Resenha: Lady Gaga - Chromatica (2020)

Acordei hoje pela manhã e me deparei com esse disco. Gosto de Lady Gaga mas confesso que não estava a par de suas notícias, muitos menos sabia que estava para lançar um disco novo. E para minha surpresa, aqui estou ouvindo "Chromatica". Só pela arte da capa já temos ideia do que está por vir, a velha e boa Lady Gaga. Retornando ao som de seu auge eletro-pop maximalista, o que a tornou famosa, Gaga explora traumas enterrados, doenças mentais e as complexidades da fama.

Originalmente programado para ser lançado em 10 de abril de 2020, através das gravadoras Streamline e Interscope Records, O sexto álbum da carreira teve seu lançamento adiado para 29 de maio de 2020, devido à pandemia de COVID-19 e chega com aquela icônica Lady Gaga extravagante que conhecemos nos anos 2000, trazendo músicas que seguem a tendência da atualidade - músicas inspiradas na nostalgia dos anos 80 e 90. Comparando rapidamente com os lançamentos anteriores, por mais que esse disco pareça com o "Born This Way" (2011) ou "Artpop" (2013), "Chromatica" trouxe uma Gaga mais madura e mais moderna do que nunca.

Claro que já podemos ver várias críticas da mídia sobre este novo trabalho, algumas realmente acharam o disco fraco, mas eu, que tanto amo coisas estranhas e diferentes... Confesso que curti sim. Talvez pelo fato de sentir um pouco de Madonna e Paula Abdul... Neste disco, Gaga tem auxílio de dois DJs (Axwell e Skrillex) e de mais seis produtores. Mas quem comanda a produção mesmo é o Michael Tucker, um americano de 29 anos que usa o codinome BloodPop. Ele produziu cinco músicas do "Purpose" de Justin Bieber e outras cinco do "Rebel Heart" de Madonna. Também ajudou Gaga a criar "Joanne" (2016).

"Rebel Heart" de Madonna também foi alvo de duras críticas, assim como "Chromatica", mas como o disco acabou de sair do forno, ainda podemos ver alguns elogios. Mas vamos falar das músicas, e já digo que "Babylon" chamou minha atenção, começo falando da faixa que fecha o álbum com chave de ouro, repare na batida e logo lembrará de "Vogue" da minha diva, Madonna. Também é uma música chiclete e que cairia bem na pista - fácil de cantar, até meu afilhado de 10 anos já está cantando. O segundo single do álbum, "Rain On Me" foi lançada na semana passada e levou o público, com razão, ao delírio. Combinando os vocais graves de Gaga com o tom angelical de Ariana Grande, e o clipe lembra o hit "Break Free" de Ariana.

Sou suspeita para falar, pois sou grande fã de 80% dos artistas dos anos 80, e uma música com Elton John é tudo que eu queria ouvir em pleno 2020. "Sine From Above" traz isso. Gaga sempre foi grande fã de Elton e nessa música os dois celebram uma das fases da vida que os dois tem em comum, cantando "Quando eu era jovem, me sentia imortal". Outra música que vai bem nas pistas e que traz o Elton John jovial e empolgante como há muito tempo não se via - posso citar que me lembra o hit "I'm Still Standing", lançado em 1983 por Elton. A faixa seguinte "1000 Doves" é a faixa hino do disco, aposto que os fãs irão adorar essa.

Citei as faixas que me cativaram, mas não posso deixar de comentar a grande jogada de Gaga em aproveitar a onde do K-pop e chamar o grupo BLACKPINK para a faixa "Sour Candy", aproveitando a onda do k-pop e chamando os fãs do estilo. A faixa usa o sample da música "What They Say" de Maya Jane Coles, e quem também usou esse sample foi a Katy Parry no single de 2017, "Swish Swish".

Aqui temos uma estrela pop camaleônica na veia de Bowie, Prince e Madonna, inspirações sempre presentes nos trabalhos de Lady Gaga. "Chromatica" traz os anos 80, 90 e 2000 mas com um toque moderno, que a Lady gaga soube dosar muito bem. Um disco que cairia bem na Parada LGBT que aconteceria agora em Junho, mas foi adiada devido a pandemia do COVID-19. Já estou esperando encomendando minha cópia física do CD e aguardado uma versão rosa ou do LP.