Em sua nona edição, o festival Samsung Best of Blues and Rock, que tem como objetivo promover a música instrumental trouxe artistas com uma bagagem enorme para tocar de graça ao ar livre. Trazendo Joe Perry, guitarrista e um dos fundadores da banda norte-americana Aerosmith, com o “The Joe Perry Project”, acompanhado por Gary Cherone (Extreme e Van Halen), Buck Johnson (Aerosmith e Hollywood Vampires), Cris Wyse (Hollywood Vampires e Ozzy Osbourne) e Jason Suter (Cris Cornell e Cher). Além do Guitarrista Yohan Kisser e a percussionista Lan Lanh.
Joe Perry, durante a coletiva de imprensa, se mostrou muito feliz e empolgado de estar no Brasil novamente, evidenciando o quanto era incrível estar ali com o seu projeto solo para as duas apresentações, sexta (15) em Porto Alegre e no Domingo (17) em São Paulo.
Se mostrando bastante à vontade com a breve coletiva de imprensa, Joe disse que durante o período de pandemia, não teve muito contato com outros músicos e que a única pessoa que viu tocar foi o seu cachorro, e que mesmo com a pausa do Aerosmith em turnê, ainda não estava acostumado a tocar na frente de muitas pessoas.
“Você deve imaginar que depois de 50 anos eu já teria me acostumado a tocar na frente de todos, mas na verdade não. Às vezes ainda me pego no palco pensando: ‘O que eu estou fazendo aqui?’ [...] Este arranjo todo de vir para o Brasil foi feito de última hora, mas a banda é muito boa, já havíamos tocado juntos antes, mas só tivemos quatro dias para ensaiar [...] Me sinto honrado de estar aqui”.
Respondendo as outras perguntas, Yohan disse que não fazia um show tão grande assim há 25 anos, sua idade, em tom de brincadeira e que também não pretendia sair do Brasil em definitivo, pois se identificava bastante com a música brasileira.
“Faz uns 25 anos que eu não faço um show tão grande. Fiz alguns shows como Rock in Rio, entre outros públicos grandes, mas este é com o meu nome e trazendo músicas autorais, ainda mais com o desafio de ser totalmente instrumental e sendo depois desse período de pandemia”.
Lan Lanh lembrou das suas influências e do começo da carreira e de alguns projetos grandes que participou, fora do blues, como a turnê com a Cynd Lauper.
Seguindo uma ordem pré determinada de apresentações, o show começou com Lan Lanh, acompanhada de Toni Costa na guitarra, Bidu Cordeiro no trombone, Guto Menezes no baixo e violão e Max Sette no trompete. A banda, acompanhada de Lan Lanh mostrou uma vasta experiência no repertório, tocando jazz, ritmos nordestinos, até Vinícius de Morais, dando destaque para a única música cantada do setlist, “Nós”. Uma música de Tião Carvalho que chegou a ser regravada pela icônica Cássia Eller, com quem Lan Lanh tocava.
A apresentação contou também com uma participação especial da percussionista Silvanny Sivuca, famosa por suas apresentações no “Caldeirão com Mion”.
Já a apresentação do Yohan Kisser, conhecido pelo seu domínio na guitarra, começou com uma grande surpresa com ele iniciando as músicas no piano. Acompanhado de outros musicistas, como Thiago Brisolla no violino e banjo, Salomão Sidharta no clarone e clarinete, Guto Passos no baixo e sintetizadores e William Paiva na bateria e percussão.
Como já citado, o show inteiro foi instrumental, mas fomos surpreendidos ao ver o Yohan se aventurando em outros instrumentos, com muita maestria, como o piano elétrico e o violão de náilon, além de claro, a Guitarra. Toda a narrativa do show foi bem emocionante, com a dedicatória daquele show para a mãe, Patricia Kisser, que veio a falecer semanas antes do show.
Passando de músicas, mais tranquilas, o ápice do show foi quando Yohan, juntamente a banda tocaram clássicos como “YYZ” do Rush e também “Third Stone From de Sun” do Jimi Hendrix, claro, com Yohan na Guitarra.
Já o show mais esperado da noite, de Joe Perry, foi enérgico desde o começo, podendo trazer a nostalgia do encontro de vários ícones em uma banda só. Com quase duas horas de show, o repertório parecia ser estrategicamente pensado no público ali presente, fãs de carteirinha do rock.
As músicas se mesclavam em algumas mais pesadas do Aerosmith, com solos incríveis do Joe, mas também passando por covers de Fleetwood Mac, Led Zeppelin e Tiny Bradshaw. O show parecia de uma turnê tão bem ensaiada, que nem parecia que a banda só teve 4 dias para ensaiar para o show, como enfatizou Perry na coletiva de imprensa, o mesmo se sentia tão à vontade que conversou em vários momentos com o público, algo que não costumamos ver em outras situações.
Muito interesante e ao mesmo tempo instigante o conteúdo qualitativo do presencial artístico apresentado no show em questão. E o fato de conseguir reunir grandes nomes da música nacional e internacional de forma a englobar gêneros e propiciar um evento desse nível, de maneira acessível, torna o referido ainda mais único.
ResponderExcluirA presença de Joe Perry - que é uma 'lenda' [sejamos sinceros]- deu ainda mais brilho ao espetáculo, com seu talento e domínio precisos dos compassos e solos. E assim, em conjunto das apresentações dos demais artistas, entregou com maestria um evento significadamente excepcional.
Parabéns pelo artigo, tanto na consonâncias dos acontecidos durante o show, como de igual forma, a descrição fluida pertinente do início ao fim.
Adorei o artigo! Re arrasa 🥳
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