Na base, dando todo o clima do registro, guitarras, beats eletrônicos e tambores, tocados pelo Mestre Mario Pam (Ilê Aiyê) e Japa System (Baiana System). Essa percussão, potente e cheia de significados, traz um movimento de celebração ancestral que conecta a Bahia ao mundo. Nas vozes, relações geográficas, culturais e espirituais ganham vida com as cantoras Okwei Odili (Nigéria) e Pali (Argentina). O brasileiríssimo Dieguito Reis, também integrante da banda Vivendo do Ócio, está entre as participações especiais.
“Nesse trabalho sentimos a necessidade de ampliar o sentido de pertencimento dos baianos, brasileiros e sul-americanos que estão ligados e interligados ao continente africano por meio do oceano. Isso é muito poderoso e representativo pra gente. Queremos estreitar esses laços e construir novos caminhos de encontro, sem contudo deixar de reconhecer que essas rotas e correntes já serviram ao cruel objetivo de escravizar”, explica Graco, que também assina a produção de todas as 4 faixas inéditas do registro.
As mixagens ficaram por conta de Dudu Marote e Victor Vaughan. A masterização é de Fernando Sanches. As fotos e a capa do disco são assinadas por Mariana Ayumi e Natália Arjones.
Nesse mergulho, que toca, canta e encanta pela eletricidade, Olodum, Ramiro Musotto, Timbalada, Mia Couto, Ernest Hemingway, Itamar Vieira Junior e a performance “Lavagem“, de Raiça Bomfim, são algumas das inspirações.
“Atlântico Sul” é realidade litorânea, urbana e caótica. É política. Um retrato das batalhas do cotidiano e a lida de quem luta em busca da vida.
1- Atlântico Sul
A primeira faixa do disco traz a força do feminino através das vozes de Okwei Odili (Nigéria) e Pali (Argentina), propondo o encontro de países banhados pelo Atlântico Sul. A faixa cantada em português, espanhol, igbo, ukwani, yoruba e inglês traz a diversidade de culturas interligadas histórica e geograficamente por “este amor atlántico profundo”.
2- Salvation
“Corrente de ferro, corrente de mar, uma te prende outra leva você (...) O mar que separa me liga a você.”
As puxadas de rede em Itapuã e o livro “O velho e o Mar” de Ernest Hemingway são as referências para a terceira canção do EP. “É guerra de vida e morte, é peso, é peso (...) O velho sente o corpo mas não solta a corda.”. As batalhas do cotidiano e a lida no mar para buscar a vida.
4- A Mulher em Flor
SOBRE BAYO
Formado pelo músico, compositor e produtor baiano Graco em parceria com Nina Campos, BAYO revisita as raízes do samba-reggae e dos sambas-afro, mixando referências de uma Salvador litorânea, urbana e caótica, riffs de guitarra e beats eletrônicos.
O projeto é fruto das experiências acumuladas nos anos de trabalho que ambos tiveram com diversos gêneros musicais. Graco fez parte da banda de hard core Inkoma, da banda Scambo e atualmente se dedica ao projeto Bailinho de Quinta. Nina integrou a Flauer e hoje se dedica ao punk rock da Macuma Love.
A primeira faixa do duo, “Paraguaçu”, faz parte da coletânea “Bahia Music Export” e da compilação inglesa “The Rough Guide to Psychedelic Samba”. A segunda, ”Peixe”, parceria com Fábio Cascadura, foi uma das finalistas do XIII Festival da Educadora, enquanto o terceiro single, “Oriente”, também ficou entre as selecionadas para o mesmo festival na sua XV edição.
Em 2017, Graco e Nina realizaram seu show de estreia durante o “Festival no Caminho”. Foram acompanhados dos percussionistas Mestre Mario Pam (Ilê Aiyê) e Nanny (Cortejo Afro). Em 2018, participaram das programações do “Panorama Lado BA”, do “LáLá B” e “Festival Hype”, por onde circulam artistas de destaque da atual música baiana e brasileira.
Em 2018, divulgaram o primeiro disco, "Peixe". A faixa-título do registro, uma parceria com Fábio Cascadura, foi a música baiana mais executada na Educadora FM e também ganhou versão audiovisual assinada pelo consagrado diretor Rafael Kent. Com esse repertório, tocaram no Festival Sangue Novo e Digitália.
Dois anos depois, já em 2020, BAYO lançou o single “Correnteza” em parceria com Nikima e participou do Festival Espanhol “Percumon”.
*Projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.