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Convidado do "Conversa com Bial", Paul McCartney fez aquela que talvez tenha sido sua entrevista mais longa nas TVs brasileiras, ao menos da última década.

Dentro da entrevista, Bial relembrou a emblemática Lizzie Bravo, que gravou com Beatles em 1968 e nos fez emocionar com fotos de seu acervo, referente à época que ela foi morar em Londres e ir atrás dos Garotos de Liverpool. Outro nome brasileiro que Bial relembrou foi Harold, em referência ao enxame de grilos que ocorreu 10 anos atrás, durante uma performance da "Out There", em Goiânia, com ele nomeando um dos grilos de Harold.

Ainda na conversa, ele fala sobre o amor dos brasileiros pela música, sua conexão com o Brasil e destaca continuar fazendo shows por conta da energia do público nos shows e como isso aquece seu coração. Nesse momento, ele lembra de um show onde um pai estava assistindo 'Let It Be', com a filha no ombro e ele olhava para os olhos dela (e vice-versa), com Paul McCartney conseguindo avistar esse momento de cima do palco, sendo algo que marcou ele para vida toda, citando como um dos momentos que ele acaba se emocionando também, quando consegue ver com mais clareza parte do público que está mais próximo ao palco.

No início, ele é perguntando sobre questões climáticas, por conta de 'How Many People?', faixa composta ao homenagem ao ativista assassinado em 1988. Ele fala sobre o quanto a questão climática piorou ao longo dos anos e comenta que espera que o nosso novo líder possa melhorar os trabalhos desse tema, dando uma alfinetada (mas sem citar nomes) no "líder" anterior. 

Ele também faz um remember sobre a sua estreia no Brasil, com 184 mil pessoas no Maracanã. Naquela época, só chovia por aqui e todo mundo perguntava o que Paul faria caso chovesse. Sua resposta? "Não vai chover", disse ele na única Coletiva de Imprensa que rolou em solo brasileiro. 

Com a primeira data sendo alterada do dia 19 para o dia 20, por conta da chuva, no dia 20 ainda teve chuva, mas parou antes dele entrar no palco, algo que já aconteceu em outras vezes durante suas sete turnês anteriores a "Got Back" e suas nove passagens.

Mencionando a segunda data, Paul relembra o recorde de 184 mil pessoas, 100 mil a mais que no primeiro dia e comenta sobre aquele que ainda é o atual recorde de público pagante para um artista solo masculino (o recorde feminino é de Aretha Franklin, também no Maracanã). "Entre o público, minha equipe estava infiltrada e comentou que tinham visto pessoas "fazendo amor" no público. Eu não vi, por conta de estar no palco, mas "gostaria de ter visto".

Sobre os Beatles nunca terem vindo para o Brasil, ele comentou: "A verdade é que nós simplesmente ouvíamos nosso agente. Ele nos dizia: 'Vocês vão para o Japão'. E nós dizíamos: 'OK'. E íamos para o Japão. Então, se ele nunca mencionasse o Brasil, nós nunca viríamos aqui", diz Paul McCartney, que ainda complementa: "Mas hoje é mais minha escolha. Eu posso dizer para o meu produtor: 'Quero ir para o Brasil, é possível?'".

Em um momento específico sobre 'Now & Then' e a tecnologia, ele comenta como a música foi feita, baseada na ideia do documentário "Get Back", da Disney+ e também fala sobre como conseguiram limpar a voz de John Lennon, tanto para esse último lançamento dos Beatles quanto para o novo formato de 'I've Got A Feeling' em seus shows. 

Já sobre a composição, ele comenta: "A música é do John, então estou cantando a letra dele... Estou pensando no grupo. Estou pensando nos quatro homens, meninos, que fizeram o disco. Agora, eu não sei se John estava fazendo a música para Yoko, o que é possível. Ou se ele estava fazendo isso para nós. Essa é a especulação. Algumas pessoas [pensam] que foi John falando diretamente comigo. É muito legal para eu pensar. Então eu aceito isso.

Algumas pessoas... Muitas pessoas boas... Peter Jackson acha que era John falando diretamente comigo. E quer saber? É muito bom para mim pensar. Então, aceito isso. Obrigado, John.

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