Dir: Jon Favreau
Vinte e cinco anos atrás a Disney encantou o mundo com a história de Simba. A aclamada animação rendeu Oscars e o coração de toda uma geração de fãs consagrando o longa como o maior clássico do estúdio. E há alguns anos a Disney vem reciclando suas animações adaptando-as para versões em live-action. Quando foi anunciado o remake de Rei Leão muita gente se perguntou como fazer um filme realista protagonizado exclusivamente por animais falantes.
O cineasta
Jon Favreau respondeu a essa pergunta de forma impecável. Sabemos que O Rei
Leão é uma animação praticamente intocável e Jon fez algo magistral. O longa é
um híbrido entre live-action e animação, visto que os personagens foram sim gerados
por computação gráfica, mas com um realismo de tirar o fôlego. Um dos segredos,
que se tornou uma fórmula certeira é usar praticamente o mesmo storyboard do
filme original. Vimos isso em A Bela e a Fera e mais recentemente em Aladdin. O
Rei Leão é um louvor em infidelidade ao original e ao mesmo tempo consegue ser
novo.
A história,
todos já conhecem. Com pouquíssimas mudanças, a história de Simba é recontada
com o mesmo impacto e emoção do filme de 1994, encontrando até um bom espaço
para excelentes alívios cômicos proporcionados principalmente por Zazu, Timão e
Pumba. As músicas também se mantiveram fieis fazendo com que seja quase
impossível não cantar junto durante a exibição do filme. Além disso, os
diálogos também foram, em sua maior parte mantidos. Para os fãs de longa data,
quase não é preciso ler as legendas, criando um espaço enorme para mergulhar
ainda mais no realismo da savana africana.
O tempero
extra está na tirania de Scar que agora ganha um pouco mais de relevância. O
que torna seu personagem maior, mais ambicioso e ameaçador rendendo até um link
com a situação atual de alguns países. Jon Favreau conseguiu sem dificuldades
transpor todo o carisma e emoção da animação para a adaptação, e da mesma
forma, conseguiu abranger e aprofundar ainda mais a mensagem da história. Tudo
isso com algumas sequencias e diálogos extras que enfatizam mais a importância
de se entender o que é o ciclo da vida, e como isso afeta Simba.
Outro
grande destaque é o elenco de vozes. Donald Glover é um excelente Simba adulto
e ninguém melhor para fazer a voz rouca Pumba do que Seth Rogen. E ainda tem a
diva do pop Beyoncé como Nala e o melhor de todos: James Earl Jones repete seu
papel de Mufasa garantindo ainda mais um imenso clima de nostalgia. O realismo
e grandiosidade combinados tornam o novo Rei Leão uma experiência única, nova e
ao mesmo tempo nostálgica de tirar o fôlego do início ao fim.
E falando
em realismo, é altamente recomendável a opção de assistir o filme numa sessão Imax
3D. Muito tem-se falado nos ínfimos detalhes do recente Toy Story 4 que é algo
de fato impressionante. Mas em O Rei Leão, a tecnologia foi tão perfeita, que
seria possível dizer que se está assistindo um documentário do National Geographic.
É algo simplesmente surreal, chocante e inesquecível. Tanto quanto seu
sucessor. O que pode render um bom canto ao Sol no próximo Oscar.
Se o longa
de 25 anos antes já nos encantava e emocionava com facilidade, como diria Scar “Se
prepare”.