Se no dia 2 nós cobrimos 17 shows por 6 palcos diferentes, no último dia 2 nós reduzimos um pouco a jornada de shows, acompanhando 12 shows de 5 palcos diferentes, além de visitarmos atividades extras, como o NAVE Natura, Lounge da Heineken, GamePlay Arena e Seara Incrível.
NAVE
Pela segunda vez no festival, o projeto que nasceu da parceria entre Natura e Rock in Rio e que conta com direção artística da paraense Roberta Carvalho, cenografia de Daniela Thomas, argumento da contadora de histórias acreana Karla Martins e direção musical da multiartista Aíla, a NAVE mostrou a Amazônia Contemporânea e encantar com a pluralidade cultural e riqueza da região, guiados pelos olhares de quem melhor a representa.
Tendo uma experiência imersiva, com uma narrativa poética audiovisual criada a partir de obras de artistas amazônidas brasileiros que pensam o agora, esse projeto conta com diversidade de linguagens e um projeto sonoro definitivamente único, que impacta e impressiona cada uma das pessoas que tiveram a oportunidade de passar por lá durante o festival.
GAMEPLAY ARENA
Próximo a NAVE, também pudemos conferir a Gameplay Arena, local que contou com ativação da Engov, final de campeonatos como o e-Brasileirão PRO e CBCS Masters (esse último transmitido pelo streamer Casimiro, no dia 9), além do DJ Liu, Wild Rift Showdown – Rock in Rio Edition e CEREJA | DJ Residente, todos esses no último dia 9.
LOUNGE HEINEKEN
A empresa neerlandesa investiu 5 milhões de reais nos seus dois bares na Cidade do Rock e uma Beer Station da Heineken, com dois tanques, 12 torneiras de chope e capacidade para seis mil litros, além de ter também por exemplo, um lounge próximo ao Palco Itaú e ao Stand da Natura.
O espaço em questão é uma verdadeira Biosfera na Cidade do Rock, tendo seu interior totalmente ocupado por plantas, fazendo as pessoas as repensarem sua relação com o meio ambiente, sobre a vida nas cidades e a importância de um olhar mais responsável. O stand conta com visão privilegiada para os palcos principais do evento: O Mundo e o Sunset, além de conseguirmos ver também o Palco Favela e ter uma visão panorâmica de praticamente todo o festival.
Abrindo a cobertura, acompanhamos no palco Rock Street Mediterrâneo a Terra Celta, banda que mescla diversos elementos culturais e musicais de países como Irlanda e Escócia, apresentando instrumentos como violinos, flautas, banjo, gaitas de fole, além de uma grandiosa interação com todo o público presente, seja por conta dos coros ou até mesmo convidando o povo para dançar ao longo de uma apresentação bastante interativa.
SETLIST:
Fomenta
Ataranta
Spacca
Aske
Até o último Gole
O Quadrado
Bella Ciao
DI FERRERO + VITOR KLEY
Falando no Palco Sunset, Di Ferrero e Vitor Kley foram os responsáveis por abrir palco secundário do festival, com Di tendo uma base enorme de fãs e mesclando tanto faixas do NX quanto seu seu trabalho solo, que inclui o álbum ":( Uma Bad, Uma Farra :)", lançado em 2022 mesmo.
Já Vitor Kley, entregou faixas como 'O amor Machuca Demais', um dos seu singles mais recentes e que conta com Lucas Silveira, Di Ferrero e Mari Moon no videoclipe.
Fazendo parte do último álbum do Di Ferrero, talvez até daí tenha nascido a parceria do show, esse que Vitor Kley participou de maneira completa, incluindo as músicas do Nx Zero, assim como Di também participou de faixas como 'Pupila' e 'O Sol'. Já que falamos em sol, ele estava de matar, batendo 40ºC ao longo do dia, mas isso não foi motivos para os fãs do Di Ferrero desistirem de ver sua apresentação com Vitor Kley.
FRESNO
Dando sequência ao Emo, demos uma passada no Palco Itau para acompanhar o primeiro Ato que a Fresno apresentou no Rock in Rio 2022.
JÃO
Voltando para o Palco Sunset, a pitada de emo ainda continuava por lá, com Jão tendo uma superprodução e fazendo um show especial com 20 membros banda, para esse que foi seu primeiro no Rock in Rio, dentro da consagrada turnê do álbum "Pirata", sempre com ingressos esgotados.
O show começou com uma sirene e com um sousafone fazendo referencia a um tubarão (e a trilha de 'Jaws' de fundo), esse presente no palco, como podem ver em foto logo abaixo. Nela, ainda tenha uma escada que direcionava para uma plataforma onde Jão ficava ainda mais alto, algo que também tinha para outros membros da banda terem seu merecido destaque.
