Dir: Rob Letterman
Quem teve
viveu sua infância ou mesmo adolescência nos anos 90 com certeza se lembra do
boom que foi o surgimento de Pokémon. A animação que era transmitida pelo
Cartoon Network marcou não só toda uma geração, mas, a própria cultura pop. O
sucesso da animação trouxe ainda todo tipo de merchandising, incluindo games,
bonecos, peças de roupas, acessórios e por aí vai. Para se ter uma ideia, é
dito que até hoje, produtos do Pokémon são os mais rentáveis do mundo geek.
Junte isso
à atual onde de live-actions produzido por Hollywood, um roteiro divertidíssimo,
efeitos especiais a cima da média e toda nostalgia que permeia tudo isso. O
resultado: Detetive Pikachu, um filme incrível, divertido capaz de levar
qualquer fã, hoje, marmanjo de volta à infância nos anos 90.
Tim é um
jovem que acabou de perder seu pai que tinha um Pikachu como parceiro Pokémon.
Por algum motivo, Tim e Pikachu conseguem se comunicar e começam uma
emocionante busca pelo paradeiro do detetive Harry Goodman. Para isso, Tim
viaja a Ryme City, uma cidade famosa pela harmonia entre humanos e Pokémons.
A trama
segue de forma absolutamente envolvente nunca perdendo o foco do que mais interessa,
os monstrinhos mais queridos do mundo. Cada sequencia do longa é uma
oportunidade para encontrar todos os tipos de Pokémons que aparecem ao fundo,
quase como figurantes. E aqui, houve um cuidado grande e preciso em tornar os
bichinhos ao mesmo tempo realistas e tão fofos e adoráveis quanto na animação.
O resultado de um aspecto fundamental como esse é magistralmente certeiro.
Ryan
Reynolds dá a voz ao famoso e amado rato elétrico com um senso de humor que
muito lembra o seu próprio Deadpool, mas, adequado para um público predominante
infantil, levando em conta a predominância de sessões dubladas nas salas. Detetive
Pikachu é sem dúvidas um dos filmes mais divertidos e fofos do ano.
O
americano Rob Letterman, que tem em seu currículo outros seis filmes infantis,
acerta mais uma vez. Não há uma única cena onde não vemos algum Pokémon e Rob soube
captar toda a essência da animação, ambientar e dar aos fãs exatamente o que
era de se esperar com um fenômeno da magnitude de Pokémon.
Letterman
ainda consegue passar uma mensagem importante numa nova roupagem. A ambição do
ser humano que tanto prejudica cruelmente outras formas de vida no nosso mundo,
através de um roteiro muitíssimo bem construído, desenvolvido e a cima de tudo,
cativante. Tudo bem que o longa ainda tropeça em um pequeno clichê ou outro, ou
mesmo erros de continuidade que não se justificam, mas, nada que seja
significativo a ponto de comprometer a obra.
Em uma
época de live-actions que beiram o ridículo e decepcionam todo tipo de fã,
Detetive Pikachu se salva com extrema confiança. Não existe uma ponta de
roteiro que garanta uma sequência, mas ela seria muito bem-vinda com o
resultado deste primeiro. Ao término do filme, é impossível não sair se
sentindo vinte anos mais jovem e querendo ser um mestre Pokémon. Pikachu e sua
trupe vieram com tudo para relembrar ao público como era bom ser uma criança
que sonhava em ser um Mestre Pokémon, e agora os fás são carinhosamente
presenteados com essa possibilidade.