Dir: F.
Gary Gray
Pouco mais
de 2 décadas atrás foi dado início a um dos universos mais amados da cultura
pop. O de Homens de Preto, que tinha como protagonista um genial Will Smith no
auge de sua carreira e um veterano Tommy Lee Jones levando a história adiante.
Tamanho o sucesso, o longa rendeu duas continuações além de uma animação exibida
pelo Cartoon Network e até uma atração temática na Disney. O último, tendo sido
lançado em 2012 já não contava mais com Lee Jones e também não fez sucesso dos
dois primeiros.
Porém
agora, os Homens de Preto estão de volta e do zero. Protagonizado por Chris
Hemsworth, Tessa Thompson e até Lian Nesson, a franquia sofreu um reboot, mais para
o bem do que para o mal. Não que o filme seja uma obra prima, mesmo
considerando um público relativamente infantil. A história parte de um novo
zero, mas não consegue escapar de clichês, um roteiro previsível e soluções
fáceis para os protagonistas.
Mas
convenhamos que o elemento que de fato salva o longa de ser um péssimo filme, é
justamente o carisma que o universo do filme carrega. O espectador é mergulhado
no submundo dos agentes, suas armas, super veículos, e é claro, muitas
criaturas interplanetárias bizarras e cheias de humor. E até o bom humor do
filme tropeça constantemente na tentativa de ser muito engraçado o tempo todo
com uma insistência que cansa.
Hemsworth
até consegue desvincular de imagem de Thor, mas sua atuação parece estar no
automático e à mercê de um personagem fraco que não atrai em nada. Tessa é quem
carrega o peso dramático e de fato leva os acontecimentos a diante. Isso, por
sinal é um dos grandes trunfos do longa, a garra e a representatividade feminina
que também é ainda mais promovida pela curta, mas significativa participação de
Emma Thompson que confunde um pouco o conceito do reboot, visto que a atriz
estava presente no 3º filme.
Entretanto,
MIB Internacional acerta em cheio no quesito efeitos visuais e nas boas sequencias
de ação. E se tratando de um filme de ficção, aventura e muita ação, o longa
cumpre seu papel. O carisma da franquia e de suas criaturas permeiam o filme
todo tornando mais fácil relevar alguns dos deslizes presentes. E como não
adorar os icônicos neuralizadores? Símbolo de amadurecimento dos personagens,
eles sempre possuem um papel fundamental na história e adoramos ver as
desculpas mais esfarrapadas dadas pelos agentes para que o cidadão comum esqueça
as anomalias que acabaram de ver.
Outro
ponto positivo: Chris não está tentando ser Will Smith, assim como Nesson não
tenta repetir Lee Jones. Bem ou mal, eles cumprem seu papel de forma aceitável
considerando o fato reboot do filme. E é claro que diversas referências são
feitas aos MIBs anteriores, mas que deixam saudade de personagens tão legais quanto
Frank, o Pug falante e aquelas criaturas viciadas em café. MIB Internacional
não convence de forma geral, como um grande filme, mas cumpre seu papel de
entreter com uma história simples e divertida, ainda que falha.
O filme
deixa uma grande vaga para continuações e se for de fato para elas acontecerem,
que seja com Tessa no protagonismo. Afinal é lindo ver personagens femininas
conquistando seus lugares não apenas na supremacia masculina presente no
cinema, mas especialmente numa agência com a palavra “homem” no nome. Esses
paradigmas, quando quebrados da forma correta, são prazerosos de ver acontecer.
Especialmente na tela do cinema. Isso, num momento de extremo preconceito do
próprio público que tem dificuldades em aceitar até mesmo uma Capitã Marvel ou
uma Mulher-Maravilha estrelando grandes blockbuster. Esses sim deveriam ser neuralizados.