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O músico, cantor e compositor Jair Naves divulgou na última sexta-feira (11)  seu mais novo videoclipe, para a faixa “Tão Precioso é o Novo Dia (Não Tem Mais Urgência Alguma)” - veja aqui -, integrante de seu disco mais recente, Ofuscante a Beleza Que Eu Vejo, lançado meses atrás. O clipe traz roteiro, direção e cinematografia de Ian Stout. 

De acordo com Jair Naves, esta canção pedia um vídeo diferente dos outros que já haviam saído a partir do mesmo álbum - “Todo o Meu Empenho”, “Breu”, “De Arder” e “Meu Calabouço (Tão Precioso É O Novo Dia)”.

“Me parecia que seria necessário algo menos acelerado, que proporcionasse uma possibilidade de imersão maior. Ouvindo a canção, eu pensei em algum lugar que trouxesse em si marcas de brutalidade, alguma espécie de monumento à impraticabilidade da violência e da repressão a longo prazo nas relações humanas”, completa Jair. “Então o Ian descobriu essa base militar há muito desativada e abandonada. Me pareceu de um simbolismo muito forte para o que esse disco trata. Resolvemos filmar ali, um cenário apocalíptico, sombrio, desértico, inabitável, e depois contrastar com algum vislumbre de luz e esperança”, explica o cantor, que registrou o vídeo nos Estados Unidos, país onde compartilha sua residência atual.

Para o diretor Ian Stout, a experiência de gravar com Jair foi algo único e especial. “Há algo de muito cinemático e evocativo em ouvir o trabalho de Jair. ‘Tão Precioso é o Novo Dia’ me capturou imediatamente. Então quando me deparei com esta locação tão única e pós-apocalíptica, durante uma viagem e eu sabia que havíamos o cenário perfeito para este clipe”, ele continua. “Como roteirista e diretor eu fiquei impressionado com a performance que Jair entregou para este personagem de um sobrevivente sonhador. Estou totalmente deslumbrado em apresentar este trabalho ao mundo. Para fora das trevas e direto para a luz nós vamos!”.

O 2022 de Jair Naves
Este álbum mais recente trata muito dos questionamentos de um período marcado por uma guinada à extrema-direita, pela pandemia e para Jair, ter estreado essas músicas ao vivo num período de tamanha tensão política foi uma das experiências mais intensas que ele já viveu. “Nossas apresentações, desde sempre marcadas por uma grande carga emocional, dessa vez trouxeram um caráter catártico ainda mais forte do que de costume - especialmente na parte final da turnê, quando já estávamos mais confortáveis com o novo repertório. A impressão é de que esse disco se torna ainda mais urgente quando levado aos palcos, quando a plateia faz coro ao que está sendo dito e também projeta muitas das suas inquietações nessas canções”, reflete Jair.