DNSM completa trilogia de EPs com “Despertar”


A banda paulistana DNSM faz do seu som um convite a pensar sobre questões humanas e sociais por meio de uma musicalidade plural. Entre percussões brasileiras, riffs potentes de guitarra e synths modernos, o grupo propõe canções para dialogar sobre seu tempo. Depois dos dois primeiros EPs, “O Sistema” e “Soma”, agora o quarteto completa sua trilogia de estreia com o EP “Despertar”, já disponível nas plataformas, juntamente do novo lyric video, para a faixa “Ouse o Amor”.
Ouça “Despertar”: https://found.ee/dnsm_despertar
Assista ao lyric video “Ouse o Amor”: https://youtu.be/98Y1LA92GWI 

O projeto conceitual foi uma ambiciosa empreitada da banda, que dividiu as canções em álbuns temáticos. O primeiro, “O Sistema”, trouxe composições que debatem o controle dos indivíduos; já no segundo, “Soma”, o título entrega um paralelo com a droga utilizada no livro “Admirável Mundo Novo”, uma fuga das pressões do sistema. Por fim, “Despertar” é a libertação das amarras anteriores, em um clima mais otimista.

O novo EP foi antecipado pelo clipe “O Tempo”, uma canção que mostra a dualidade dessa medida que rege nossas vidas: embora sirva de imposição dos sistema que aprisiona e pressiona, é por meio dele também que é possível buscar a liberdade. A canção abre o EP “Despertar”, sendo seguida por “Ouse o Amor”, um novo olhar sobre a libertação que o amor representa. 


Em “Aqualtune”, DNSM faz uma homenagem à princesa e africana escravizada no Brasil que resistiu ao sistema colonial e à escravidão. Símbolo de resistência feminina negra e avó de Zumbi dos Palmares, ela se tornou também sinônimo das lutas atuais por representatividade. Por fim, a canção “Dormente” faz uma crítica direta ao atual presidente do Brasil, deixando um alerta de que, mesmo após despertar, é possível que alguém tente nos aprisionar. 

O debate de temas políticos e sociais sempre moveu a sonoridade DNSM. Formada em 2018, as influências da banda vão de Depeche Mode a Secos e Molhados, Mutantes a Chemical Brothers. Entre guitarras, vocais e synths, os integrantes JJ Zen, Deborah, Mr. Rocha e Hypernoise prezam pelo minimalismo e constroem suas melodias atmosféricas acompanhadas de letras onde assuntos como o consumismo em excesso e as desigualdades sociais ajudam a construir a narrativa.

A filosofia da banda surge, também, na sua estética. A pintura no rosto foi inspirada nos Maxakali, tribo indígena de Minas Gerais que utiliza a pintura corporal como prática de espiritualidade e remete ao mundo dos yãmiy, espíritos cantores que são a transmutação da corporalidade de qualquer Maxakali através da pintura. Os Maxakali se pintam tanto no cotidiano como em ocasiões festivas, que tem o objetivo de valorizar partes do corpo que têm relevância social.

Agora, DNSM está pronta para mais um capítulo de sua trajetória. Ao longo de todo o projeto, os músicos vêm apresentando canções onde as diferenças nos unem e o respeito a si mesmo e ao que nos cerca servem como norte para uma sociedade mais justa e menos violenta. Fazendo de suas canções oportunidades para reflexão e de sua musicalidade uma constante evolução estética, DNSM entrega mais um EP onde explora os limites de seu som. 


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