Dir: Jon
Watts
Quando se
fala em filmes de super heróis, já vimos claramente que Vingadores: Ultimato é
o maior de todos. Ok. Mas então, como superar um filme dessa magnitude para dar
continuidade ao MCU e ao que será a Fase 4? Como repensar esse universo sem se
repetir? A tarefa não seria fácil especialmente considerando que Homem Aranha:
Longe de Casa seria o filme seguinte a Ultimato.
O longa de
Jon Watts na verdade chega a ser um romance teen mas adaptado para um filme de
ação de um dos super heróis mais populares da cultura pop. Após os eventos de
Ultimato, o Aranha sofre uma pressão da mídia e do público esperando que se torne
o novo Homem de Ferro. Enquanto isso Peter só quer ir viajar com os amigos do
colégio para tirar férias do seu manto e se declarar para MJ.
Em sua sequência
Peter Parker nos lembra porque amamos tanto o Cabeça de Teia. Em primeiro lugar,
Peter é carismático e segundo, porque ele é provavelmente o herói mais humano e
falho de todos. E isso é uma catarse para seus fãs. Ele de fato não quer pensar
em grandes missões para Nick Fury, lutar ou perder mais pessoas. Obviamente as
coisas não saem como planejado e um mal surge em cada lugar. Tudo isso
acompanhado de um Mysterio incrivelmente interpretado por Jake Gyllenhaal.
Com um
roteiro simples, mas coeso e que garante um bom equilíbrio entre boas cenas de
ação e um drama, com pitadas de comédia, Longe de Casa e Watts superam sem dificuldades
o longa antecessor. Absolutamente todos os acontecimentos e reviravoltas estão
muitíssimo bem amarrados. Tudo se justifica. E falando em amarrar, esse talvez
seja o filme que mais tenha conexão com todo o MCU de forma geral.
Sendo
assim, considere o filme como um olhar sobre o que aconteceu ao mundo depois de
Thanos e o sacrifício de Tony Stark. Mas, na perspectiva de Parker, um
adolescente que tem uma vida dupla para ser vivida e comparado a Stark. Ou
seja, Homem Aranha: Longe de Casa não foi nem pensado para ser uma produção tão
ambiciosa. É simplesmente uma ótima história sendo contada mesmo no clima de
romance teen. E talvez não pensando como megalomaníacos, foi justamente o
resultado final. O filme parece ser épico sem tentar se de fato tão épico. O filme todo é um upgrade nível Tony Stak do primeiro.
Este talvez
seja o melhor arco de Peter Parker de todos os Homem Aranhas do cinema. O protagonista
tem dúvidas, inseguranças, medos, timidez e anseios e passa por transformações
em todos os sentidos. Zendaya também é apaixonante e hilária como MJ e é
impossível não gostar dela. Vale lembrar que existem duas cenas pós créditos tão
boas, que é possível perceber como a Marvel mantém a hype dos fãs sempre em dia,
o que, obviamente fomenta a demanda por esses filmes. E considerando que a
Marvel pertence ao Mickey, sempre soubemos como a Disney é virtuosa em
controlar as emoções do seu público. Homem Aranha encerra a Saga do Infinito
sob uma competente direção de Jon Watts, com um legado para um futuro que pode
ser muito promissor para o Aranha.