ENTREVISTA - FIREWING: "Nós só temos a agradecer a grande recepção e energia dos fãs brasileiros"
Jéssica Mar10/18/2021 04:00:00 PM
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Um novo nome do metal sinfônico surge com destaque no cenário atual, a FireWing. O grupo, baseado nos EUA, foi fundado pelo guitarrista prodígio Caio Kehyayan, graduado na Berklee College of Music, uma das mais renomadas escolas de música do mundo. A banda internacional conta com músicos brasileiros e americanos, Airton Araujo (vocal), Chris Dovas (bateria), Peter de Reyna (baixo), Bruno Oliveira (orquestrações e guitarra) e Caio Kehyayan (compositor e guitarrista).
O primeiro álbum do grupo, 'Resurrection', foi lançado este ano e teve grande repercussao na midia. O disco conceitual traz uma roupagem rejuvenescida com novas perspectivas sonoras para o estilo. A banda faz uma mescla de heavy metal técnico com orquestrações melódicas, renovando a sonoridade do metal sinfônico para os dias atuais e conta com participações especiais que serão reveladas em breve.
Pode nos contar como tudo começou? Como surgiu a ideia de criar o FireWing?Primeiramente, o embrião da banda surgiu quando eu e Airton Araujo iniciamos as primeiras composições em 2015. No entretanto, eu ainda não sabia o rumo que essas composições iriam tomar. Em 2016, quando iniciei meus estudos na Berklee College of Music, eu conheci os outros integrantes, Bruno Oliveira, Chris Dovas e Peter de Reyna, e decidimos terminar essas composições como uma banda, que se tornou a FireWing.
Para quem
não conhece a banda, como você pode descreve-la?
Pra quem não conhece a banda, a
FireWing é uma banda de metal sinfônico com influências de diversos gêneros
musicais, principalmente power e prog metal, no qual foca em trazer uma
história e um universo altamente imersivo. Nosso objetivo principal é expandir
nosso universo não só no âmbito da musica, mas também criar diversos tipos de
conteúdos audiovisuais como quadrinhos, graphic novels e livros para que os fãs
tenham uma experiência de entretenimento completa!
O álbum
de estreia foi muito bem recebido pela crítica. Como a banda se sente em
relação a isso? Superou as expectativas de vocês?
Nos sentimos extremamente felizes
com toda repercussão positiva que o “Resurrection” teve, não só no brasil, mas
também em diversos países do mundo como Alemanha, França, México, Argentina,
entre outros. Agora estamos cada vez mais motivados para seguir trabalhando
duro e mostrar para o público brasileiro que é possível sim fazer Rock e Metal
no brasil da mais alta qualidade!
O disco
conta com grandes participações. Como foi trabalhar com estes músicos?
Sim!
Tivemos a honra de ter a participação de grandes nomes como: Haydée Irizarry
(Aversed, Carnivora), Bill Hudson (Northtale / Doro / Trans-Siberian Orchestra
/ I am Morbid) e a cantora Jenn Sakura estarão presentes, assim como virtuoso
guitarrista brasileiro Luis Kalil, Raphael Dantas (Soulspell, Ego Absence), Joe
Atlan (Pentakill), Fabiano Rodrigues e Ryan Beevers (Unflesh). Foi
um prazer imenso ter trabalhado com todos esses grandes músicos e o mais legal
é que quase todos estudaram comigo na renoamada Berklee College of Music, então
tive a grande sorte de ter grandes amigos que são exímios músicos.
Trabalhar
com outros músicas sempre traz novos aprendizados. Podem nos contar o que vocês
tiraram de novo dessas parcerias?
Acredito que o maior aprendizado
de ter trabalhado com diversos músicos de todo o mundo foi escutar a
interpretação de cada uma dentro das músicas. Essas novas parcerias me
mostraram que ter diversas participações especiais apenas agrega e enriquece
ainda mais o disco porque é basicamente uma impressão auditiva de suas
essências! Então esperem ainda mais participações nos próximos discos da
FireWing!
"Resurrection" é um disco conceitual?
Podem nos contar sobre a história?
O disco é um trabalho altamente conceitual onde iniciamos um
universo próprio onde nos baseamos em diversas culturas e mitologias para
gerarmos nosso enredo. Buscamos trazer fielmente toda essa atmosfera na
sonoridade nas nossas musicas. O conceito se baseia na dualidade do
eterno conflito entre luz e escuridão. Este conceito é trazido ao nosso
trabalho na representação de dois seres mitológicos:
•EMBER: a fênix da esperança, que
procura
restaurar a paz e trazer esperança
para as
almas atormentadas
• VISHAP: o wyvern das trevas, que
quer absorver
toda a existência para reformular a
mesma ao seu modo.
Ambos se enfrentam em um mundo tomado
por caos e desespero, onde os habitantes travam uma constante batalha contra
suas próprias sombras. A existência em si está comprometida e isso será
decidido em uma grande batalha, onde luz e sombras irão se chocar de uma forma
nunca vista antes. Por fim, as letras falam sobre o sentimento mais subjetivo do que
está acontecendo na história. O motivo pela qual optamos por esse
direcionamento se da porque queremos que os ouvintes consigam se conectar e
transporta-las em sua realidade.
