Dir: Josh
Cooley
Essa
semana Disney lança o 4º filme da franquia Toy Story. Os sites de críticas
especializadas já estão bombando com 100%de aprovação. É indiscutível o sucesso
do filme na cultura pop. Woody, Buzz e companhia conquistaram o coração do
público lá em 1995 e desde então se mantiveram nesse posto de sucesso. O
anúncio do 4º filme pegou todo mundo de surpresa considerando que a Disney
costuma ter uma política forte contra continuações e o fato de que o 3º filme
terminou de forma magistral. Então, o que mais uma sequencia poderia oferecer
de novo aos fãs?
Se tem uma
coisa que a Disney sabe fazer com facilidade é emocionar seu público. Toy Story
4 vem carregado de novas lições que brilham no arco de cada personagem mas que
serve também como lições de vida para todos. Em seu último filme a lição é
sobre desapegar, seguir em frente no rumo que nos faz feliz e encontrar nosso lugar
no mundo. Mas também vale ressaltar que Toy Story 4 funciona melhor se considerarmos
fortemente os 3 longas anteriores. Daí o alto índice de aprovação. É o típico
caso da sequencia que depende dos primeiros filmes para que ele seja
compreendido.
Não apenas
por uma questão de cronologia, mas, dos filmes como um todo. A princípio a
sequencia seria desnecessária já que Toy Story 3 terminou da melhor forma que
se poderia. E é apenas considerando nossos amigos Woody e Buzz que Toy Story 4
se constrói. Isso é evidente porque apesar dos novos personagens, os antigos,
isto é, Slinky, Sr. Cabeça de Batata, Rex etc caem para a posição de
coadjuvantes e o foco, como sempre está em Woody e sua inabalável fidelidade a
pertencer à uma criança. Tema esse que foi também o foco nos longas anteriores.
O milagre foi o roteiro conseguir extrair uma nova camada para falar sobre o
assunto. Até mesmo Buzz Lightyear tem uma participação reduzida.
Mesmo
havendo uma necessidade de se considerar Toy Story 4 como um todo, o filme
ainda vale mais à pena pelo arco de Woody e Buzz. E é aí que se questiona a
necessidade da sequencia. A história em si não é tão cativante ou mesmo
excitante quanto seus antecessores. Talvez a grande questão seja mais o legado
da franquia ao lembrar que em 1995 Toy Story foi o primeiro longa metragem
produzido inteiramente por computação gráfica e o que vemos hoje é o reflexo do
impacto do filme no mercado cinematográfico.
Claro que
o filme emociona e agrada desde às crianças até os pais que as levam ao cinema.
Mas é preciso lembrar que não existe uma fórmula para o sucesso, nem mesmo para
a grande Disney. E por mais que as lições do filme sejam ótimas, o roteiro não
é nenhum grande triunfo apesar de possuir bons plot-twists. Ao final do filme
são apresentadas algumas pequenas cenas pós créditos que ajudam o filme a se
justificar e dar um pouco mais de sentido para o que acabou de ser visto com um
Woody cumprindo com seu propósito de brinquedo na mais plena forma.
Nem mesmo
os novos brinquedos apresentados em Toy Story 3 ganham um espaço significativo
na trama. O que torna necessidade da sequencia mais questionável ainda. É sempre
bom ter em mente que uma das chaves para o sucesso é a moderação, sabe a hora
de parar para respirar. E Toy Story 4 acaba parecendo mais como uma tentativa
fácil de arrecadar uma boa bilheteria dos fãs de 1995.
Entretanto
não é que o filme seja ruim. Ele apenas não faz jus ao resto da franquia. Mas
também, nem por isso seria justo crucificá-lo. Como disse antes, é necessário
considerar os primeiros filmes e lembrar porque gostamos tanto de Toy Story.
Personagens carismáticos, divertidos, engraçados. Num universo onde os
brinquedos tem vida, sentimentos e vontades próprias com planos mirabolantes
para resolver os problemas das formas mais criativas possíveis. E nisso, que considero
a essência de Toy Story, o 4º filme cumpre seu papel. Agora é hora de pormos as
lições de Woody e Buzz em prática: é hora de seguir em frente, mas, sem nunca
esquecermos dos nossos amigos, que sempre estarão aqui.