Dir: Christopher
McQuire - por Pedro Mauro
Nos últimos anos franquias tem sido polêmica. Como entregar
um filme de qualidade sem se repetir, ser mais do mesmo e explorar ainda mais
bons personagens num bom universo? Continuações, ainda mais como no caso de Missão
Impossível são sempre difíceis de se superar levando em conta que a franquia
acaba de lançar seu 6º longa. Mas o diretor Chris McQuire, já muito veterano em
filmes de ação e colega de longa data do astro Tom Cruise prova mais uma vez
que sabe uma boa fórmula para dar uma continuidade de peso para o agente Ethan
Hunt.
Para ser sincero, o tema é um pouco batido mesmo para o
universo de Missão Impossível. Bombas à base de plutônio estão à solta nas mãos
dos mais perigosos criminosos do mundo, traficantes de armas e agentes
infiltrados que traem nossos heróis. McQuire repete a fórmula mais comum à
filmes do gênero, mas ainda assim, consegue fazer melhor, maior e mais
frenético.
Eu diria que o grande segredo da franquia M.I. reside em dois
aspectos principais. A mão do próprio Tom Cruise como produtor do longa e o
fato do próprio ator executar suas cenas sem o uso de dublês ou computação
gráfica. Tudo o que vemos literalmente feito por Tom Cruise. Há o cuidado de
entregar soluções e sequencias honestas, mesmo que nem sempre tão realistas.
Mais uma vez, para deleite dos fãs mais assíduos, contamos
ainda com os outros personagens que gostamos. Simon Pegg é o divertido alívio cômico
Benji, Ving Rhames volta nessa sequencia como o fiel gênio de eletrônica da equipe.
Henry Cavill se junta dessa vez e entrega uma impecável atuação e portanto um personagem
que ajuda a levar a trama adiante. Alec Baldwin e Michele Monaghan também
completam esse elenco de peso que tanto adoramos desde os primeiros filmes.
As sequencias de ação são de tirar o fôlego. Bem executadas
e filmadas, é possível ver o quanto o filme evita ao máximo recursos tecnológicos
para manter todo realismo quanto possível. Aos 56 anos, Cruise mostra que ainda
está com muita energia e garra para salvar o mundo na pele Ethan, além de sua
habilidade em fazer mais no filme do que só atuar. Nada de personagens ou
atuações clichês. Missão Impossível mais uma vez mostra a que veio e porque é
uma franquia tão popular desde seu primeiro filme lançado em 1996.
A premissa das bombas de plutônio pode até ser um tema
saturado. Mas o roteiro também de autoria de Christopher McQuire consegue não
fazer dessa premissa um clichê. Tudo o que acontece no desenrolar da história é
imprevisível. Obviamente torcemos por Ethan, mas aos poucos vemos que nem tudo
dá brilhantemente certo, nada é fácil e nisso o roteiro é certeiro. Sem soluções
fáceis demais, talvez seja um dos filmes da franquia em que Ethan mais leva
porrada e é surpreendido por todos os lados a todo instante.
Não é à toa que o filme é um grande acerto. McQuire tem um
currículo de peso em Hollywood, incluindo “Nação Secreta”, “Jack Reacher”, “No
Limite do Amanhã” entre outros. Essa foi a oitava vez em que Christopher McQuire
e Tom Cruise trabalham juntos em um filme, provando assim, que os dois sabem como
contar uma boa história para um filme de ação muitíssimo bem produzido. Missão
Impossível definitivamente mostra a que veio e que tem seu lugar ao sol em
Hollywood para mais sequencias. Resta-nos aguardar a próxima missão de Tom
Cruise...caso ele aceite.
Nota - 5 estrelas