SEBASTIANISMOS
Abrindo nossa cobertura de um quarto palco, agora no Supernova, Sebastianismos se apresentou para um público que definitivamente conhecida o artista e banda, seja por conta da Francisco, El hombre ou, da própria banda mesmo que já conta com dois álbuns de estúdio ou até mesmo quem eu ouvi comentando que já conhecia a baixista Helena Papini desde os tempos de Vespas Mandarinas (ou no nosso caso, de Bula/Urbana Legion).
No final do show, ele convidou sua companheira, a DJ, tatuadora e influenciadora digital Malfeitona.
Durante o show, ele ainda comentou que nasceu no punk rock, mas com o tempo foi indo para outras cenas, muito por conta da postura “sexista, racista, homofóbico e transfóbica” do gênero.
Setlist:
CAPITAL INICIAL
Logo após Jão encerrar o show no Palco Sunset, foi a vez do Palco Mundo iniciar os trabalhos, com Capital Inicial, que se apresentou no Rock in Rio Brasil pela sétima vez (além de uma em Portugal), entregando para os fãs mais antigos e mais novos faixas que passam por seus, recém-comemorados, 40 anos de estrada, num show bastante enérgico, com fogos e até mesmo protestos por parte de Dinho Ouro Preto, que disse "Viva a democracia brasileira" e "Não vai ter golpe, é preciso dizer que a ignorância e a violência não passarão...", isso depois do público mandar um "Fora, Bolsonaro".
1985: A HOMENAGEM
Alceu Valença, Blitz, Elba Ramalho, Ivan Lins e Pepeu Gomes que fizeram seus icônicos shows em 85 retornaram para fazer um show a parte com outros artistas como Agnes Nunes, Andreas Kisser, Liniker, Luísa Sonza e Xamã. Toda essa galera estava presente no Palco Sunset.
Começou com Ivan Lins e Xamã cantando 'Começar de novo' e 'Novo tempo', com conotação política e o Xamã fazendo alguns improvisos de rap em meio as músicas. Logo após apareceu Alceu Valença para cantar seus maiores hits 'Anunciação' e 'Morena Tropicana', com algumas pessoas bem animadas e dançando no meio do público.
Sendo anunciada pelo Alceu, apareceu Liniker cantando 'Baby 95' com um timbre lindo e emocionando muitas pessoas com sua voz, já Pepeu Gomes subiu no palco para cantar seu maior sucesso 'Masculino e Feminino', logo após pediu para Andreas Kisser subir no palco e fazer a apresentação junto. Andreas começou fazer seu solo de guitarra e tocaram "eu também Quero Beijar', momentos antes de Andreas tocar com a banda Blitz os hits 'Você Não Soube Me Amar' e 'Dois Passos do Paraíso'.
Quem também participou foi Elba Ramalho, que subiu no palco com o público aos gritos contra o atual presidente, cantando junto com Agnes Nunes a faixa 'Chão de Giz', formando um ótimo conjunto que animou muitas pessoas para a última música, fechando com chave de ouro Luísa Sonsa cantando "Love of My life", com o público elogiando bastante.
SUPERCOMBO
Começando praticamente em seguida do show acima, porém distante de lá, Supercombo empolgou o público que entupiu o palco Supernova.
Sendo os responsáveis por fechar Supernova do último dia 9, eles apresentaram nove faixas que incluem os sucessos, 'Piloto Automático', 'Amianto' e 'Bonsai', além de todo o pessoal de outras bandas, que estavam presentes no pit, aparecem de surpresa no palco para fechar aquela bagunça antes de finalizarem com 'Jovem' e 'Todo Dia É Dia de Comemorar'.
BILLY IDOL
Segunda apresentação do Palco Mundo, Billy Idol retornou ao Rock in Rio 31 anos depois, mas infelizmente para um público que não condizia muito com o seu estilo, já que o dia era voltado principalmente para o Emo, seja por conta das atrações internacionais dos palcos principais ou das nacionais de palcos como o Sunset, Supernova e Itaú.
Apesar disso, ele ainda conseguiu embalar o público presente por lá, logo iniciando o show com os hits 'Dancing With Myself', Cradle Of Love' e, mais adiante, 'With Wedding'.
Numa segunda parte, o público acabou reduzindo, pois o povo já caminhava para o palco Sunset, afim de tentar conseguir um lugar melhor para acompanhar o show que falaremos um pouco mais sobre logo abaixo. A partir desse momento, também ocorreu alguns erros técnicos que fizeram Idol errar por duas vezes a entrada de 'Eyes Without A Face' e a letra de outras músicas, por estarem sem retorno, como relatou Steven Stevens no twitter. Vale destacar que esses problemas não aconteceram durante o show de SP, sendo realmente algo pontual, mas infelizmente todo artista que faz uma performance limpa está sujeito a poder sofrer. Mesmo com esses problemas, Billy Idol manteve a simpatia e carinho para com o público, dando até baquetas e folhas de setlists para a galera, durante as faixas finais.
