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A ideia de lançar as últimas 3 músicas concatenadas junto ao álbum que conta com 7 faixas, é que retrata bem a velocidade que o fim de semana passa, em contraponto aos dias da semana que são mais monótonos e parecem que “não vão acabar nunca”.
Um apreciador do trabalho da “Jorgens” construiu uma crítica faixa a faixa do álbum “Seg/Sex”. O crítico Gustavo Puff (das bandas Endigna / Nivela) tratou de desentranhar dentro da própria visão, não limitando, claro, que quem ouça as músicas se apeguem a isso e fiquem livres para deixar fluir o sentimento para cada faixa e construir os próprios conceitos sobre o álbum.
Segundo ele:
“Em geral trata-se de um álbum consistente com muita dinâmica e maturidade, as camadas das músicas enriqueceram muito a harmonia de todas, as letras são profundas e significativas, contam uma narrativa fluida e gostosa de acompanhar no conceito, porque é definitivamente um álbum conceitual forte.
1- "Fragmento" traz uma introdução agradável e um tanto despretensiosa pra um livro aberto cheio de histórias com um refrão potente e sutil, em um clima quase familiar de ressaca moral
de uma semana cheia com um final de semana de boêmia, guardando as surpresas maiores para as seguintes.
2 - "Segunda" é uma faixa ensolarada, como uma xícara de café matinal, ela tem um abraço acochado, com um som otimista de uma semana promissora o verso agradável é seguido por um refrão mais centrado e pragmático exalando preocupações atuais, o retrato dos novos, velhos aos 22 anos de idade.
3 - "Sobre Portas e Janelas" introduz uma nova e surpreendente sonoridade munida de uma linda homenagem ao blues clássico, com uma das minhas cadências preferidas no álbum todo, essa é uma terça feira romântica e poética com umas das melhores linhas de baixo do CD com um interlúdio que pega desavisados de surpresa precedendo o último lindo refrão acentuando os drives sutis do Diaz acima de um piano que marca presença nas camadas que compõem a faixa.
4 - "João" é uma das faixas mais reflexivas do trabalho, um manifesto de maturidade que conta a história de milhões de "João's e Pedro’s" nos seus 3 minutos de instrumental refinado com violinos entrelaçados na misteriosa atmosfera brilhantemente executados pela participação especial do Galdino (ex membro da trupe O Teatro Mágico), ela é direto ao ponto da ferida da sociedade que a anos condiciona a classe que ergueu com as próprias mãos esse país do zero à uma vida sem luxo, perspectiva ou lazer desde o momento do seu nascimento.
5 - "Solidão" é a balada declarada, uma quinta feira chuvosa na terra da garoa, olhando por uma janela, sentindo falta de um amor sincero ao som de piano e violinos, o coração termina a música apertado pelo clima honesto da canção de um homem que ainda não conseguiu exatamente se encontrar no mapa da vida, divagando entregue ao que sente e se sentindo punido pela própria solidão.
6 - "Mastiga" é uma sexta feira empolgada, cheia de energia e expectativa, a faixa tem sintetizadores “oitentistas” que elevam o som para um tom mais despojado, passagens diferenciadas, letra escrachada e sonoridade honesta, direta ao ponto para um final de tarde de sexta feira animado levando ao inevitável;
7 - "Augusta" é o ápice, o pico da expectativa criada durante todo álbum, a soma das vozes em uma melodia misteriosa e cativante introduzem o refrão mais relembrável de todos e quase um hino pra uma geração que se perdeu no superficialismo para respirar enxofre ao invés de se afogar nas responsabilidades de uma crescente repressão e falta de representatividade de um país retrogrado.
E ao final de toda semana não nos resta outra opção, se não começar tudo de novo, ouvindo essa obra prima no repeat sempre que possível”