Lady Bird: A Hora de Voar – Dir: Greta Gerwig - por Pedro Mauro
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Lady Bird
é aquele tipo de filme fácil de assistir, mas, que nem por isso subestima a
inteligência do espectador. Somos levados com alegria do início ao fim à vida
de Christine “Lady Bird” McPherson. Nome do meio que a própria protagonista
adotou simplesmente porque sim e é genial. Lady Bird é uma adolescente
agitada, ansiosa, elétrica, mas ainda sim muito feminina, doce e sensível. Saoirse
Ronan definitivamente mostra a que veio e fazendo total jus à sua indicação de
melhor atriz em 2018. Assim como suas outras 4 indicações incluindo melhor direção,
sendo Greta a única mulher na categoria e concorrendo também como roteirista.
É a estreia de Greta Gerwig como diretora e roteirista, que não nos deixa na mão um segundo sequer durante os seus 90 minutos de longa. Lady Bird é uma típica garota de 17 anos, aparentemente sem nada de especial ou a garota mais popular em sua escola católica em Sacramento. Vive discutindo com a mãe controladora, interpretada por uma habilidosa Laurie Metcalf, que ainda cobre o desemprego do pai (Tracy Letts). Tudo isso em 2002 em meio a um período de crise econômica que assola o pais inteiro.
Essa é a formula de um filme que nos conta uma história absolutamente humana e real do ponto de vista que a princípio poderia ser muito comum e monótona. O roteiro é a comprovação de que ainda pode-se fazer diferente a partir de uma ideia a princípio óbvia e clichê. O original no filme não é o "o quê", mas o "como", ou seja, forma e conteúdo, que foram operados magnificamente em Lady Bird.
Greta nos presenteia com diálogos naturais e hilários. Diálogos que na maior parte do tempo acompanham o desenrolar da maturidade da protagonista. Lady Bird é uma adolescente que chega a ser rebelde e “infantilóide” ao mesmo tempo. Vide o momento em que come hóstia escondido com a amiga gordinha (quebrando aqui mais um paradigma) à luz da dureza da mãe que cumpre fielmente seu papel de megera, mas ainda assim, adorável.
Outro tiro certeiro dessa obra, um aspecto fundamental da sétima arte, a identificação com o público. O espectador é constantemente surpreendido e provocado com a ausência de dramas óbvios e saturados. Claramente Greta assume não querer estar fazendo um grande clássico, tendo uma linguagem até convencional. Mas a forma como conduz e guia seus personagens e seus objetivos é de fato muito honesto. Tecnicamente é muito bom, mas ainda não chega a maravilhar. Porém, o que gosto de pensar é que “Lady Bird” tem um roteiro sensacional e atuações ótimas, unidos a uma técnica competente. Não precisou de mais para encantar.
Evidentemente todo o aspecto técnico colabora para e com seu sucesso, desde a fotografia poética e que não abre mão de algum filtro, até a montagem, que consegue criar um ritmo quase tão acelerado quanto a personalidade de Bird, e fazem os 90 minutos voarem tão alto quanto sua protagonista. A única falha notável é o final, abrupto em demais, mas irrelevante diante de todo o carisma do filme.
É inevitável a se familiarizar com toda a trama. O que Gerwig faz é tão difícil quanto bolar algo novo: transformar em interessante, inocente e sincero um produto repetido, sem cair na superficialidade. "Lady Bird: A Hora de Voar" pode não ser tão original para muitos, mas consegue cativar pela linda união das partes, num filme sobre seres humanos reais que estão constantemente à procura das melhores versões de si mesmos, afinal, quem nunca?
É a estreia de Greta Gerwig como diretora e roteirista, que não nos deixa na mão um segundo sequer durante os seus 90 minutos de longa. Lady Bird é uma típica garota de 17 anos, aparentemente sem nada de especial ou a garota mais popular em sua escola católica em Sacramento. Vive discutindo com a mãe controladora, interpretada por uma habilidosa Laurie Metcalf, que ainda cobre o desemprego do pai (Tracy Letts). Tudo isso em 2002 em meio a um período de crise econômica que assola o pais inteiro.
Essa é a formula de um filme que nos conta uma história absolutamente humana e real do ponto de vista que a princípio poderia ser muito comum e monótona. O roteiro é a comprovação de que ainda pode-se fazer diferente a partir de uma ideia a princípio óbvia e clichê. O original no filme não é o "o quê", mas o "como", ou seja, forma e conteúdo, que foram operados magnificamente em Lady Bird.
Greta nos presenteia com diálogos naturais e hilários. Diálogos que na maior parte do tempo acompanham o desenrolar da maturidade da protagonista. Lady Bird é uma adolescente que chega a ser rebelde e “infantilóide” ao mesmo tempo. Vide o momento em que come hóstia escondido com a amiga gordinha (quebrando aqui mais um paradigma) à luz da dureza da mãe que cumpre fielmente seu papel de megera, mas ainda assim, adorável.
Outro tiro certeiro dessa obra, um aspecto fundamental da sétima arte, a identificação com o público. O espectador é constantemente surpreendido e provocado com a ausência de dramas óbvios e saturados. Claramente Greta assume não querer estar fazendo um grande clássico, tendo uma linguagem até convencional. Mas a forma como conduz e guia seus personagens e seus objetivos é de fato muito honesto. Tecnicamente é muito bom, mas ainda não chega a maravilhar. Porém, o que gosto de pensar é que “Lady Bird” tem um roteiro sensacional e atuações ótimas, unidos a uma técnica competente. Não precisou de mais para encantar.
Evidentemente todo o aspecto técnico colabora para e com seu sucesso, desde a fotografia poética e que não abre mão de algum filtro, até a montagem, que consegue criar um ritmo quase tão acelerado quanto a personalidade de Bird, e fazem os 90 minutos voarem tão alto quanto sua protagonista. A única falha notável é o final, abrupto em demais, mas irrelevante diante de todo o carisma do filme.
É inevitável a se familiarizar com toda a trama. O que Gerwig faz é tão difícil quanto bolar algo novo: transformar em interessante, inocente e sincero um produto repetido, sem cair na superficialidade. "Lady Bird: A Hora de Voar" pode não ser tão original para muitos, mas consegue cativar pela linda união das partes, num filme sobre seres humanos reais que estão constantemente à procura das melhores versões de si mesmos, afinal, quem nunca?