[CRÍTICA SEM SPOILERS] Homem-Aranha: Através do Aranhaverso se garante mais uma vez como o melhor filme do aracnídeo

 


Sempre que o assunto é a sequência de um filme, as questões geradas costumam ser as mesmas. Como expandir, melhorar e explorar mais o universo criado no primeiro longa? Homem-Aranha Através do Aranhaverso responde à essas perguntas de forma prática e direta. Contando com mais de mil animadores e 2 horas e 20 minutos de duração, o novo longa animado do teioso é um banho frenético de cores.

A nova aventura é mais focada no relacionamento de Miles Morales e Gwen Stacy. Enquanto Miles tenta conciliar su
a vida pessoal e a de herói, uma nova ameaça surge e é Gwen quem aparece para pedir ajuda. O longa conta com sequencias de ação de tirar o fôlego e causar epilepsia para os espectadores mais sensíveis. Homem-Aranha Através do Aranhaverso é uma experiência amplificada, elevada à decima potência de seu antecessor. Exagero pode ser a palavra chave.

É um longa épico sem precedentes no mundo das animações, apesar de ser, basicamente mais do mesmo. Com o “cabeça de teia” tudo funciona melhor. A quantidade de versões do Aranha é estarrecedora e não deve demorar muito para encontrar vídeos na internet de fãs analisando cada easter-egg frame a frame. É o típico que filme necessário ver repetidas vezes para absorver tudo. Fruto de um fanservice mais que forçado, mas que, de novo, funciona para o personagem.

O problema com Aranhaverso, entretanto é abrir muitas portas de possibilidades, mas não escolher um caminho específico, deixando tramas centrais mais de escanteio. É o caso do vilão Mancha, provavelmente o melhor personagem da sequência, mas que aos poucos é deixado de lado. O exagero presente no filme pode ser um obstáculo, já que em muitas cenas é difícil de entender o que está acontecendo e onde cada Aranha está na luta, e os ritmo acelerado tira o peso dramático dos diálogos.

Ainda assim, isso não estraga a experiência do que hoje é considero o melhor filme do herói. Cada versão do personagem tem um estilo de animação diferente que vai do estilo pop do primeiro longa até o renascentismo, passando inclusive por um multiverso de Lego. As mais de 2 horas de projeção podem ser um pouco maçante, mas, estímulos para manter o espectador no ritmo é o que não falta. E mesmo assim, o roteiro não conclui a história ou arco de qualquer personagem. Muito pelo contrário, há um gancho de peso para o terceiro filme e possivelmente até um quarto.

Homem-Aranha Através do Aranhaverso é uma animação para toda a família que mais diverte do que emociona. O escopo apresentado aqui é tão grande quanto seu elenco de peso. Talvez seja a única animação lançada esse ano que possa competir com o sucesso estrondoso de Super Mario Bros. E vale lembrar que o filme protagonizado por Miles Morales é também um respiro que foge à saturada fórmula da Marvel. O amigão da vizinhança está de volta, e ainda bem!

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