Texto: Elio Sant'Anna
Fotos: Mercury Concerts
Oito anos depois, o festival esteve de volta, com sete bandas em quase 12h de evento. Sendo Doro a primeira atração, esse nome histórico é lembrado por ser a primeira mulher a se apresentar no Monsters Of Rock, quase 40 anos atrás, em Castle Donington, como vocalista da Warlock.
O show marcou a volta dela ao Brasil após nove anos, depois de adiamentos e cancelamentos devido ao Covid-19. Essa foi a quarta passagem dela por aqui, sendo todas as outras também anos anos 2000 (2006, 2011 e 2014).
Se formos levar em consideração o horário (11h30), Doro e banda se apresentaram para um público bem maior do que esperávamos, com a pista Premium tendo quase metade da capacidade e o anel inferior tendo também uma grande quantidade de pessoas que foram embaladas por diversos solos de guitarra e gritos/coros iniciados pela Doro, mas que foram prontamente continuados acapella por quem estava presente, deixando a artista feliz em estar lá e sempre agradecendo por estar abrindo o festival.
Seguindo o dia, tivemos por volta das 12h30 a Symphony X, se apresentando por aqui menos de um ano depois de fazer tour de 25 anos e passar por cidades como Limeira e Fortaleza.
Tendo um grande público local, eles chegaram ao número 27 de shows no Brasil, com a performance no Monsters Of Rock, primeira desde a tour que havia passado pelo Brasil, Chile, França e diversas cidades dos Estados Unidos. No repertório, diversas faixas da própria, incluindo 'Nevermore', 'Evolution (The Grand Design)', 'Serpent's Kiss' e 'Sea Of Lies'.
Com o público crescendo, eles animaram todos os presentes, entregando grandiosa performance vocal, ótimos riffs/solos de guitarra e uma bateria muito bem executada, apesar de alguns problemas técnicos que foram notados diversas vezes, com chiados em algumas faixas.
Não podemos da interação entre o vocalista e o público, que correspondia com gritos de "hey, hey, hey" que se encaixavam com a instrumentação da música, com o vocalista até perguntando “Onde fumo um desses para ficar tão animado quanto vocês?”. No deixando mais uma vez nos surpreendendo com a relação "público vs horário" superando as expectativas.
Não podemos da interação entre o vocalista e o público, que correspondia com gritos de "hey, hey, hey" que se encaixavam com a instrumentação da música, com o vocalista até perguntando “Onde fumo um desses para ficar tão animado quanto vocês?”. No deixando mais uma vez nos surpreendendo com a relação "público vs horário" superando as expectativas.
Depois de fazerem alguns shows esgotados durante o mês de Março, a apresentação no Monsters Of Rock foi a única em solo brasileiro, trazendo para o público faixas de uma extensa carreira de praticamente 40 anos, incluindo faixas como 'Mirror Mirror', 'Bewitched', Sweet Evil Sun' e 'Crystal Ball'.
Sendo ovacionados pelo público, que já lotava grande parte da pista Premium e também de ambas as arquibancadas, eles acompanhavam a banda (seja por vontade própria do público ou nos momentos que o vocalista buscava energizar ainda mais a galera) fazendo "hey, hey, hey" em algumas músicas, de acordo com o ritmo da bateria, além de também responderem a banda, ao perguntarem se todos estavam bem e mencionar a longa viagem que vieram, diretamente da Suécia, para se apresentar por aqui, brincando até uma das músicas era mais velha que muitos dos que estavam presentes, por conta de só a banda já ter quase 40 anos.
Encerrando com 'Solitude', faixa mais conhecida da banda, o repertório completo foi:
Encerrando com 'Solitude', faixa mais conhecida da banda, o repertório completo foi:
Iniciando o show com 'Skyfall', faixa presente no álbum mais recente, emendando com 'Eagle Fly Free', presente no "Keeper of The Seven Keys part II", mostrando tanto um trabalho relativamente novo, como também conquistando de cara o público mais antigo da banda, com cada um deles cantando junto com a banda, não somente essa faixa, como outras ao longo de um show enérgico em todos os aspectos, seja por conta do público ou da grande presença por parte de uma banda experiente e que não deixou ninguém parado, ganhando o público de vez quando falou um "São Paulo, you're pica das galáxias... Obrigado".
Tendo a sessão "clássica" do Helloween que trouxe, com Kai nos vocais e guitarra, eles executaram "Metal Invaders", "Victim of Fate" , "Gorgar", "Ride the Sky" e "Heavy Metal (Is the Law)".
Depois dessa, Andi Deris dividiu os vocais com Michael Kiske, dando uma acalmada no público, enquanto era executada a praticamente acústica 'Forever and One (Neverland)', para logo animar novamente com 'If I Could'/guitar solo de
Sascha Gerstner/'Best Time'.
Sascha Gerstner/'Best Time'.
Encaminhando para o final, eles executaram "Perfect Gentleman" do álbum "Master of the Rings" com abóboras infláveis andando pelo público, que foi jogando e empurrando para trás, criando um efeito visual muito daora antes deles executarem a canção final e clássico absoluto da banda "I Want Out".
Quinta banda do dia, Deep Purple voltou ao Brasil seis anos depois (com grande parte do público nem esperando mais ver a banda, até o anúncio do lineup) e pela primeira vez no Monsters of Rock, subindo no palco por volta das 16h30, começando os primeiros acordes de 'Highway Star', já mostrando que hits seriam algo presente dentro do show.
