Dir: David
Sandberg
Chega essa
semana nas salas de cinema a mais nova aposta da DC. Shazam! O longa levou
quase duas décadas para se materializar devido a diversos problemas legais e
burocráticos envolvendo a DC e a Warner. A DC, que sempre teve carregou a fama
de trazer filmes sombrios e sérios decidiu quebrar esse paradigma com seu
recente lançamento entregando uma comédia viva e cheia de cores.
E não é
que deu certo? Mesmo os fãs mais fieis sabem que no mundo cinematográfico a Marvel
vem quebrando recordes e mais recordes. No universo da DC os dois grandes
longas de sucesso se resumem em Mulher Maravilha (2017) e o mais recente Aquaman.
Entretanto, parece que temos um novo herói digno de sucesso.
Shazam é
um filme que quebra todas as expectativas, clichês e subverte o gênero. Billy
Batson é um garoto de 14 anos que foi abandonado pela mãe aos 3 anos de idade e
agora vive em função de reencontrá-la. Ele ganha super poderes através de um mago
que precisa proteger o mundo dos demônios dos sete pecados capitais mas por
estar velho, precisa passar o manto para alguém digno. A princípio pode parecer
um filme bobo para crianças mas logo a obra se mostra divertida.
Ao receber
seus poderes, basta Billy dizer “Shazam” que ele se torna uma versão de si
mesmo adulta com todo o seu potencial mas ainda com a mentalidade de 14 anos.
Só isso seria o bastante para um bom filme de comédia. Um super herói adulto
que age como uma criança. Salvar o mundo e combater o crime não são suas prioridades
mais do que usar sua nova habilidade para comprar cerveja ou enfrentar os valentões
do colégio.
Billy vai
para um lar adotivo onde redescobre o verdadeiro significado de família através
de um roteiro que funciona muitíssimo bem e trás belíssimas lições sobre
encontrar um lugar que o aceite. Evidentemente ainda há um super vilão para ser
combatido e nesse ponto a história também não falha. Não que Shazam passe batido
por alguns clichês e soluções fáceis. Mas nada que comprometa a qualidade do
filme.
Não
obstante, é possível perceber que o filme levou quase duas décadas para ser
concluído. Após a luz verde recebida para sua produção, a impressão que dá em
algumas sequencias são de que havia uma ansiedade para finalizar a produção.
Algumas sequencias são superficiais, e alguns efeitos especiais beiram o brega,
mas reitero, nada disso compromete de fato o andamento ou a qualidade do longa.
Apenas é perceptível.
Zachary
Levi, que interpreta a versão adulta de Billy trás toda a leveza e carisma de
um herói com mentalidade de uma criança. Seu humor funciona indiscutivelmente e
ao longo de todo o filme o que não falta são referências ao universo DC, tornando
Shazam uma espécie de Deadpool da DC. O que significa que aqui temos de fato o
que talvez seja o melhor filme da DC desde Mulher Maravilha.
Isso
porque Shazam não apenas carrega o tom divertido que pode ser aproveitado por
toda a família, mas também por que o herói não é absolutamente perfeito. Apesar
de seus novos poderes, Billy ainda é imaturo e quer descobrir seu lugar e seu
papel no mundo, é um rapaz frágil e cheio de defeitos, o que torna tudo mais
realista fazendo com que o espectador se identifique. Seus problemas continuam
ali mesmo com seus novos dons.
Shazam
consegue equilibrar muito bem todos os temas que aborda. O conceito do que é
ser um herói, lições sobre encontrar seu lugar no mundo, o que é ter uma
família e mesmo encontrar a própria identidade. Nenhum desses elementos deixa a
desejar e tudo flui com naturalidade no roteiro. Shazam atinge seu máximo
potencial não somente como o herói que é, mas como um excelente filme da DC que
garante diversão e risada para toda a família.