O espírito da beatlemania nunca esteve tão presente na capital paulistana, como no último Domingo. Com fãs presentes na fila desde Sexta-feira, netos, sobrinhos, filhos, pais e avós presenciaram o quinto show de Paul McCartney por aqui, desde 2010. A fila foi se tornando quilométrica, enquanto o tempo ia passando e a abertura do local ia ficando mais próxima, assim como o sonho de muitas pessoas presentes.
Prometendo diversas músicas inéditas em São Paulo (e até mesmo em solo brasileiro, até a última Sexta-feira), o show foi antecipado em 30 minutos e por volta das 21h ele entrou no palco, com seu icônico baixo e o mesmo traje usado em Porto Alegre, repetindo também o setlist (com uma música a menos) e logo na primeira música, com A Hard Day's Night, o público já foi a loucura em uma das novidades da tour. Outra novidade de início foi Can't Buy Me Love, que foi cantada por Paul e banda, enquanto imagens do épico show no Shea Stadium, além de outras imagens do auge da beatlemania, eram exibidas no telão de fundo.
Saindo do baixo, Paul mostra toda sua versatilidade em Let Me Roll It e I've Got A Feeling, uma dos Wings e outra dos Beatles, mas ambas fazendo uma mescla entre a própria música e trechos instrumental, sendo uma delas Foxy Lady, tributo ao Jimi Hendrix. Era a oitava música do show e Paul se encaminhava para seu terceiro instrumento com My Valentine, lançada no disco Kisses on the Bottom, Paul disse "Essa é para minha esposa Nancy" e tocou ela, enquanto o clipe oficial era exibido nos telões, o piano seguiu com 1985 e Maybe I'm Amazed, essa feita para Linda McCartney.
No violão, vieram as novidades, positivas e negativas. Pelo lado positivo, era anunciada a primeira música composta pelos Beatles (de autoria McCartney/Harrison) e In Spite Of All The Danger foi tocada completa, seguindo com Love Me Do, primeira música gravada no Abbey Road e dedicada ao George Martin, ainda um trechinho de She Loves You. A parte negativa foi a exclusão de You Won't See Me, presente no setlist desde a morte do ex-produtor dos Beatles e também no papel oficial de ontem.
Nas faixas do disco New, ele anunciou em português mesmo, ser "do disco mais recente" e, com dificuldade na fala dessa palavra em específico, mostrou empenho ao tentar aprender falar corretamente, anunciado sua música "maissss recente", com FourFiveSeconds, feita por Paul, Rihanna, Kanye West e que deu uma animada na galera, batendo palmas enquanto trecho dela era tocado. Uma grata surpresa foi a "música doada a uma banda chamada Rolling Stones e primeiro single deles", palavras ditas pelo próprio Paul seguiu com o público gritando o nome de Ringo Starr, que cantava I Wanna Be Your Man pelos Beatles.
Momentos antes do show, Paul arriscou um 'boa noite', disse 'tentar falar português', e durante Obladi-oblada, colocado a dedo no setlist para animar o público além de ser uma das favoritas dele) soltou um 'que balada!'. Já em Hey Jude, as tradicionais falas "agora os homens" e "agora as mulheres" foi trocada pelas gírias paulistanas "manos e minas".
Repetindo a homenagem de 2010, bexigas brancas tomaram conta da Premium em A Day in the Life / Give Peace A Chance, minutos do fogo tomar conta do estádio inteiro, com Live and Let Die (mostrando ao Guns and Roses como fazer um ao vivo dela, pelo criador da mesma).
Faixas como Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band, Helter Skelter e o medley Golden Slumbers / Carry That Weight / The End finalizaram o show.
Com 38 músicas e mais de 2h30, o repertório foi o seguinte: