No último sábado (24), o Jai Club recebeu a primeira edição do Under The Ground Fest que contou com quatro nomes já consagrados na cena underground e comandados por mulheres nos vocais, o que provou a cena feminina de excelentes bandas no Brasil.
A noite iniciou com a banda paulista de Sludge Metal, CRAS, que vem desde 2021 criando grandes expectativas acerca de sua música a partir de grandiosos e impactantes trabalhos audiovisuais. Como de costume, a banda entregou uma apresentação memorável, com os vocais fervorosos de Marili que são o destaque da banda.
Marili, frontwoman da CRAS
Na sequência, a já consagrada The Damnnation sobre ao palco para entregar mais um show quente e no qual o público já conhece e canta junto. Formada por três garotas que executam um som pesado e com instrumental muito bem explorado, nesta noite a banda teve participação do baterista Thiago Murbach, substituindo a baterista Janaina Melo, que não pôde comparecer.
The Damnnation alcançou sucesso nas paradas com seu aclamado álbum de estreia, 'Way of Perdition', em 2022. O álbum recebeu elogios massivos da crítica e dos fãs por ser um lançamento de estreia (incluindo playlists oficiais do Spotify e elogios em revistas como Rock Hard, Zero Tolerance, Metal Injection e Roadie Crew). A banda também tocou clássicos do EP de estreia 'Parasite', no qual está na boca do público que agitou o show do início ao fim.
Aline Dutchi, baixista da The Damnnation
Outra banda já conhecida na cena, a Mercy Shot, sobe no palco com sua presença única, exibindo um show energético onde o conjunto da obra é maravilhoso, desde o visual extravagante até a sonoridade
exclusiva. A banda, interpretada por uma voz feminina e potente da Cacau Pinheiro também conta com Fabrizzio Hanoi e Flávio Pintinha nas guitarras, Andrews Einech no baixo e Roger Katt na bateria, investe em um mix de sonoridades, que vai do heavy metal até o punk rock, com uma atmosfera oldschool.
Mercy Shot tem tudo que uma banda precisa para o sucesso, e em meio a tantas bandas novas, conseguem se destacar pelo visual peculiar que chama atenção, com músicos profissionais e talentosos, tanto na execução de suas funções quanto na alta performance que conduziu o público com maestria.
O Inraza, banda paulistana de death/groove metal, foi responsável por encerrar o festival, em grande estilo e se consagrando como uma das grandes bandas da noite. A banda iniciou uma nova fase com o lançamento do single e videoclipe ‘Crowning‘. O trabalho marca a estreia de Fernanda Souza nos vocais e Davi Oliveira na bateria, que ao lado de Robin Gaia (baixo) e Bruno Ascêncio (guitarra), mostram alto nível e autenticidade no peso, técnica e conteúdo lírico.
Foi a primeira vez que presenciamos o show da banda, e para nossa surpresa, foi uma das melhores apresentações que já vimos na cena underground do metal. Fernanda Souza tem muito domínio de palco e vocais potentes, conduzindo o público da melhor maneira em um show intimista e memorável.
Entregando uma performance explosiva Inraza entrega um som de atmosfera oldschool ao mesmo tempo que soam modernos, provando que a cena atual do metal nacional está forte e renovada.
Este festival, idealizado pelas próprias bandas, abre espaço para nomes que merecem atenção e inspira garotas em uma meio que ainda é predominantemente masculino.
Fernanda Souza, frontwoman do Inraza
