Dir: Simon
Kinberg
O décimo
filme da franquia dos X-Men estreia essa semana com foco na mutante mais
poderosa da Marvel. Após três filmes focados na equipe clássica, outros três protagonizado
por Wolverine e ainda mais três sobre a Primeira Classe, a nova aposta da Fox é
Jean Grey, interpretada sem dificuldades por Sophie Turner (a Sansa de GoT). A direção
vem de Kinberg que é um veterano no campo de filmes de heróis, tendo dirigido a
maioria dos filmes anteriores da franquia e da própria Marvel.
Em Fênix
Negra conhecemos a história e a mente de Jean Grey. O longa não é uma total
catástrofe, as intenções são boas e até se justificam, mas cai na mesmice clássica
dos X-Men. Charles Xavier tentando de tudo para criar um mundo de harmonia
entre humanos e mutantes com seus discursos à la Luther King e como o próprio
Magneto diz no trailer “ninguém se importa mais”. Claro que a aceitação sempre
foi a chave por trás da saga, mas não existem territórios novos a serem
explorados aqui.
Outra grande
questão chave em filmes do gênero é um bom vilão, com boas motivações. Jessica
Chastain parece estar no automático de uma forma tão genérica e fraca quanto o
propósito de sua personagem que é muito mal aproveitada e explorada. Não é um
vilão que mete medo. Este recai sobre a própria Jean Grey que representa uma
ameaça muito maior. E podia ter ficado por aí. A ironia é que, falando em
termos de lado sombrio dos heróis, Sophie Turner carrega o filme nas costas
sendo um ponto de luz para o filme. O lado negro do filme é sua trama mal
desenvolvida e personagens rasos.
Alguns
plot-twists tentam causar algum impacto à trama, mas acabam caindo no absurdo
servindo apenas de motivação para mais atitudes questionáveis de personagens
clichês. O que também levam a consequências desastrosas para um roteiro que não
decide para qual lado vai. Salve as cenas de ação que estimulam e são bem
montadas, mas com certeza não salvam o longa. Jean Grey merecia um longa a
altura de sua grandeza.
Levando em
conta a estreia fraca que o filme anda tendo mundo afora, é cabível questionar o
futuro da franquia. Mesmo havendo um número significativo de fãs que rezam para
um crossover entre os Vingadores e os X-Men, se a bilheteria não faz sua parte,
o resto não vai para frente. E considerando também o que vimos em Guerra
Infinita e Ultimato, os padrões de filmes de heróis elevaram e vai ser um
grande desafio criar algo que carregue tamanho peso.
Ainda
assim, é inegável a força que esses filmes tem atualmente. Hollywood sempre
funcionou em fases, e, seja para o bem ou para o mal, para o gosto ou desgosto
do público, ainda estamos vivenciando a era dos super-heróis. E parece que ela
não vai acabar tão cedo. Talvez a quantidade de lançamentos frequentes do
gênero esteja começando a saturar o mercado, mas, talvez seja o que o público
geek queira: mais e mais. Lembremos que o novo filme do Homem-Aranha está por
vir e a hype é evidente.