Aquaman e o Reino Perdido é a despedida anêmica de Jason Momoa

 

Definitivamente não é um bom momento para os super heróis. 2023 foi provavelmente o ano mais fraco deles. Tanto na Marvel quanto na DC. Na mesma semana em que Jonathan Majors é demitido da Marvel por agressão, Aquaman O Reino Perdido estreou com meros 36% de aprovação nos sites de crítica especializada.

James Wan retorna como diretor para a sequência do longa que deixa a desejar e muito. Arthur Curry (Jason Momoa) vive uma vida dupla de Rei dos mares em Atlântida, e pai em terra firma junto com Mera (Amber Heard). Enquanto a vida de político o deixa entediado, Arraia Negra retorna ainda mais poderoso e vingativo, e com o objetivo de libertar um antigo poder maligno sobre o mundo. Para isso ele vai precisar da ajuda de seu irmão Norm de quem tomou o trono no primeiro filme.

O único objetivo de Arraia Negra ainda é se vingar de uma figurante morte no primeiro filme. Por acaso ele encosta no Tridente Negro e é possuído por uma antiga entidade maligna decidida a destruir o mundo. Que criativo, não? Um vilão que quer dominar o mundo. Jam Wan ainda tenta abordar uma filosofia sobre o que é ser um rei, diante da falta de vontade de Arthur de ser um. Ah, e as mesmas metáforas clichês sobre xenofobia do primeiro filme também foram reutilizadas.

Apesar do resultado desnutrido do longa, é evidente que é a performance sóbria de Patrick Wilson que carrega o filme nas costas. Jason é o tipo de ator que acredita em seus filmes e isso é bom, mas Patrick é a força motriz artística da obra. De resto, apenas personagens esquecíveis ou no mínimo convenientes para o fluxo da narrativa.

Ou seja, mais do absoluto mesmo. Algumas piadinhas forçadas aqui e ali, explosões, lutas grandiosas etc. Mas nada que já não tenhamos visto em dezenas de filmes nos últimos anos. Tudo no longa é genérico ou tedioso. A participação da própria Amber Heard foi reduzida devido à extensa briga com Johnny Depp que a fez ser “cancelada”. Até a diva Nicole Kidman parece estar no piloto automático. Aquaman O Reino Perdido não tem brilho, força ou alma. É apenas mais um na longa lista de filmes óbvios.

Um fator que talvez contribua para um filme tão anêmico é o fato de que esse longa encerra o atual DCU. Há anos que a DC assume publicamente que nunca teve desejo de fazer um universo compartilhado nos moldes da Marvel, e The Batman foi a prova disso. Depois dos desfalques de Henry Cavill e Gal Gadot, parece que chegou a hora de Jason Momoa pendurar o tridente.

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