não pareceu nada cansado quando o Hard Rock do Eclipse começou, todos num clima de celebração e tentando fugir do sol como possível.


Foto: Diego Padilha // MHermes Arts

Quando os britânicos do While She Sleeps subiram ao palco uma grande quantidade de pessoas já estavam ao aguardo, e a banda não decepcionou. Com um setlist cheio de músicas animadas, momentos de interação com o público, foi per doto do a animação da banda e a boa recepção do público. E mesmo sentindo nitidamente os efeitos do calor, o vocalista Lawrence Taylor esbanjou carisma e energia.

Antes mesmo do Overkill subir ao palco, os arredores do Ice Stage já estavam tomados para ver os medalhões dos anos 1980 fazerem uma apresentação cheia de músicas rápidas e pesadas e com uma surpresa, David Ellefson (ex-Megadeth) foi o baixista convidado para participar do show.

A banda responsável por manter toda essa energia foi o Avatar, banda que já esteve no Brasil abrindo shows para o Iron Maiden. Fizeram uma boa apresentação, cativando vários presentes e pareciam já ter deixado alguns fãs de sua última passagem.


Foto: Marcos Hermes

O Carcass veio pra mostrar porque tem quase 40 anos de estrada e ainda consegue ser relevante no metal. Com um setlist cheio de clássicos e músicas do novo trabalho de estúdio, é evidente a experiência e o talento de todos da banda, e o público nao teve do que reclamar, show incrível e um dos mais comentados do dia.

Logo após essa aula de metal extremo, o quinteto do Killswitch Engage deu uma aula de metalcore, com um setlist recheado de clássicos, passando por todas as fases da banda, uma produção impecável e todo o carisma do guitarrista Adam Dutkiewicz. Não faltaram moshpits e stagedives e ainda tivemos o famoso cover de Holy Diver do Dio que agradou alguns dos menos adeptos que estavam no aguardo das duas últimas atrações.


Foto: Diego Padilha // MHermes Arts

Atrações essas que também não decepcionaram nem um pouco, o Anthrax fez um dos melhores shows de thrash metal já presenciados pelo festival e não deixou a energia cair nem um segundo, apresentando seus maiores sucessos da melhor forma e ainda contando com a participação de Andreas Kisser do Sepultura na música I Am The Law.

Porém o melhor ainda estava por vir, antes mesmo do Mercyful Fate tocar a primeira nota já de percebia o clima de euforia e ansiedade nos fãs, como alguns disseram: “a missa negra vai começar!”. Todos ficaram em êxtase quando a banda subiu ao palco e mostrou, com uma apresentação de uma hora e meia, porque é uma das maiores referências da história do metal. Mesmo após tanto tempo a banda parece estar mais afiada do que nunca, em sua melhor fase, e a produção incrível deixou todos com a sensação de que não haveria melhor forma de terminar o festival. Pessoas choraram, gritaram, nesse momento o Memorial da América Latina estava tomado.


Foto: Wellington Penilha // MHermes Arts

Além disso, tivemos uma ótima apresentação do Ratos de Porão, que parece não perder a energia nem um pouco e mostra porque é uma das maiores bandas do Brasil. Death Angel com um show certeiro e digno dos palcos principais, assim como o Amorphis, apesar do horário conflitante com o Anthrax e o Troops of Doom, uma banda relativamente nova porém de um rosto conhecido (Jairo Guedez) que não deixou nada a desejar.

O Summer Breeze 2024 foi maior em tudo, quantidade de dias, bandas, público e no calor, que apesar de ter sido um companheiro constante em todos os dias, não intimidou os presentes. A estrutura dos banheiros foi melhorada, os stands e food trucks mantiveram um ótimo padrão de variedades e tudo pareceu funcionar sem mais problemas. Um pequeno detalhe foi a dificuldade de se movimentar do começo do Ice Stage para a área de banheiros no fundo, devido a grande quantidade de pessoas a locomoção estava bem apertada nesse ponto e também na passarela, que sofreu nos momentos em que grande parte do público passava.

Apesar de pequenos pontos dessa logística e organizar o cronograma das bandas, o festival foi um sucesso e todos já esperam pela próxima edição, que já foi anunciada inclusive, dias 03 e 04 de Maio de 2025.

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