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O terceiro disco da banda começou a nascer no fim de 2019, quando tinha acabado de lançar "Recortes", seu segundo álbum. Nessa mesma época, Diego Xavier estava em turnê pela Europa com a BIKE, em um momento um tanto conturbado da banda, entre viagens, estrada e certo desgaste emocional. A forma que o artista encontrou para lidar com os desacertos foi escrevendo as letras que formariam o novo disco do trio.
"Estrada" foi escolhida como a faixa de trabalho do álbum inédito e resume um pouco do que se trata o disco: vacilos e perrengues cantados em cima do formato mais punk possível, com guitarra, bateria e um riff de baixo sabbazistico. O videoclipe, dirigido por Victor Jadowski, mostra o trio tocando em uma oficina de Chevette em São José dos Campos, cidade natal da banda e hospedeira do estúdio Wasabi, tocado por Diego Xavier desde 2015.
Devido ao clima que marcava o processo de composição de Diego, o trio decidiu que o novo projeto seria mais pesado que o trabalho anterior, tanto lírica quanto sonoramente. "Esse terceiro álbum fala de muito perrengue que passei com BIKE e botar isso pra fora é uma forma de tentar aprender algo com o que eu vivi", revela. O trabalho inédito tem menos camadas de guitarra em relação aos discos anteriores, e pela primeira vez a percussão entrou nas faixas. "Tem variação de tempo, tem voz desafinada. É um registro do momento, um registro de nós três tocando ao vivo", explica.
A gravação do disco aconteceu com os integrantes tocando juntos na mesma sala, no Estúdio El Rocha, em São Paulo, sob os comandos de Fernando Sanchez (CPM 22). Apenas as vozes, os overdubs de guitarras e a percussão foram gravados mais tarde, no Estúdio Wasabi. Diego é auto-biográfico sobre ser artista independente no Brasil. Compartilhar colchão de ar, deixar de comer e levar prejuízos são cenas muitas vezes corriqueiras de quem se joga no mundão. O que se faz com isso é o que lhe interessa