Com mensagens diretas, Escombro mostra cicatrizes em novo EP


O quarteto hardcore Escombro atinge a maturidade em Cicatrizes, EP de cinco músicas já nas principais plataformas de streaming via Canil Records. Com sonoridade encorpada, moderna e letras desafiadoras, mas também contestadoras e otimistas, a banda de São Paulo eleva o gênero a outro patamar e, claro, com muitos riffs, coros, breakdowns e linhas vocais faladas.


O título é a síntese do debate que o Escombro sempre propõe. “Não deixe que as dores, feridas e cicatrizes tomem conta de você, elas têm que servir de aprendizado, te construir como pessoa. São marcas que te fazem crescer e chegar ao lugar onde se encontra hoje”, fala o vocalista Jota.



Como em lançamentos anteriores (o single ‘O Peso de Sobreviver’ e o EP ‘Eutanásia Social, além do álbum homônimo, de 2017), o Escombro em Cicatrizes é um rolo compresso político, crítico da censura e do cerceamento de qualquer liberdade, da violência, da desigualdade social e da corrupção, mas é também uma banda que propõe reflexões pessoais em cima de temas atuais.
O nome das canções são sugestivas: ‘Mundo Cão’, ‘Sofrer’, ‘Cicatrizes’ (com a participação de Milton Aguiar, do Bayside Kings) e ‘Acreditar’ - além do manifesto presente em ‘Intro’.
A entrada de Renato Romano na guitarra é crucial à sonoridade de Cicatrizes. É um músico moderno e técnico, cujo jeito de tocar acentua a bateria e abre espaço para a voz.
Cicatrizes mostra um trabalho de perfeita sintonia entre a bateria de Felipe Felipeles, a guitarra de Renato e o baixo de Igor Fugiwara. Ambos os instrumentos têm o mesmo groove, com uma pegada hardcore moderna e agressiva.
Além disso, são os fraseados da guitarra de Renato que trouxeram um novo horizonte ao trabalho vocal de Jota, que aqui apresenta linhas que cortam o instrumental. Em outras palavras, são linhas de vocal mais faladas. “Encontrei uma pegada de cantar que me agrada mais, me encontrei como vocalista”, comenta o vocalista.
E o resultado deste EP é o que o Escombro mostrará daqui em diante, sempre com punhos cerrados e levantados, leais ao lema que criaram: Hardcore por um Mundo mais digno, que também é o nome do festival que a banda organiza anualmente, unindo música de resistência e ações beneficentes.