Não é de hoje que se discute o que faz a sequencia de um
filme ser boa. Muitos aspectos são levados em conta quando se trata de uma sequência,
ainda mais em filmes de super heróis. O protagonista evoluiu? O universo
apresentado no primeiro longa é reaproveitado e expandido? O novo conflito
afeta esse universo e tem a ver com ele?
Felizmente, Homem Formiga e a Vespa responde SIM à todas
essas perguntas. O diretor Peyton Reed (também diretor do primeiro longa do
Formiga) acertou mais uma vez na medida certa. Os executivos dos estúdios estão
aprendendo cada vez mais que um filme de super herói também pode ser aproveitado
através da comédia, e na verdade até precisa dela.
No novo longa, já estamos situados em todo o universo de
Scott Lang e Hank Pym. Vemos a vida que Scott leva como consequência por ter
ajudado o Capitão América em Guerra Civil enquanto Hank e Hope procuram um meio
de trazer Janet (esposa de Hank) de volta do reino quântico.
Tudo o que acontece no filme parte desse objetivo e que
desengatilha uma série de eventos que como roteiro fluem e se justificam. A
tecnologia de Hank não apenas é valiosa como também aprimorada e explorada
brilhantemente nesse universo. Como o próprio título já nos entrega, conhecemos
a Vespa (Evangeline Lilly) com uma sequência já mostrando todo o seu potencial,
recursos, habilidade e criatividade manipular o tamanho de objetos do cotidiano
para usar como arma.
Todos os personagens têm sua importância e ajudam a história
a seguir adiante. Mesmo Luis (Michael Peña), o divertido alívio cômico é mais
aproveitado aqui. E é claro que o próprio Paul Rudd também se mostra o ator ideal
para viver Scott Lang. Isso sem falar no sempre impecável Michael Douglas que
também ganha mais tempo de tela e sua amada Janet (Michelle Pfeiffer). Dois
veteranos das telonas que nunca deixam a desejar.
A comédia dá o tom do filme, mas também se vê que o universo
do Homem Formiga cresceu e amadureceu. Temos mais doses do que vimos no primeiro
filme e suas novidades expandidas. Definitivamente, Homem Formiga e a Vespa
chegam juntos para provar que de fato tamanho não é documento e se for, eles
também dão conta do recado.
Homem Formiga e a Vespa conseguiriam com maestria se livrar
da maldição das continuações inúteis que nos entregam mais do mesmo. E isso é
com certeza um grande acerto da Marvel digno de aplausos. Afinal todos nós
sabíamos que após o estrondoso sucesso de Guerra Infinita há apenas pouco mais
de 2 meses atrás, seria difícil manter o interesse de um público agora ávido
pelo desfecho da saga de Thanos e os heróis que viraram literalmente pó.
Atenção para 2 cenas pós-créditos. A 1ª é de cair o queixo e
a 2ª é de gosto no mínimo duvidoso. A dúvida que fica é como os eventos da continuação
vão se relacionar com a segunda parte de Guerra Infinita. Isso porque o filme é
bem discreto quanto a fazer menções e se relacionar com Guerra Infinita. Peyton
Reed se mostrou mais uma vez dominador de um bom filme e nessa vez com o famigerado
peso da sequência. E mais uma vez, a Marvel conseguiu.
Foi uma boa estratégia da Marvel finalizar 2018 com um filme
mais leve, após o choque que tivemos com Guerra Infinita. Agora só nos resta
esperar até Fevereiro do ano que vem quando o Studio nos presentear com Capitã
Marvel. Haja hype!
Nota - 5 estrelas