Aconteceu entre os dias 1 a 3 de setembro a primeira edição do festival MEO Kalorama em Lisboa, no Parque da Bela Vista, mesmo local em que acontece as edições do Rock in Rio na cidade.
Com um line-up de tirar o fôlego, passaram pelos três palcos do festival grandes nomes como Arctic Monkeys, Nick Cave and The Bad Seeds, Kraftwerk, Chemical Brothers, Years & Years, Disclosure, James Blake, Chet Faker, Marina Sena e muito mais. Além de um espaço repleto de ambientes para convivência como bares e lounges, o festival também teve a participação de atividades artísticas como um mural coletivo, uma galeria de artes e o design do palco principal, que foi inspirado em um dos trabalhos do artista português AkaCorleone.
Tanto pela energia surreal do show quanto pelo respeito que temos com os alemães do Kraftwerk, é muito difícil emendar outro concerto com os dele, mas a curadoria do festival foi muito bem pensada e logo em seguida colocou no palco principal a dupla Chemical Brothers, que já é conhecida pela alta qualidade musical e visual de suas apresentações. Entre os hits que fazem todos cantarem como "Block Rockin' Beats" e "Hey Boy Hey Girl", a dupla também tocou faixas mais recentes como "Eve Of Destruction", a primeira track de No Geography (2019) último álbum de estúdio dos Chemical Brothers.
Para finalizar o primeiro dia de festival fomos até o palco Futura onde assistimos ao show de (e nos apaixonaos por) Marina Sena. Com voz doce e muita timidez, a cantora brasileira arrancou sorrisos de todos os que estavam presentes.
No sábado (3), último dia de festival, chegamos por volta das 20h e foi preciso fazer uma dura escolha: perder o concerto de Meute para ver Peaches. O concerto não foi apenas uma apresentação de toda a sua carreira, mas uma aula sobre punk, electroclash, transgressão e equalidade de gênero. Em uma celebração dos 20 anos do disco "The Teaches of Peaches", o concerto de aproximadamente uma hora contou com covers da faixa "Sex (I'm A)", de Berlin, e "It's All Coming Back to Me Now", de Pandora's Box. Sem surpresas, o hit que levou a multidão à loucura foi "Fuck the Pain Away", deixada para o final da apresentação.
Sem tempo para respirar, assim que Peaches finalizou o show as luzes do palco principal acenderam e o recinto do festival de repente se transforma em um ambiente ortodoxo. Nick Cave and The Bad Seeds começam o show. Em quase duas horas de performance, Nick Cave permaneceu com o maior contato possível com o público, cantando não do palco onde se encontravam os demais músicos, mas ao fim de uma escada que levava o músico ao braços de quem conseguiu um lugar na grade.
Já sem força nas pernas, emocional abalado após ver tantos artistas maravilhosos em um intervalo de tempo tão curto, vimos as apresentações de Chet Faker e Disclosure, finalizando assim a primeira edição de um festival que ao final nos fez questionar se estávamos presentes ou em um sonho, afinal não é sempre que temos a chance de ser parte de um encontro tão potente e transformador. Que seja a primeira de muitas edições na capital portuguesa.