Sobre as
composições... Quais as inspirações da banda na hora de compor?
De
uma maneira geral, temos muita influência de bandas de Prog-Power Metal e Metal
sinfônico como Kamelot, Angra, Dream Theather, Adagio, Rhapsody, Nightwish,
Avantaisa, entre outros. Entretanto, temos também uma grande influência de
música clássica, erudita e harmonias modais do jazz por conta dos nossos
estudos na Berklee. Além disso, também somos influenciados por trilhas sonoras
de filmes fantasiosos como por exemplo Disney, Universal Movies, Pixar, etc.
Vocês
levaram quanto tempo para dar a largada de criar o novo álbum, e quanto tempo
até finaliza-lo?
Na
realidade, o sonho e chama inicial dessa banda nasceram em 2015. Porém, no ano
seguinte, eu me mudei para Boston afim de dar inicio aos meus estudos. O
momento que o sonho se tornou mais real foi quando conheci os outros três
integrantes, na Berklee, que acrescentaram novas ideias e fizeram com que a
FireWing se tornasse a banda que é hoje. E a demora para o lançamento e
divulgação da banda também foram decorrentes do processo 100% remoto de pré produção
e gravação do disco, que ocorreram em 2 países diferentes. Toda a parte de
gravação foram finalizadas no ano de 2019 e a mixagem e masterização foram
feitas no ano seguinte de 2020. Acabmos esperando um pouco mais pra lançar o
disco no dia 23 de Abril de 2021 por conta da pandemia e é muito gratificante
ver todo esse trablho sendo reconhecido após tanto tempo de trabalho!
Com a
pandemia, todos estão trabalhando virtualmente. Como foi essa experiência para
vocês?
Trabalhos na parte de produção de uma maneira quase que toda
virtual e posso dizer que foi uma experiência muito satisfatória. Posso dizer
que a Berklee nos preparou para esse tipo de dinâmica, porque atualmente a
indústria da musica profissional já trabalha na sua grande parte remotamente,
então mesmo antes da pandemia já estávamos acostumados com essa conduta.
A banda é
vista como "gringa" aqui no Brasil, mas sua maior parte é formada por
músicos brasileiros. Como tem sido isso para vocês?
Consideramos a FireWing uma banda
internacional, porque mesmo que a maior parte da banda é brasileira, quatro dos
cinco integrantes se conheceram em Boston, nos EUA, e atualmente continuam
morando no exterior.
Como a
banda está sentindo a energia dos fãs brasileiros em relação ao disco? E os fãs
pelo mundo?
Nós só temos a agradecer a grande
recepção e energia dos fãs brasileiros. Estamos recebendo muitas mensagens em
nossas mídias sociais de apoio e carinho e isso só nos faz continuar produzindo
mais e mais conteúdos para todos vocês! Por conta de nossa gravadora ser Alemã,
a Europa é um território onde tivemos uma excelente aceitação, por ser o
continente do “Power Metal”, mas também toda a América Latina nos abraçou e
tivemos a oportunidade fazer entrevista para rádios e canais de TV aberta do
México e Argentina.
Qual sua
opinião se for comparar a cena musical do metal no Brasil e no exterior?
Mesmo que no Brasil temos grandes
bandas com uma qualidade musical que se compara ou que até supera muitas bandas
do exterior, eu acredito que a principal diferença é que no exterior (EUA,
Europa) o circuito de casas de show e turnês são muito mais completos do que no Brasil. Lá fora, há a oportunidade desde as bandas iniciantes de fazerem turnês
de escala pequena até ás bandas gigantes que tocam em grandes casas e estádios.
Já no brasil, existe um buraco estrutural entre as bandas menores, que não tem
espaço ou oportunidade de mostrar sua qualidade e seu trabalho para mais
pessoas pela falta de estrutura que nosso país infelizmente tem.
O que a
banda está fazendo para promover o disco, já que estamos impossibilitados de
realizar shows?
Atualmente estamos focando muito
em produzir conteúdos para as mídias sociais para continuar expandindo o
conceito do nosso disco de estreia, o “Resurrection”. Também estamos planejando
fazer novos lyric vídeos e releituras/novas versões de nossas musicas.
A banda
está ansiosa para trazer a turnê do disco para o Brasil?
Estamos muito ansiosos para
realizarmos a nossa primeira turnê no Brasil e estamos muito confiantes que
2022 será o ano da nossa estreia em terras brasileiras!
Podem
deixar uma mensagem para os fãs brasileiros?
Muito obrigado a todos pela grande recepção e por acreditar
no trabalho que estamos fazendo. Nosso objetivo é sempre estar entregando
musica de alta qualidade que toquem os corações de todos vocês, porque para a
FireWing, música tem que ser escrita com alma para ter significado. O disco se
encontra disponível em todas as plataformas digitais e nossos vídeos estão
disponíveis no canal de Youtube da nossa gravadora Alemã, Massacre Records.