Depois de mais de um ano em isolamento estávamos todos ansiosos para ver o próximo filme do MCU. Ainda mais por se tratar do filme solo de Natasha Romanoff, a Viúva Negra. É apenas o segundo longa da Marvel com uma protagonista feminina e por mais que isso seja bom em termos de representatividade, o longa peca em se posicionar de uma forma mais clara como fez com Capitã Marvel.
O principal
problema com Viúva Negra é que, mais uma vez a Marvel não soube aproveitar o potencial
da personagem nem mesmo em seu filme solo. O roteiro é carregado com os
elementos mais básicos e genéricos daqueles que ficam no patamar dos filmes
mais esquecíveis da Marvel. Isso se deve provavelmente ao fato de que Viúva
Negra é a versão de Natasha de Capitão América – Soldado Invernal. É quase que
o mesmo filme.
E não é
nem a própria Natasha que desperdiçada em seu próprio filme. O Guardião
Vermelho de David Harbour entrega muitíssimo menos do que o trailer prometia e
além de ser a versão russa de Steve Rogers, o personagem tem como única função
ser o alívio cômico através de um personagem raso e quase caricato.
Diferentemente
de Mulher Maravilha ou mesmo Aves de Rapina, Viúva Negra não passa sequer uma
mensagem para seu público feminino. É o genérico do genérico do que a Marvel é
capaz de fazer. Outro elemento que apenas contribui para o fracasso do longa é
o momento da cronologia do MCU em que a história se passa. Os eventos de Viúva
Negra acontecem logo após os de Capitão América – Guerra Civil de forma nada
convincente.
Faltou
elementos que tornasse a história de Natasha única e que desse ao longa sua própria
identidade. Tudo o que seu filme solo poderia ter sido foi amarrado de forma
abrupta e sem muitos caprichos. Uma pena que tenha sido assim após a importância
que a espiã teve em Vingadores: Ultimato.
Infelizmente,
talvez o único grande triunfo de Viúva Negra seja Yelena: A irmã mais nova de
Natasha interpretada por Florence Pugh que praticamente carrega os melhores momentos
do filme nas costas. Yelena é um contraponto teimoso de Natasha e é o que ela
precisava para conseguir se mostrar uma personagem mais humana. E é na química
entre as duas irmãs que Viúva Negra se salva de ser um completo fracasso.
O resultado final não é de se surpreender, uma vez que já vimos a Marvel
desperdiçar Natasha Romanoff antes e isso escancara a dificuldade do estúdio
de contar histórias femininas. Mas depois de demonstrar um cuidado maior com as
produções televisivas, Viúva Negra chega em 2021 já com um ar ultrapassado, obsoleto. Talvez
o estúdio devesse largar personagens que infelizmente não tiveram seus
destaques e desenvolver melhor e com
mais cuidado novas narrativas femininas. É a lição que fica.