Nos dias 29 e 30 de Abril no Memorial da América Latina o festival alemão com mais de duas décadas de história fez sua estreia aqui no Brasil. Com uma proposta de realizar um festival aos moldes do estilo europeu, a produção teve muitos acertos e conseguiu criar um ambiente agradável, cheio de conteúdo e, claro, muita música.
Texto: @filipestress
Sábado 29/04:
Tivemos boas surpresas no primeiro dia como a apresentação do Benediction, o quarteto britânico que conta com a volta do frontman Dave Ingram desde 2019 estava cheio de energia e não se intimidou com o sol apesar de terem subido no palco ao meio-dia. Marc Martel que interpreta a voz de Freddie Mercury no filme Bohemian Rhapsody também animou o público com um repertório cheio de clássicos do Queen.
E claro, o headliner da noite, Blind Guardian, fizeram um show completo tocando vários clássicos da banda e contando com um público imenso, cheio de animação e cantando todas as músicas.
Bandas que também vale se destacar do primeiro dia são:
Crypta: fez um show ótimo (apesar de alguns problemas no som) e mostrou porque é uma das grandes bandas brasileiras da atualidade com um show muito bem ensaiado e cheio de carisma.
Sepultura: mostrando toda a segurança de uma banda consagrada e cada vez melhor e mais segura da sua “nova” fase graças a adição de Eloy Casagrande, um gigante na bateria.
Lamb of God: subiu ao palco logo após o Sepultura e manteve a energia em alta.
Accept: um dos melhores shows do dia, cheio de clássicos tanto da fase Udo quanto da nova fase, não decepcionaram, porém, estavam num palco menor e com menos estrutura, o Sun Stage.
Domingo 30/04:
Já no segundo dia começamos com Krisiun mostrando porque é referência no death metal brasileiro, logo seguindo de Grave Digger que fez um show digno do tamanho da banda e de sua história, ninguém ficou parado.
H.E.A.T em sua primeira vez no Brasil entregou de tudo no seu show, todos os membros da banda demonstraram estar muito felizes e até surpresos com o carinho do público, que cantou todas as músicas.
Avantasia fez um show digno de um espetáculo. O projeto (que hoje em dia é mais lembrado que o Edguy) de Tobias Sammet fez jus a toda a produção e quantidade de membros no palco, entregando uma verdadeira festa, cheio de clássicos e coros para o público cantar junto.
A última banda a subir nos palcos principais, Parkway Drive fez um show impecável, tanto em som quanto em produção, mostrando porque já é headliner em grandes festivais pela Europa. O público presente era bem menor, porém ainda animado.
Outros destaques do dia:
Beast In Black: com seu heavy metal animado e cheio de refrões marcantes animou o público.
The Winery Dogs: fez um show tecnicamente consistente, uma banda cheia de músicos renomados e técnicos. Além disso, não deixou de ser uma verdadeira celebração ao Rock N’ Roll.
Napalm Death: uma ótima pedida para os fãs de música extrema e mostrou porque tem mais de 40 anos de carreira. Detalhe para o espaço que estava quase impossível de se movimentar, pois tocaram no Sun Stage, mesmo do Accept e Stratovarius.
Falando em Stratovarius, a má escolha de colocar certas bandas para o Sun Stage se tornou mais evidente ainda quando o grupo se apresentou nele, fechando a noite. Era impossível se movimentar e o público já estava se aglomerando até próximo ao começo da passarela que ligava aos palcos principais ou, no fundo, já próximo aos stands. Porém, a banda fez a sua parte e entregou um show pra fã nenhum do estilo Power Metal botar defeito, tocando clássicos como “Black Diamond” e “Hunting High and Low”.
Além das atrações musicais o festival contou com várias outras opções para se passar o dia no evento. Estavam presentes vários food trucks espalhados por todo canto, Summer Lounge (este com valor de ingresso mais caro, porém com direito a open bar), área kids, stand e competições de tattoo, horror expo e um quarto palco, onde vale se destacar as apresentações fechadas de: Apocalyptica, Vixen e Evergrey, todos agitando o público e os fazendo levantar das cadeiras.
Com mais de 30 bandas musicais espalhadas pelos dois dias e quatro palcos, a estreia do Summer Breeze no Brasil só pode ser considerada mais que positiva. Bom público, evento bem organizado e sem grandes atrasos, boas atrações e experiências adicionais. Alguns pontos poderiam ser revisados e melhorados para uma próxima edição, como a seleção de bandas para seus respectivos palcos e alguns outros detalhes. Mas a boa notícia é que a edição 2024 já foi anunciada e esperamos que o Summer Breeze tenha vindo para ficar no nosso país e só melhore cada vez mais!
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