Não
é de hoje que Stephan King é um dos autores mais adaptados para as telonas do
cinema. O mestre do terror é indiscutivelmente rentável para indústria
Hollywoodiana, especialmente levando em conta a atual saturação de filmes
sobrenaturais entupidos com clichês e convenções que não demoraram muito para
tornarem o gênero sem graça e previsível.
Agora,
com um remake de Cemitério Maldito, o cinema teve a oportunidade de revitalizar
o clássico de 1993. Infelizmente a oportunidade foi desperdiçada sem maiores
cerimônias. O filme de 93 pode até ser decadente em termos de produção e
atuação, mas é preciso reconhecer que no quesito adaptação o filme não necessariamente
decepciona.
O
problema de seu remake é que muitos acontecimentos importantes do livro foram
absurdamente alterados não aparentando ter qualquer motivo para tal. Obviamente
o filme é satisfatório com os efeitos visuais, o que não salva de um roteiro fraco,
mal adaptado e completamente indigno da obra original.
Especialmente
para o espectador que leu o livro, o filme é uma catástrofe, pelo menos a
partir da segunda metade do longa em que se dá a impressão de que no meio de
sua realização, o longa esqueceu de se assumir como uma obra adaptada. Um dos
poucos méritos desse infeliz remake é o clima de suspense que permeia durante
toda sua duração, mas ainda assim, não salva a baixa qualidade do resultado
final.
O
mais assustador é que o longa tenha passado pela aprovação do próprio King,
visto que as decisões narrativas mudam completamente o sentido e a mensagem que
o livro passa. Mesmo com um elenco competente e uma boa trilha sonora, o filme
não é capaz nem mesmo de causar qualquer susto no espectador mais medroso.
Cemitério Maldito ainda cai bruscamente nos famigerados jump-scares que nem de
longe cumprem sua função por serem totalmente previsíveis.
O
longa começa até que de forma aceitável, mas conforme avança se mostra uma pura
decadência de fatos e justificativas narrativas. O segundo e terceiro atos caem
ladeira a baixo sem controle algum e só é possível ver como esse desastre vai
terminar. Se pensarmos em um remake como uma chance para atualizar e melhorar sua
versão anterior, é fácil perceber que de fato às vezes, e especialmente nesse
caso, estar morto é melhor. Muito melhor