Não é nenhuma
novidade para os fãs de filmes de heróis que a Marvel carrega a fama de ser
claramente superior aos filmes da DC. Mas, quando se trata de Batman, a competição
pode mudar, visto que o morcego de Gothan é um dos super heróis mais populares
e rentáveis da cultura pop.
Hoje chega
aos cinemas The Batman, protagonizado por Robert Pattinson sob a direção de Matt
Reeves. O longa com nada menos que 3 horas de duração é um dos raros acertos da
DC. Reeves adota clima de cinema noir misturado com drama à la Taxi Drive, e um
suspense que lembra Seven. Conhecemos aqui, um Batman que já está há dois anos
lutando contra o crime e sua relação de confiança absoluta com o comissário
Gordon já está mais que bem estabelecida. Nada de histórias de origem ou clichês
comuns ao gênero.
O Charada
de Paul Dano é um vilão completo. Sádico, sarcástico e com um senso de humor
ultra deturpado, suas motivações são claras e coesas. Além dele, há o Pinguim
de Collin Farrel, que traz um viés mafioso, mas sem tanto destaque. Enquanto isso,
a Mulher Gato de Zoë Kravitz ajuda a mover um roteiro com uma trama política e
social com muita naturalidade.
Um
personagem tão icônico como Bruce Wayne requer muito jogo de cintura. Pattinson
foi muito criticado quando escalado e até recebeu conselhos de Christian Bale.
Considerado por muitos como sua grande redenção pelos filmes da saga Crepúsculo,
em The Batman, Pattinson se prova várias coisas. Que é um grande ator, um
excelente Batman, um Bruce Wayne fora da curva e que sem dúvidas tem o que
precisa para protagonizar um longa do herói.
Embalado
pelo clássico Something in the Way, do Nirvana, Bruce Wayne narra em off o seu
descontentamento com Gothan. Assim é a abertura do longa, seguido de um Batman
sombrio, monossilábico, mas muito determinado com a frase “eu sou a vingança”.
A trama toda é guiada por seu discurso com Pattinson passando a grande maior
parte do filme vestindo seu traje. Todo o drama é enfatizado com uma fotografia
espetacular de Greig Fraser (Duna e Star Wars: Rogue One).
É importante
lembrar que o filme já está com 83% de aprovação nos sites de crítica especializada.
Um grande feito para um filme que começou a ser produzido no auge da pandemia e
teve suas gravações interrompidas mais de uma vez e o lançamento obviamente
adiado. O que mostra que a DC também é capaz de esgotar pré-vendas de ingressos
e lotar as salas. Só ainda não transformou os cinemas em um estádio de futebol
como a Marvel tem a fama de fazer.
A Marvel
tem a fama de ser muito maior que a DC em seu universo cinematográfico, mas
também carrega o estigma de seus filmes serem “todos iguais”. Do outro lado, a DC
sempre se mostrou problemática em seu universo, principalmente por questões de
continuidade. Mas em The Batman, a DC atinge mais um triunfo no gênero e Matt
Reeves trilhou um caminho fora do padrão que a Marvel nem seque sonhar em
trilhar em seus filmes.
Apesar da
baixa classificação indicativa (14), The Batman é um filme sombrio, violento e
um pouco assustador. A trama é abrangente e cheia de reviravoltas. Mas ainda
assim, estamos falando de Batman, um herói muito querido do público mais jovem.
Matt Reeves atinge um resultado tão bom quanto o Batman de Christopher Nolan,
considerado um marco nos filmes de super heróis. E falando em Batman, é quase
impossível não já saber o que esperar de MAIS um filme do herói. E ainda assim,
Reeves já nos deixa ansiosos por sua continuação.