Na última sexta-feira (27), participamos de uma coletiva de Imprensa via Zoom, onde ela falou sobre esses projeto por cerca de 45min. Abaixo vocês poderão conferir alguns tópicos da coletiva e muitas respostas interessantes. ESCOLHA DE "FRUTO PROIBIDO" "Acho que se não fosse "Fruto Proibido", que faz todo o sentido para mim nesse momento, eu não teria a audácia. Não teria nem a narrativa pra me ajudar, só passei essa ideia pra frente por ser o "Fruto Proibido", um álbum que representa muito a emancipação da Rita como artista, que representa os anseios, como a gente é vulnerável e às vezes a gente é forte, que representa uma jovem mulher, prestes a fazer 30 anos e se apropriando da própria carreira, história, narrativa, ideias... Então se eu não me identificasse tanto com esse álbum e essas histórias, eu acho que só ouviria em casa, não regravaria não." "Eu pensei muito: 'Que audácia regravar o álbum, mas que incrível regravar um álbum de quase 50 anos'. É toda uma geração que está redescobrindo esse álbum e ele fazer tanto sentido. Eu escolhi esse álbum porque ele fez sentido na fase que eu estou vivendo e foi uma coincidência depois eu fazer as contas e descobri que a Rita tinha mais ou menos a minha idade nesse álbum... É muito incrível que faça tanto sentido, quase 50 anos depois. Fico muito feliz que tive coragem de fazer isso".
MAIORES SEMELHANÇAS COM RITA LEE "Rita Lee é paulistana, da gema, que nem eu, nascida no mesmo bairro (Vila Mariana) e ensaiando no mesmo bairro (Pinheiros) e é uma paulistana com sotaque paulistano, Já vieram pra mim falar 'por que você não muda seu sotaque na hora de falar? É tão chato, você mudar seu jeito de cantar' e eu pensando assim 'não, nasci com esse sotaque, é ele que eu tenho' e a Rita sempre foi uma inspiração próxima por conta de tudo isso e de realmente falar o que pensa, sem medo, ainda mais na época dela, que era muito mais difícil e raro, algo que sempre vai me inspirar, pois é a essência dela."
DESAFIO EM FAZER O ACÚSTICO MTV E TIRAR DO PAPEL
Manu cita a gravação do Acústico MTV como um de seus maiores desafios, que também trouxe um momento inédito em sua carreira: uma leveza ainda desconhecida no palco. "Eu não mudei nenhum tom da música original, eu me desafiei. É um tom que a Rita Lee nem canta mais e sabia que ia ter que me desafiar vocalmente como nunca. Fiz muita aula de canto para me preparar".
A cantora ainda completa: "Para mim foi uma libertação muito grande, acho que dos meus próprios medos. Mas quando topei e comecei a fazer foi uma delícia. É muito legal cantar músicas que não são minhas. Não estava tão preocupada, só queria me divertir com esse álbum que amo e fazer uma homenagem feliz e pra cima" e ainda acrescenta posteriormente: "No meio da 4ª música, que é quando a ansiedade já abaixa, eu olhei pra cima e pensei 'estou me divertindo'. Que doido, eu não me divirto. Eu sou controladora. Pra mim é muito difícil me soltar".
"O maior desafio foi o tempo (citado por ela de um mês para tudo), eram músicas que eu nunca tinha cantado e é um projeto de muita responsabilidade pra aprender e ensaiar em tão pouco tempo. A gente sabia que era um desafio muito grande, mas também era um vontade que eu tinha há muito tempo e pra mim não existem coincidências ou algo por acaso... Se essa oportunidade veio tão perfeitinha para mim, de fazer a homenagem que quer e no lugar certo, num Acústico MTV, deixa a insegurança de lado e só faz. Deu magicamente tudo certo!!".
BANDA SÓ DE MULHERES PARA O ACÚSTICO (pergunta do site)
"Acho que nem precisei pensar muito, quando a gente pensou nesse projeto e nesse álbum que fala sobre liberdade e liberdade feminina e não só isso, ela era uma mulher nos anos 70 compondo, o que era algo raro. As mulheres nessa época a maioria eram intérpretes de músicas escritas por homens, então a Rita sempre foi a própria contadora de histórias e eu acho isso extremamente poderoso, ela ser a dona da própria narrativa dela, isso é incrível. Então pra mim sempre fez sentido (a banda formada por mulheres), acho que a gente nem cogitou outra coisa e eu senti uma energia completamente diferente, de irmandade, de olhar que está incrível, foi uma outra energia e foi incrível."
Além da banda de mulheres, o show teve participação de Liniker e Manu comentou sobre ela ter topado e como foi: "Estava assistindo ao Acústico um pouco da coletiva e comecei a chorar. Mandei uma foto para ela e disse 'amiga, eu nem sei como te agradecer por ter participado desse projeto que é um sonho'. A gente tinha acabado de se conhecer, mas foi uma amizade instantânea e muito verdadeira e a gente se conectou de uma maneira muito profunda." e também fez a pensar: 'Se essa mulher que eu admiro tanto, que é tão incrível, topou participar do meu projeto, eu devo ter algum valor'".
