Marcos Hermes fala sobre carreira, Brasilêro, Paul McCartney e ainda faz versão exclusiva de "Jet"; Confira aqui!!

Em Março, Paul McCartney está de volta ao Brasil e o entrevistado de Março é Marcos Hermes, fotógrafo oficial da Planmusic/T4F, produção brasileira da tour de Paul McCartney, produtor e tradutor do clipe "Back in Brazil" e responsável por diversas capas de Acústico MTV, Ney Matogrosso, Elza Soares, Cassia Eller e muito mais.

Hoje, ele fala conosco sobre o Brasilêro, seu livro fotográfico que registra seus 30 anos de carreira, também fala sobre o videoclipe de Back in Brazil, Paul no Brasil em 2019 e muito mais nessa ENTREVISTA EXCLUSIVA!!



Foto: Luca Hermes
Você começou no final anos 80, começo dos anos 90 e numa época literalmente analógica, sem as tecnologias dos dias atuais e até mesma uma formação especializada na área. O que fez você parar no mundo das fotos e como tudo começou?

MH
: Na verdade sou músico desde muito cedo e a música me seduziu a trabalhar com fotografia. Uma das coisas que me seduziu foi justamente a vontade de associar meu nome a obra dos artistas que gosto, acho que esse é um dos grandes sonhos dos meus colegas que começaram muito jovens. Eu acho que descobri esse talento a partir dessa vontade e também por eu ser músico, então é claro que eu não toco com esses ídolos, mas estou colaborando a agregando meu nome a eles e isso foi algo grande no começo.



Com o tempo eu consegui, tive o prazer de fazer jam session com alguns dos meus ídolos, como o Andreas Kisser, Samuel Rosa, Dado Villa Lobos... Grandes artistas que sou fã.
Também gravei com Ney Matrogrosso uma música chamada Dentro de Você, com uma banda chamada Cabaret, na qual gravei um disco. Convidei ele e foi um dos momentos musicais muito marcantes pra mim. 

Em 1989 você já começou grande, fotografando o Metallica e tem na carreira mais de 650 capas de discos, em seus mais diversos estilos. Como conseguir transformar momentos mágicos de palco, sessões ou detalhes de intimidade/backstage, na beleza e sensibilidade de cada uma das suas fotos, independente do estilo?


MH: Basicamente buscando entender quem são os artistas e o que eles propõem artisticamente, acho que buscando esse entendimento, a magia da fotografia acontece. O principal é fazer as coisas gostando, acho que desde a primeira oportunidade até hoje, 30 anos depois, eu gosto do que eu faço, então isso faz com que tudo fique leve e seja prazeroso.


Na questão de intimidade, como deixar o artista a vontade para os clicks? Rola algum tipo de conversa antes, de explicar por cima como é seu trabalho ou muitos deles já tem você como conhecido de longa data?

MH: 
Duas coisas: Acho que rola sempre uma troca ideias e referências, não só com o artista, mas também com a equipe, produtor, empresário e etc. Também é muito legal trabalhar com artistas que eu já conheço, que rola uma confiança e quando rola isso é muito bacana dar continuidade em um trabalho, é um privilegio e facilita sem duvida os resultados, seja foto em estúdio ao vivo, quando é com amigos a coisa flui de outro jeito.



Momentos de preparação do, já lançado, Brasilerô. Foto: Marcos Hermes
Elza Soares, Cassia Eller, Dorival Caymmi, Ney Matogrosso, Beyoncé e Paul McCartney são alguns dos artistas que você é ou por algum momento foi fotografo. Como rolou de se tornar fotógrafo dessas "entidades"?

MH: Questão de experiência, do tempo e de buscar sempre fazer trabalhos de qualidade, acho que isso se reflete nas oportunidades, então eu tento focar em fazer meu melhor, vender e produzir trabalhos de qualidade e creio que seja consequência estar envolvido em projetos legais, de relevância.


Chegou a ter contato com Beyoncé e Paul McCartney?


MH: Com Beyoncé nunca tive contato, com o Paul sim. Já estou há muito tempo colaborando (desde 2010) e ele chegou a posar pra mim em Florianópolis e tenho um excelente contato. Espero seguir colaborando com ele sempre que estiver na estrada, com a equipe brasileira, britânica... É um prazer enorme.


