Contra tudo e todos no que diz respeito ao descaso do governo federal ante à pandemia da covid-19 e a eficácia do mecanismo constitucional do impeachment, o Caverjets tem a resposta no novo single 'Genocidas': derrubar os dois figurões boçais da presidência.
Com rock n' roll cru e verve do punk rock, a banda carioca entrega mais uma música de teor político e humor, o quinto single do disco de estreia, O Manifesto Caverjetico.
Genocidas' é repleta de frases irônicas e de críticas escancaradas contra um Brasil desgovernado e isolado de todo o mundo por mazelas políticas, principalmente do Palácio do Planalto.
Xandão do Rock, o vocalista e baixista, comenta sobre a 'Genocidas'. "A música é uma crítica a tudo que está ocorrendo no Brasil e à própria eficácia do mecanismo constitucional do impeachment, pois, ocorrendo esse, vamos trocar um genocida por outro. Bolsonaro, o genocida boçal, pelo Mourão, o genocida general".
Se a letra é inspirada, segundo Xandão, na "história da humanidade", a sonoridade de 'Genocidas' tem arranjos inspirados em Ratos de Porão, Surra, Brujeria e nos clássicos Black Flag e Sex Pistols.
"Tentamos nos prender nos fundamentos do punk rock em termos de arranjo por ser uma música de protesto contra o regime fascista que estamos vivendo", destaca o vocalista.
Aliás, a postura política da Caverjets é bastante clara: esquerda libertaria, antiproibicionista e contra o conservadorismo da teocracia que está se instalando na nação.
"O que expressamos através de nossas músicas é que todos têm direito à liberdade, e o papel do Estado é de garantir e não restringir, como acontece na nossa nação corrompida", completa Xandão.
1964 foi gravada na Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, com produção de Felipe Rodarte. A música é disponibilizada nas plataformas digitais via selo Toca Discos.
Música de combate, de enfrentamento e com discurso aberto, sem soar panfletário, a 1964 de Felipe Habib e Paula Raia alerta que, apesar de parecer mentira, os horrores do passado ainda são temores do presente, além de exaltar uma desoladora verdade: o tempo parou, o futuro não chegou.
A composição nasceu em 2018, logo após as eleições presidenciais do Brasil naquele ano. A letra é de Paula, musicada por ela e Habib. 1964 é plural, como o golpe, como as tensões provocadas pelas consequências deste período. Tem a densidade da MPB e a potência do rock, usados ora com sutileza, ora de forma abrupta.
Cada palavra e expressões têm seu peso em 1964 – seja a música ou o golpe. “Voltei às pressas/Com as pernas presas/Pra avisar aos meus/Que a voz do povo/Não é a voz de Deus”, canta Paula e Habib com dramaticidade, numa crescente e um pouco de desespero, um grito que se prolonga com um solo de guitarra.
A versão de estúdio de 1964 chega ao streaming após o Tuim lançar Dia Santo, com participação da cantora sergipana Sandyalê. A próxima canção é Cantos, junto a Caio Prado. As três músicas se comunicam por meio de um discurso contra o regresso político e social no país, um posicionamento que Paula e Habib assumem enquanto indivíduos e banda.