Dirigido pelo cineasta indígena Takumã Kuikuro, produzido por Nathalia Scarton e pós-produzido pela O2, o filme denuncia as queimadas na Amazônia. "A Febre da Mata" faz parte da antologia "Interactions - When Cinema Looks to Nature" com outros onze diretores -- entre eles Isabella Rossellini, Anne de Carbuccia, Idrissa Ouédraogo e Faouzi Bensaidi.
“Nós conseguimos fazer um filme muito forte com imagens que fazem primeiro o espectador se conectar com a Amazônia e com os povos indígenas daquela terra, e depois se deparar com o terror -- a devastação da nossa floresta e dos nossos animais”, comenta o diretor Takumã.
“É uma honra fazer parte desta antologia e conseguir atrair atenção para as questões dramáticas que estão destruindo o nosso planeta. Foi especialmente gratificante trabalhar com o Takumã. Foram três meses intensos: escrevemos o roteiro, trabalhamos a força da música com Rodolfo Stroeter, editamos potentes imagens de Lawrence Waba, Lalo de Almeida e Christian Dimitrius, desenhamos os sons com Alan Zilli e finalizamos belíssimamente com a equipe da O2 Pós”, acrescenta Nathalia Scarton.
"A Febre da Mata" teve a sua estreia mundial em outubro de 2022, no Rome International Film Fest, na Itália. Em seguida, esteve presente em festivais nacionais e internacionais, incluindo o 1º Festival de Cinema e Cultura Indigena no Cine Brasília e a Convenção sobre Diversidade Biológica, das Nações Unidas, no Canadá. O filme entra no circuito nacional a partir de abril.
"Este é um filme lindo e triste, que conta a realidade dos povos indígenas hoje em dia. Trabalhar na pós produção do curta foi uma experiência muito gratificante e enriquecedora. O trabalho feito pelo Takumã é incrível e conceitual, tecnicamente falando", declara Paola Zicari, diretora de atendimento da O2 Pós.
"Fico feliz por ter podido colaborar com a finalização de 'A Febre da Mata'. Ao falar sobre queimadas na Amazônia, o filme assume um ponto de vista que eu nunca tinha visto: da própria natureza. Acho fascinante ver como as aldeias cada vez mais usam o cinema como plataforma para contar suas histórias e amplificar suas vozes no país. Temos muito a aprender ao assistirmos esta outra perspectiva de vida", afirma Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes e apoiador do projeto.
Sobre "A Febre da Mata"
O pajé e sua família saem para pescar. Durante a pesca, uma onça se aproxima e começa a esturrar, assustada, em busca de ajuda. Seu grito é um alerta. O pajé retorna imediatamente para a aldeia e avisa o seu povo sobre o perigo que se aproxima. Ele busca força espiritual na pajelança à medida que sua preocupação cresce. O fogo invade a floresta e os animais fogem procurando abrigo, mas muitos não resistem e morrem. A floresta arde em chamas e depois a seca é extrema.