Voltando a ter o público para si, Idol e companhia conseguiram fechar a performance com chave de ouro, com Steven Stevens executando o tema de Top Gun e show encerrando com 'Rebel Yell'.
Confira setlist:
AVRIL LAVIGNE
Com o público bem maior do que a organização esperava para que teria para ver ela, era um verdadeiro empurra-empurra momentos antes do show e impossível de se locomover para qualquer canto que fosse, com a gente ficando preso na lateral da plataforma de PCD e não conseguindo ver o show nem pelo telão, muito menos pelo palco.
O pouco que vimos do show, podemos identificar que se falam que a organização errou em colocá-la no Palco Sunset, muito por conta dos fãs que lotaram excessivamente todos os espaços do Palco Sunset e carregaram o show nas costas, cantando em coro todas as músicas da artista, seja ela faixas novas como 'Bite Me' e 'Avalanche' (tocada pela segunda vez ao vivo) ou os (tão aguardados) hits como 'Girlfriend', 'Complicated', 'Sk8ter Boi' e 'I'm With You', a organização mostra que acertou em manter no Palco Sunset, por conta da presença de palco praticamente nula da artista, que não tem interagiu com o público e ainda teve um volume extremamente baixo, tanto para quem estava no fundo quanto para quem estava pelas laterais...
O show começou com uma explosão de papel, mas parecia que Avril ficou assustada com a quantidade de fãs, alguns até passando mal, cantando seus maiores hits dando aquela nostalgia de adolescência do início ao fim deu um show curto, mas que com certeza agradou a maioria dos fãs presentes ali.
Cinco anos depois deles entrarem no lugar de Billy Idol no Rock in Rio, eles agora fizeram show depois de Idol, sendo a penúltima banda no Palco Mundo e mostrando para cada um presente lá todo o merecimento, atitude e performance que uma banda de Palco Mundo tem que ter.
Com 20 anos de carreira, esse foi a segunda vez deles no palco principal do festival e apresentou para uma multidão hits como 'Dance, Dance', 'Sugar, We,Re Going Down', 'Uma Thurman', 'Thanks For The Memories' e 'Century', em um setlist extenso (o segundo maior do dia) e que contou com quase 20 músicas.
Em 'Save Rock and Roll', Wentz pediu para o público acender a lanterna dos celulares, transformando o Rock in Rio num verdadeiro mar de luzes, enquanto Stump estava num piano flamejante e que com certeza trouxe um lindíssimo efeito visual ao vivo e mais ainda com a combinação de câmeras da transmissão da TV.
Com uma linha vocal extremamente técnica e que consegue variar entre diversos estilos ao longo do show, indo do emo ao clássico, por exemplo, eles mostraram talento para entreter uma multidão do tamanho do palco Mundo e estarem também na ordem certinha do lineup, tocando antes de Green Day, que iremos falar um pouco mais sobre logo abaixo.
Setlist:
GREEN DAY
Atração principal do Palco Mundo e um dos melhores shows dessa edição do Rock in Rio, a banda fez, assim como Fall Out Boy, show exclusivo no Brasil em 2022 e inédito no festival, não se apresentando em outras cidades.
Com a formação atual da banda sendo Billie Joe Armstrong (Vocal, guitarra), Mike Dirnt (baixo, vocal) e Tré Cool (bateria), além de outros integrantes que estavam no saxofone, guitarra e contrabaixo, virando até um sexteto ao longo do show.
Logo em seguida, a banda já levou o público ao delírio, com hits explosivos como 'Holiday' (trocando ''California" por "Brasil", num trecho que faz críticas ao Presidente), 'Know Your Enemy' (chamando para o palco a professora de inglês Barbara Mattos que estava em meio ao público e foi recebida pelo próprio Billie Joe com muito carinho, com ela fazendo um verdadeiro rock n' roll durante o refrão da música) e 'Boulevard of Broken Dreams' tendo somente as lanternas acesas, tendo um pedido de casamento que partiu de Jonas Pagassini para Beatriz Gouvea, que estão juntos há 10 anos e esse pedido emocionou a todos.
Em 'Knowledge', Billie Joe pegou a bandeira de Barbara para mostrar o amor pelo Brasil e nela estava escrito "não ao fascismo, racismo e sexismo". Tendo mais uma fã de sorte, Natália Blankenheim, que tinha um cartas escrito "Por favor, posso tocar Knowledge? Eu sei as três notas", foi convidada para tocar a faixa junto com ele, indo até pra cima da caixa de som e no final ganhando a guitarra da banda, brincando até que teve que pagar mala-extra para levar o presente pra casa.
Outro cover que embalou o público foi 'Shout' (faixa do The Isley Brothers e conhecida por mim por meio dos Beatles), antes de encaminhar para um mix de emoção e nostalgia, com 'Wake Me Up When September Ends' e ' Jesus Of Suburbia'.
Confira setlist completo: