Texto por Natalie Spiller
Recentemente nos deparamos com uma rivalidade entre millennials e geração Z, o que nos rendeu alguns memes e boas risadas. Entre todo esse cenário sobre gerações, Badflower, banda estadunidense formada em 2013, que costuma abordar temas fortes e questões autorreflexivas muito intensas, trouxe à tona a problemática por trás dos jovens adultos de 30 anos, com a música '30'. Sendo assim, trago um viés mais reflexivo sobre tal idade e o caminho sobre o qual estamos trilhando.
Os millennials (ou geração Y) são uma geração de transição, ou seja, foi a primeira a conviver diretamente com um fluxo direto de informações tecnológicas. Logo, a internet, com seus benefícios e malefícios, nos apresentou uma série de consequências advindas desse dilúvio de ideias. E esse excesso de ideias nem sempre é tão bom assim. Primeiro começa a confusão mental, depois as comparações (pois o amigo de um amigo já está com uma carreira intacta e muito bem estabelecida), as cobranças internas e externas, porque nos disseram que precisamos nos formar aos 22, ter a casa própria aos 23, casar aos 24 e ter filhos aos 25. Ah, e não se esqueça de fazer exercícios físicos regularmente e se alimentar adequadamente! Chega os 30 anos e simplesmente nada disso aconteceu, além de parecer algo muito remoto.
Tudo deve ser milimetricamente planejado e, quando algo sai do controle, parece que todo o sistema entra em colapso. A linha tênue entre manter os pés no chão e correr atrás dos seus sonhos (quando ainda nem se sabe de fato qual seria esse sonho) se torna o maior paradoxo dessa estrada. A ânsia em definir apenas uma rota para seguir durante toda a nossa vida nos torna receosos em abrir novos caminhos. Porém, quando decidimos nos dar a oportunidade da tentativa, começamos uma busca frenética em novos empregos, novas áreas, novas amizades, novas vivências...
O fato é que a vida é cíclica e podemos seguir sua fluidez quando nos permitimos vivenciar certas mudanças. Se sentir perdido é completamente normal e ouso dizer que é uma sensação que nos acompanhará não somente aos 30 anos, mas em muitas épocas e circunstâncias de nossas vidas. O que dita o quantitativo desse sentimento é o peso que damos a ele. Parece até papo de coach, mas, acredite, eu também estou me sentindo perdida escrevendo este texto. Sou formada em um curso que sempre odiei e tive certeza que nunca exerceria a profissão. Quando eu finalmente achei que tudo havia se resolvido, descobri que a minha segunda graduação é algo que eu amo estudar, mas ainda sigo na dúvida se é realmente isso que eu quero TRABALHAR (entende o dilema?). Algo em mim se calou quando me dei conta que a maioria de nós se encontra nessa posição de desalinho com as expectativas alheias. E até mesmo com as nossas próprias expectativas. Dar um basta nessas cobranças e se redescobrir é o primeiro passo para o verdadeiro sucesso (mais uma vez, provando minhas habilidades como coach). Se você tem vontade de tentar uma nova profissão, não pense que é tarde demais, apenas vá!
Somos vistos como uma geração um tanto quanto perdida, mas na verdade somos apenas intérpretes de uma poesia livre escrita sem linhas no caderno da vida. Não há problemas se o caminho for tortuoso, um dia a gente acha o nosso atalho. Ah, e ouçam Badflower!!
Você pode conferir o clipe oficial através o link abaixo: