Arranha-Céu – Coragem sem Limite – Dir: Rawson Thurber
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Quando lançaram o trailer de um filme onde Dwayne “The Rock”
Johnson “enfrentaria” um prédio a internet foi a loucura com memes. Quem
acompanha minimamente a carreira do ator, sabe que The Rock não é lá um ator
digno Oscar mas que tem seu nicho em filmes que distraem e divertem o bastante
para serem rotulados pelos fãs como o famigerado “filme sessão da tarde”. De
certa forma, Arranha-Céu não foge à essa tendência ao ser estrelado pelo gigante
norte-americano.
É a segunda vez que o diretor Rawson Thurber trabalha com The
Rock, que aqui tamém assume boa parte da produção do filme. E sim. É o filme
que talvez te deixe tenso em alguns momentos de clímax quando The Rock tem que
pular de um lugar para outro em um prédio fictício em chamas. Mas é só isso. O
roteiro é recheado de clichês, soluções fáceis e personagens estereotipados e um
vilão com uma motivação fraca.
The Rock é Will, um ex-agente do FBI que após uma missão mal
sucedida começa sua própria empresa de segurança. Ele então é contratado para
desenvolver o sistema de segurança do Pérola, o mais alto arranha-céu já
construído, situado em Honk Kong. E adivinha onde a família do protagonista
está hospedada? Pois é, e Zhao (Chin Han), a mente por trás do revolucionário
prédio se envolveu com um perigoso criminoso (Roland Moller) para conseguir
recursos para erguer o monumento. Porém ele precisa tentar destruir um prédio
inteiro para conseguir um pen-drive com informações que estão em algum lugar lá
dentro.
Tudo isso acaba sendo claramente uma justificativa para as cenas
de ação e superação de Will. O longa beira tanto o ridículo que é possível
encontrar sites que mostram cálculos físicos provando que o filme exagera em
demasia os grandes feitos de The Rock. Mesmo o próprio ator já tendo declarado
que prefere atuar em filmes com finais felizes, Arranha-Céu não convence e até
subestima a inteligência do espectador. A ponto de em um momento ele estar
pendurado a uma corda e ter que escalar uma altura grande e no corte seguinte
ele já atingiu o topo. O roteiro não desenvolve, apenas apresentas cenas de
desafio que você sabe que serão concluídos, afinal, é um filme de Dwayne
Johnson.
Fora isso, o filme não nos entrega mais nada de especial, nada
que surpreenda. A família do protagonista é tratada meramente como a fraqueza
do herói nos momentos de clímax, mas que também levam a momentos absolutamente
clichês e previsíveis. Como sempre não vou dar spoilers, mas a grande falha do
roteiro do filme é: se o próprio Will criou e desenvolveu todo o sistema de
segurança, como ele não previu justamente a brecha mais óbvia que mais tarde
causaria todo o conflito?
Não há nada de errado com filmes de ação que apenas distraem
e nos divertem de alguma forma. Mas Arranha-Céu peca em muitos aspectos de
formas imperdoáveis até mesmo para os padrões de Hollywood. E mesmo fazendo
filmes leves para um público fácil, The Rock nem mesmo entrega um bom personagem,
sendo mais uma vez, ele mesmo em outro filme. Assim como o arranha-céu do longa,
o filme se queima progressivamente até virar um inferno de Dante cinematográfico
de 2 horas de duração e ser completamente arruinado.
Nota – 3 estrelas