Praticamente sem pausa entre as músicas, eles trazem um show repleto de grandiosos solos/ riffs de guitarra, bateria e baixo, mostrando um talento que permanece afiadíssimo, envelhecendo como vinho ao longo do tempo, energizando uma pista Premium/comum e arquibancada superior praticamente esgotada, se levarmos em consideração ainda ser final da tarde e ter mais duas bandas na frente.
Com cada integrante da banda tendo seu destaque, o público conferiu um grandioso solo de guitarra antes da banda dar uma descansada, para logo em seguida cantarem 'Uncommon Man', emendada com uma parte totalmente instrumental, onde o tecladista até tomou um vinho antes de se unir a bateria, guitarra e baixo, transformando o show num medley completamente instrumental, com o vocalista nem estando presente no palco, mas logo aparecendo e incrementando ainda mais o trecho instrumental, tocando gaita em 'Lazy'.
Dando uma atmosfera mais de balada Blues, toda a belíssima sintonia entre instrumentos e vocal voltou a ter destaque, com 'When a Blind Man Cries' fazendo casais assistirem abraçadinhos na pista, além de acalmar o público com a faixa mais leve até então.
Já passando metade do show, os teclados voltaram a ter destaque, empolgando o público brasileiro com a inserção de 'Tico Tico no fubá' no repertório.
No final, ainda foi apresentado o clássico 'Smoke on the Water', um grandioso solo de baixo e 'Black Knight' como encerramento do seguinte setlist:
Penúltima banda da noite, Scorpions subiu no palco pontualmente às 18h45, aparecendo já tocando 'Gas in the Tank', faixa presente no álbum "Rock Believer", lançado ano passado.
Com um telão onde a imagem é dividida em cinco em algumas músicas, além das diversas TVs em 'Make it Real' eles, no geral, oferecem uma belíssima arte de palco, com efeitos visuais e de cores impecáveis (como prédios e fogo no telão de fundo, diversas personalizações e efeitos que mesclam com a imagem dia integrantes da banda nos telões laterais que dão uma imersão ainda maior a esse espetáculo.
Mesmo não interagindo com o público até metade do show, somente num momento especificou onde informou que a música que seria cantada era do álbum mais recente, além de mandar um "what's up São Paulo", após uma faixa totalmente instrumental, contendo diversos solos de guitarra, a banda acabou conquistando todos de vez com a acústica 'Send Me an Angel', repleta de lanternas acesas por todo o estádio, promovendo um efeito visual lindíssimo para a banda.
Ao longo do show, foram tocadas faixas como 'Peacemaker', 'Bad Boys Running Wild', o hit 'Wind of Change' (primeira música que fez de fato todo mundo cantar em uníssono, com lanternas acesas e emocionando tanto o próprio público quanto a banda) e a 'Rock Believer'.
Já se encaminhando para o fim, 'Blackout' e 'Big City Nights' também embalaram o público, com cada um entoando o refrão das faixas e se mantendo enérgicos para acompanharem o encore' Still Loving You' e 'Rock you Like a Hurricane' , os dois maiores sucessos da banda e que foram para encerrar com chave de ouro a participação nesse Monsters of Rock.
Última banda da noite, Kiss voltou ao Brasil praticamente um ano depois da turnê solo, agora como headliners do Monsters Of Rock e para um Allianz praticamente lotado em todos seus setores, incluindo espaços que víamos, em parte, vazios, como a cadeira superior.
O Kiss jurava que a gente ia cair no papo que iriam fazer o ultimo show no ano passado, e cá estamos falando deles novamente... E aí venderam seus rins para ver esse showzaço?
Pontualmente às 21h, o show começou com 'Detroit Rock City' fazendo o estádio ir abaixo, algo que continuou quando Paul Stanley promoveu um "concurso de gritos" para ver qual setor do público se saía mais alto, algo que combinava com 'Shout it Loud', faixa a seguir.
Dando sequência, foi iniciada a sessão de fogo, com diversas explosões de aquecer em 'War Machine' e Gene Simmons inalando fogo em 'I Love it Loud'... Um pouco depois, a primeira metade do show foi encerrada com o megahit 'Lick It Up' e 'Makin' Love'.
Após as guitarras de Paul Stanley e Tommy terem seu destaque, foi a vez da bateria e baixo terem seu espaço, com ambos fazendo suas performances solo, incluindo Gene Simmons fazendo sua performance teatral com sangue na boca.
Com Paul Stanley querendo ir pra perto do público, ele simplesmente foi pra estrutura de som/luzes de titolesa, cantando/tocando de lá 'Love Gun' e o sucesso atemporal 'I Was Made for Lovin' You', esse também enquanto descia de tirolesa voltando para o palco, como vocês podem assistir AQUI.
Já se encaminhando para o final, Kiss emocionou cada uma das pessoas presentes com 'Beth' e também deixou já vontade de mais (será que foi o fim mesmo?) em 'Do You Love Me', momentos antes de encerrar o show com a enérgica, emblemática e música que nunca poderia faltar, simplesmente o hino 'Rock and Roll All Nite', acabando um dia mágico de rock 'n roll.
@gdltudosobremusic Vem cá ver trechos de todos os shows do Monsters Of Rock 2023, no Allianz!! Tem Doro, Deep Purple tocando brasileirinho/tico-tico no fubá, Scorpions, Helloween, diversos trechos do KISS e mais.