Na primeira turnê fotos somente na primeira música, aí no ano seguinte fotos durante as duas primeiras... Em 2014 vi você tirando fotos até do entorno do estádio, registrando o momento que ele chegou no Allianz, três anos depois avistei você em diversas partes do estádio e até fazer parte da produção e tradução de "Back in Brazil" você fez parte. Isso é de fato uma coroação de sua carreira e concretização de um sonho?


MH: Acho que se não houvesse essa confiança, sem dúvida não teria se consolidado, é um trabalho dos sonhos pra mim colaborar com o Paul, esperando poder seguir colaborando com ele, fiquei muito feliz com o resultado. Sou fã do trabalho do Charlie Lightening (diretor de Back In Brazil e vídeos de estrada do Paul McCartney), ele é genial e imagino que poderemos emplacar outros projetos juntos, estou louco para poder chamar ele para fazer algum projeto com artista brasileiro, quem sabe aconteça no futuro.




O que nos pode dizer do trabalho por trás de "Back in Brazil"?

MH: Na Back in Brazil eu fiz a produção executiva, Still, ajudei nessa conexão  com o Brasil no sentido de traduções, contato com os modelos e atores, agência, além de uma coordenação da parte visual, junto com Charlie Lightning. Pra mim é uma evolução de um contato com eles, foram 19 projetos até agora e foi uma oportunidade no sentido de confiar no meu trabalho e saber que sou um cara sério e que meu trabalho é consolidado aqui. 


Ainda mantém contato com Elza e Ney Matogrosso? Como é sua relação com eles?


MH: Recentemente fui chamado para fazer as fotos do novo álbum da rainha Elza e será muito especial, honra máxima!!


Já o Ney, agora em 2019 estou fazendo 20 anos de parceria com ele e estou na eminencia de fazer fotos dele para a tour de 2019.


Acústico MTV Cassia Eller, Cassia com Nando Reis, Chico César na Baía de Guanabara, Família Caymmi, CBJr em 1999, Ney Matogrosso no Canecão, Jam Session na casa de Paula Lavigne... São muitos trabalhos com artistas brasileiros que podem ser considerados históricos. Qual trabalho mais te marcou e qual foi mais difícil de ser concretizado?


MH: 
Quando trabalho com artistas que conhecem meu trabalho e que me valorizam artisticamente é onde eu me sinto melhor, onde eu tenho mais liberdade criativa, que é o bem mais precioso. Então quando tenho essa liberdade, eu acho que me dou mais e me sinto melhor, trabalhando com mais vontade e gostando mais. Tudo que é em prol da liberdade criativa me seduz e trabalhar mais e estar mais ativo artisticamente.



Todos esses registros citados acima estão no livro Brasilerô, lançado em 2018 e que logo na primeira página tem dedicatória para seu filho Luca. Ele foi uma inspiração para o lançamento dessa verdadeira história impressa da música brasileira? Quanto tempo levou para transformar um esboço de ideia do livro em algum concreto e que agora pode estar na mão de diversos amantes de música e fotografia?

MH: Definitivamente Luca foi minha maior inspiração. A paternidade mudou meu senso de percepção, minha sensibilidade, e me trouxe inspiração p/ decidir lançar o livro esse ano. Tudo estava pronto, direcionado, e fiz questão de leva-lo comigo até na impressão, na Leograf. Participou de todo o processo. Até opinou nas fotos.



Momento captado pelo seu filho, Luca Hermes
O livro teve noite de autógrafos em SP e RJ (se não me engano), planeja passar por outras cidades e quem sabe atravessar continentes?

MH: Lancei o livro em algumas cidades brasileiras, sempre c/ enorme sucesso. Fiz 4 lançamentos em SP, 2 no Rio, 1 em Nova Iguaçu (minha cidade natal), Belém / Pará, Tiradentes / MG, e ainda pretendo fazer mais 2 eventos, 1 em SP e outro no Rio, pra fechar o ciclo do Brasilerô, até março/2019. Depois irei me dedicar integralmente ao Brasilerô 2 e Icônicos, meus próximos projetos editoriais.


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MH
: Sou um cara de sorte! E Sir Paul McCartney acima de todos.





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