O QUE PODEMOS ESPERAR DOS SHOWS INSPIRADOS NESSE PROJETO "Com certeza a mesma energia, é um show muito pra cima, mais do que eu fiz a vida inteira e um pouco desencanado também, até pelo estilo da música e alma rock n roll de entrar no palco e só ser você. Essa energia do Acústico com certeza estará nos shows e por isso quis tanto fazer." ESCOLHA DE FAIXAS EXTRAS "Eu segui meu coração. 'Mutante' é uma música que eu gosto muito e já tinha cantado. Lembro de um amigo meu falando 'nossa, gostei tanto daquela sua versão, eu mal conhecia e gostei da versão que você cantava na TV' e fiquei pensando nisso, eu gosto muito dessa música, porque ela tem uma ironia, ela faz sentido com as coisas que eu faço, então quis manter. E 'Lança Perfume' é um grande ícone, que me fez muito feliz no 'BBB'", afirma Manu, que se inspirou na capa do álbum "Fruto Proibido" para montar o cenário de seu trabalho , com "Gracinha" e é definida pela artista como uma música de extrema importância.
CENÁRIO DO PROJETO E PARTICIPAÇÃO TOTAL DA PRODUÇÃO
Sobre a arte visual do projeto, ela comenta que Zé Carratu, cenógrafo de diversos Acústico MTV, fez o primeiro cenário de Manu Gavassi, no Via Funchal e agora também esteve nesse projeto, onde foi possível a Manu visitar o Ateliê e estar envolvido em todo o projeto, com a essência da capa de "Fruto Proibido" sendo transformada para todo o cenário do Acústico.
"Tive uma participação total e absoluta no processo. O projeto foi uma coprodução com a F/Simas, do Felipe Simas, que é meu grande parceiro. Participei de todas as decisões artísticas. Já tinha sonhado com isso, então tinha muito claro na minha cabeça como eu gostaria que fosse. O cenógrafo e a figurinista são pessoas que já trabalharam comigo antes, então nossa troca foi fácil. A ideia era ter algo lúdico e divertido. Sou muito apaixonada pelas maneiras que temos de contar histórias no audiovisual. Amo dirigir, escrever contar histórias e criar narrativas. É isso que quero fazer sempre".
Com direção musical de Lucas Silveira, Manu Gavassi comenta: "Quando ele topou, já respirei fundo e falei 'haha, graças a Deus, tudo certo', porque é muito bom ter alguém que te entende, principalmente num projeto tão rápido como tivemos que fazer esse. Então pra mim, eu já sabia que ia dar tudo certo, o Lucas me entende, ele sabe quem eu sou, do meu amor pela Rita, ele produziu comigo as músicas que mencionam Rita Lee e no começo, acho que ele até falou pra mim algo tipo 'ah, não tinha entendido muito bem quando escolheram gravar um álbum, não uma música, mas quando ouvi o álbum com mais atenção eu entendi tudo, tem muito a ver com você, composições, necessidade de descoberta, com ser visceral.. Eu entendi muito você ter escolhido esse álbum depois e faz total sentido' e foi incrível, sou suspeita para falar de Lucas."
"Quando eu era criança, eu desenhava como eu queria ser quando eu crescesse e tem vários momentos eu me desenhava em cima de um palco, com um corset e um calça boca-sino. Eu acho que desenhava isso porque era a única roupa que eu sabia desenhar, devia ver na bonequinhas e desenhei, com um cabelão ondulado gigante e no meio da música com a Liniker eu notei que estava com a mesma roupa que eu desenhava quando eu era criança, quando eu falava o que eu queria ser quando crescer.. o quão terapêutico é isso, orgulhando e honrado minha criança interior".
SOBRE FUTUROS PROJETOS Dentre tantas coisas que já fez, Manu comenta sobre algo que ela nunca fez, mas gostaria: "Musical, eu tô nessa vibe agora, semana passada já enchi o saco de todo mundo que eu quero muito fazer um musical.. Criar um, começar a estudar, sempre fui muito apaixonada e seria um grande desafio porque atores de musicais são atletas, é uma disciplina corporal, vocal muito grande.. Então, quem sabe um dia, vou começar a treinar pra isso."
INSPIRAÇÕES EM SUA CARREIRA
Durante a coletiva, a cantora cita outras inspirações importantes, tanto mais antigas quanto atuais: "Todas as mulheres contadoras de histórias me inspiram. Lily Allen é uma. Ela é mais esquisitinha, com uma voz doce cantando coisas loucas e viscerais. A Taylor Swift não vou nem citar, né? Minha primeira tatuagem foi do 2º álbum dela e Billie Eilish também é incrível, pensando mais nessa nova geração", listou.
SERVIÇO - ACÚSTICO MTV: MANU GAVASSI CANTA FRUTO PROIBIDO
Estreia dia 02 de fevereiro, no Paramount+, e na MTV (à cabo ou Pluto TV), às 20h20.