Bemti lança “Logo Ali”, segundo disco com importantes participações especiais e colaborações

(CAPA: Artista: Paulo Marcelo Oz / Fotógrafo: Mateus Lustosa / Figurino: Apartamento 03)


O mineiro Bemti lançou, na noite desta quarta, dia 29, o disco “Logo Ali”, realizado através do edital Natura Musical. O álbum conta com uma extensa lista de participações especiais e colaborações, como Fernanda Takai, cantora indicada ao Grammy Latino 2021, que participa da faixa “Quando o Sol Sumir” lançada como single no último dia 23. Assim como em seu primeiro disco - “era dois”, lançado em 2018 - o novo álbum tem como base uma sensível exploração da viola caipira de 10 cordas, mas expande esse som para arranjos de proporções épicas, além de caminhos e temas inexplorados pelo primeiro disco.

Além de Takai, o disco conta com participações especiais do paraense Jaloo, da baiana Josyara, do artista português Murais (membro da emblemática banda portuguesa Linda Martini) e do duo paulistano ÀVUÀ. Entre os musicistas convidados estão Helio Flanders, Paulo Santos (do grupo Uakti) e Marcelo Jeneci, que co-produziu, toca e canta vocais de suporte na faixa “Livramento”, junto a Paulo Novaes, artista indicado ao Grammy Latino 2021. Já nas composições, há colaborações com artistas como Roberta Campos, Barro, Nina Oliveira e Pedro Altério, membro do 5 a Seco (produtor musical do disco ao lado de Luis Calil, líder da banda Cambriana).


A capa é uma “reinvenção expandida” do quadro “O Derrubador Brasileiro” (1879) de Almeida Júnior, notório artista do realismo brasileiro, famoso por registrar com “rigor acadêmico” cenas do cotidiano caipira. Numa mistura de fotografia e arte digital, Bemti repousa com os pés descalços num cenário de floresta tropical semi-derrubada, encostado na viola caipira ao invés do machado da imagem original. Segundo Bemti, uma “representação de cantar experiências pessoais envolto por uma sensação constante de mundo acabando: um apocalipse tropical diário”.


“O ‘Logo Ali’ é um disco sobre amar e desamar atravessado pelo eterno fim e recomeço de todas as coisas, tendo o afeto, a arte e a criação como refúgios em tempos difíceis. Um disco sobre caminhar em direção a algo que está sempre quase chegando, que pode ser um futuro melhor ou o colapso definitivo”, conta o artista.


“O título evoca o que dizem sobre não confiar quando um mineiro te diz que alto está ‘logo ali’, porque geralmente está muito longe, mas a gente precisa aguentar até chegar lá. E aí acho bonito o simbolismo de tantas vozes e mãos terem colaborado no álbum - mesmo que à distância por causa da pandemia - porque são as pessoas que nos acompanham nessas jornadas que precisamos suportar individualmente. Espero que quem escute o disco se sinta parte desse mundo sonoro onde estamos todos reunidos: um mundo instigante e apaixonante. O logo ali”, completa.


Bemti nasceu numa fazenda na Serra da Saudade, em Minas Gerais, com avôs violeiros que tocavam em Folia de Reis. Formado em Audiovisual pela Universidade de São Paulo, o mineiro também desempenha diversas funções no material visual que acompanha o disco. E desde seu primeiro single, “Gostar de Quem” (de 2018), Bemti se posiciona nas letras e clipes como artista LGBTQIA+, um dos motivos para que ele defina sua música como uma mistura de “queer-folk, MPB e indie-pop”. 


Neste lançamento, a viola caipira de 10 cordas conversa tanto com arranjos grandiosos de sopros e cordas quanto com arranjos eletrônicos de diversas referências contemporâneas. Entre as inspirações, nomes tão diversos como Milton Nascimento, Bon Iver, Arcade Fire, Baleia, Phoebe Bridgers, Tulipa Ruiz, Moses Sumney, Joni Mitchell, Björk, entre outros. “A viola caipira funciona como filtro dessas diversas influências nacionais e internacionais, tendo como base um instrumento que surgiu no Brasil mas se perguntando a todo momento o que é ‘soar brasileiro’? Quais códigos dessa ‘brasilidade’ são símbolos e quais são clichês?”, complementa.

Com 12 faixas e 40 minutos de duração, “Logo Ali” se divide em dois atos unidos por um interlúdio. Bemti conta: “Por ter formação como roteirista, sempre gostei da ideia de fazer discos narrativos. Repeti e amplifiquei no álbum algo que adorei fazer no ‘era dois’, mas lá a história era bem mais simples: uma ruptura e um recomeço. Então tivemos um trabalho muito meticuloso na hora de entender e executar o flow entre as músicas e a história que o disco conta, tanto musicalmente quanto liricamente! O primeiro ato é mais diurno, afetivo e pré-apocalíptico enquanto o segundo ato é mais noturno, solitário e cataclísmico. O final aponta para uma vontade de viver muita coisa mesmo num cenário inóspito, e se pergunta quando e se a gente realmente chega nesse outro lado. Uma mistura constante entre o íntimo e o superlativo’ ”.


Outros destaques entre os músicos ficam por conta da baterista Bianca Predieri (Jadsa), da violista Kinda Assis (Teko Porã) e de Cauê Lemes, que toca piano de cauda e fez a pré-produção do disco. A mixagem do disco é assinada por Luis Calil e a masterização é de Florencia Saravia-Akamine. “Logo Ali” foi majoritariamente gravado nos estúdios Ilha do Corvo em Belo Horizonte (com Leonardo Marques) e Gargolândia em Alambari (com Thiago Baggio, engenheiro de som indicado 5 vezes ao Grammy Latino).


“Logo Ali” sucede o disco “era dois” que foi lançado em 2018 e já ultrapassa 1,2 milhão de plays somente no Spotify. “era dois” têm participações de Johnny Hooker, Tuyo e Natália Noronha e entrou em diversas listas de Melhores do Ano como da Rolling Stone Brasil. Com o disco, Bemti tocou em 9 estados e 3 países, incluindo festivais como o Bananada e o Timbre e um show esgotado em Buenos Aires no início de 2020.


Ouça “Logo Ali” nas principais plataformas digitais aqui: https://ditto.fm/logoali 

Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.