“Limaia” é totalmente ambientado em São Cristóvão e mostra um pouco da gênese da The Baggios. O nome da música dá a dica: é sobre o busca-pé de tamanho avantajado, que é corriqueiro em festejos de São João da cidade de São Cristóvão, onde nasceu a The Baggios.
No clipe, Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria) e Rafael Ramos (piano, órgão e baixo) percorrem as ruas de São Cristóvão se preparando para o folguedo e atuando no festejo em si, manuseando imponentes limaias – acesas, elas reluzem como uma enorme espada Jedi. Banda e moradores reais também aparecem em icônicos espaços da cidade, como a Igreja do Carmo, onde fica a sala dos Ex-Votos.
Outra importante referência no videoclipe de “Limaia” é uma imagem de um personagem folclórico de São Cristóvão que deu nome à banda. O Baggio, como era conhecido, foi um artista andarilho da região, que usava um macacão jeans sem camiseta por baixo e andava pela cidade tocando seu violão.
SHOW EM SÃO PAULO DIA 29/2 - Junto ao videoclipe, a The Baggios confirma que fará uma apresentação especial no dia 29 deste mês de fevereiro, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Além do trio, o show terá em palco um naipe de metais e um percussionista.
Vale lembrar que a banda encarara mais uma turnê pela Europa entre maio e junho deste ano, com mais de 28 datas já agendadas. O giro é uma realização da Brain Productions Booking (agência de música do manager da banda, Bruno Montalvão), em parceria à Yummy Tuffles Collective (Itália).
No intuito de proporcionar uma melhor experiência para assistir o clipe de “Limaia”, confira um glossário de algumas palavras e referências da produção:
São Cristóvão, SE - é a quarta cidade mais antiga do Brasil, e foi lá que nasceu a The Baggios. Julio Andrade, vocalista, guitarrista e fundador da banda é nascido e criado em São Cristóvão. A cidade é conhecida mundialmente pelo seu casario e igrejas históricas, além de ter o mais importante Museu de Arte Sacra do Brasil. Destaque para a Igreja do Carmo, onde fica a sala dos Ex-Votos.
Limaia - O nome “Limaia” vem das limalhas de ferro que são misturadas com pólvora para dar grande brilho ao rojão das espadas. Essa por sua vez é feita de pedaços do caule de bambu ôco, onde é socada uma grande quantidade de pólvora com limalha, argila (para tapar a frente e o fundo da taboca) e amarrada por cordas de sisal para reforçar o bambu. Essa peça de fogo de artifício que corre no chão, zigue-zagueando, é coisa típica do São João nordestino e principalmente em Sergipe, onde há uma tradição de guerra de espadas ou limaias como é conhecido os busca-pés (um tipo de espada que explode) de tamanho avantajado.
Tição - pedaço de lenha ou de carvão aceso ou meio queimado. Serve para acender a Limaia (Busca-Pé).
Candeeiro - utensílio de formatos variados que, contendo líquido combustível e provido de mecha ou torcida, se destina a iluminar.
Ex-Voto (do latim: Por força de uma promessa, de um voto; ou a abreviação de ex-voto suscepto - o voto realizado) é o presente dado pelo fiel ao seu santo de devoção em consagração, renovação ou agradecimento de uma promessa. Geralmente as pessoas reproduzem: cabeças, pedaços de braços, pernas, mãos, pés... coração, tronco, etc e depositam dento de uma sala especial na Igreja do Carmo, em São Cristóvão.
Pisa-Macio - é uma bebida típica da cidade de São Cristóvão, foi criada por Seu João há mais de 30 anos em São Cristóvão e é composta de cachaça limpa, limão, canela, mel e cravo.
Caceteira - A Caceiteira de Mestre Rindú, existente há mais de 130 anos, criou o ritual do cortejo para festejar a entrada do seu principal mês (Junho, o mês do São João). Com esse cortejo originou-se a festa do mastro da cidade, onde os moradores buscam na mata uma árvore velha e a colocam no meio de uma praça, penduram prêmios diversos e armam uma fogueira ao redor do seu tronco, cantando e batucando até a madrugada, esperando o mastro cair e assim garantirem seus presentes. Quando a árvore cai, é a hora de começar a guerra de Limaias, enquanto as pessoas buscam os brindes. A música da Caceteira é composta por zabumba, tarol, ganzá... Com cantigas antigas e tem muita dança, tudo isso somado a espadas, busca-pés, pitus e bombas. Em 1978 um grupo de moradores mais rebeldes levaram cachaça para os cortejos, deixando o Rindú contrariado, e isso fez gerar o grupo da caceteira dos macacões, a turma que gostavam de uma farra regada a álcool.
Ficha técnica do videoclipe
Direção: Raphael Borges
Fotografia: Vicente Otavio
Edição e Finalização: Julio Andrade
Produção: Kika Medeiros
Assistente: Val Santos
Assistente 2: Edu Freire
Still: Fernando Correia
Agradecimentos: Fernanda Marques, Eluar, Marco Aurélio, Edu Freire, Heraclito Rollemberg, Ailton do Bar, Museus dos ex-votos, Crides Fogueteiro, Danilo Dorneles e a Turma da Fogueterada