Ao que dizem, no outono de 1969, Paul McCartney morreu. Os primeiros boatos foram divulgados por DJs e estudantes universitários: McCartney havia morrido em um acidente de automóvel em 1966 e os outros Beatles eram cúmplices para esconder essa história.
O movimento "Paul Is Dead" foi cessado quando a Life enviou uma equipe para a Escócia e tentar achar McCartney. O mundo deu um suspiro de alívio depois que a revista publicou uma matéria de capa em novembro com o título: "Paul ainda está conosco" e uma foto ao lado da jovem família.
No entanto, durante o mesmo período, McCartney sofria uma espécie de "morte espiritual" com o rompimento dos Beatles. Para o músico, a ideia de não fazer mais parte do grupo significava que a inspiração para criar havia sido extinta.
"Era bom enquanto eu estava nos Beatles, eu era útil e podia tocar baixo para as músicas deles, escrever para eles cantarem e eu também. Mas no minuto em que eu não estava mais com os Beatles, ficou realmente muito difícil".
Segundo o Salon, pela primeira vez na vida, McCartney estava experimentando algo semelhante à depressão. Como anos depois relembra: "E exibi todos os sintomas clássicos de um homem redundante. Primeiro, você não faz a barba e para deixá-la crescer, é porque você não está incomodado. Depois, uma raiva profunda se instala com tudo". Na época, ele também se saciava o desânimo com a bebida.
Com Linda ao lado, McCartney conseguiu conter essa maré de angústica pelo fim dos Beatles. E, no final de dezembro, ele decidiu fazer algo a respeito ao instalar um gravador de quadro faixa da Studer na própria casa em Londres. Com isso, ele começou a trabalhar imediatamente a apenas alguns quarteirões de distância dos estúdios Abbey Road.
Nos meses seguintes, o músico gravou várias músicas em casa. "Eu me sentia bastante confortável. Senti que eu realmente poderia fazer algo novamente". No final de fevereiro, ele compôs um sucesso: "Maybe I'm Amazed".
Quando o disco solo foi lançado, em abril de 1970, McCartney sofreu críticas de alguns veículos especializados. Para o Melody Maker, o conteúdo do álbum era "bura banalidade", exceto "Maybe I'm Amazed", que já era um consenso de obra-prima entre os fãs e críticos.