Fotos: Drico Galdino/ Leticia Sanseverini |
Eu poderia começar essa resenha contando de fato como foi o show do Taking Back Sunday, mas irei um pouco além e não me atentarei somente ao espetáculo que eles deram no Fabrique nesse último domingo. Fora a parte que acabou se tornando um mini karaokê, inclusive com essa que vos escreve subindo pela primeira vez na vida pra cantar em um palco ao lado do seu maior ídolo e dar seu primeiro stage dive, nada do que eu possa falar sobre o show vai significar tanto quanto o pouquinho que eu consegui tirar dos caras em algumas horas de conversa tomando cervejas em um dos famosos bares do centro de São Paulo.
Quando as pessoas pensam no emo elas automaticamente associam apenas a um amor sofrido, a famosa dor de corno, ou uma eterna friendzone. Porém Taking Back Sunday sempre soou pra mim como diferente. Sempre foi muito além.
É mais do que sofrer por amor. É sofrer, ou então deixar de sofrer por sentimentos, por inadequação, mas principalmente por você mesmo. Porque, no final das contas, por mais que essas letras falem de outras pessoas, elas só dizem aquilo que você quer que os outros vejam e compreendam sobre o que você sente.
Quando você percebe que, ao menos no caso do TBS, as músicas de fato falam mais do que só amor, você entende que na verdade é algo muito mais egoísta e unilateral e que fala muito mais sobre sobreviver a esse onda gigante que é a vida. O amor, no final das contas fica em segundo plano, quase como uma ressaca.
A evolução de TBS ao longo desses 20 anos de carreira é enorme e ainda assim a essência continua a mesma do Tell All Your Friends. O jeito com que eles conseguem sobrepor vozes e frases que se completam não mudou. De fato, ao longo dos anos acabou se tornando mais adulto, mais "equilibrado". Talvez, na minha humilde opinião foi exatamente esse equilíbrio e experiência que fizeram o show de domingo ser impecável do início ao fim. Assim como no restante da turnê, que passou pela Costa Rica, Chile e Argentina, os caras apresentaram primeiro o Tell All Your Friends e encerraram com outros sucessos de álbuns como Where You Want to Be, Louder Now e Tidal Wave. A Letícia de 14 anos assistiu, vidrada e emocionada cada pedacinho desse show como se ele fosse o último de sua vida e se surpreendeu ao ver que o emo segue firme e forte, ainda que escondido em carcaças velhas e cansadas de 30 e poucos anos.
Sigo me recuperando desse domingo até hoje, mas você pode ter certeza que se eu pudesse, eu pegaria esse domingo inteiro de volta pra mim.
Make Emo Great Again!