Continuando nosso mês de 10 anos do site, após cobrirmos o Meo Kalorama (Portugal) e o primeiro do Rock in Rio 2022, estivemos presentes também no último dia 3 no show do Bullet For My Valentine, em São Paulo, com resenha feita pela Letícia Pataquine.
Em sua 4ª passagem pelo Brasil, o Bullet For My Valentine, que foi headliner do Palco Sunset no primeiro dia de Rock in Rio, fez um show histórico na Áudio Club, em São Paulo, no último sábado.
Às 21h30 a expectativa para o show era imensa, a casa já estava lotada e alguns minutos depois – sem muito atraso, afinal a banda é britânica, né? – os primeiros acordes e a bateria pesada de “Your Betrayal” anunciaram a entrada de Matt Tuck, Michael Paget, Jason Bowld e Jamie Mathias, integrantes do Bullet for My Valentine, que já puderam sentir que não fariam aquele show sozinhos, pois a plateia cantava muito alto.
E essa foi a vibe que permaneceu durante todo o show, com a Áudio parecendo um enorme karaokê, com os fãs cantando muito alto suas músicas favoritas da banda, que mandou uma sequência de: “Waking the Demon”, “Piece of Me” e “Knives” até dar uma pausa pra todo mundo recuperar o fôlego.
Nesse breve intervalo entre uma música e outra, o vocalista, Matt, aproveitou para agradecer o público, dizer que eles estavam muito felizes por terem realizado um sonho no dia anterior ao tocar no Rock in Rio, e prometeu entregar uma ótima noite pra quem estava na Áudio. E quem estava lá já sabia que ele ia cumprir, afinal a música seguinte foi “The Last Fight”, seguida por “Rainbow Veins”, “4 Words (To Choke Upon)” e “You Want a Battle? (Here's a War)”.
Uma característica bem legal de notar entre uma música e outra foi que o Bullet For My Valentine é uma das maiores bandas de heavy metal dos anos 2000 e até hoje, com mais de 20 anos de carreira, não perdeu a veia underground, interagindo bastante com o público e transparecendo uma alegria de quem estava tocando para inúmeras pessoas pela primeira vez.
A interação com o público incluiu vários pedidos de músicas, como quando a plateia pediu “Tears Don’t Fall” e Matt disse que até acataria o pedido do público, mas teria que ser épico… e vocês podem imaginar o resultado, né? Foi MUITO épico.
E enquanto Matt comandava os vocais, Michael, guitarrista, dividia os backing vocals e era quem mais interagia com os fãs, sempre indo para as laterais do palco cantar junto com a galera, mesmo que em todas as vezes ele acabasse com os olhos atingidos pelas luzes dos refletores que iam direto no seu rosto.
O show também teve uma mini festa, quando Matt avisou que era aniversário de um dos membros da equipe de som da banda e o público puxou um “Happy Birthday To You” pra ele.
Um momento fofo em meio à porradaria que foi o setlist da noite, que deveria ter encerrado com “Scream Aim Fire”, mas, depois de incansáveis pedidos dos fãs (que levaram até cartazes pedindo essa música), a banda avisou que tocaria, enfim, “Hand of Blood”, faixa do álbum The Poison, de 2005, mas com duas ressalvas, uma delas em tom de brincadeira: precisariam da ajuda do público e, se algo saísse errado, era culpa dos fãs.
Os fãs ajudaram e, mesmo que a banda tivesse errado um ou outro acorde, o que não aconteceu, quem estava assistindo ao show não iria se importar nem um pouco com isso, afinal, a emoção que tomou conta daquela noite ficou maior do que qualquer outra coisa naquele momento final, que envolveu alguns stage dives e uma interação ainda maior entre plateia e banda que, ao terminar, agradeceu muito, levantou a bandeira do Brasil, distribuiu baquetas e palhetas e Michael até pegou o desenho de uma fã que estava na grade e quis presentear a banda.
O público esperava ainda mais músicas extras, mas já passava das 22h30 e, infelizmente, a banda não voltou para um show que, pra quem teve a chance de prestigiar, podia estar rolando até agora.
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