Depois de um hiato de 5 anos, Otto lança seu sexto disco, traz 10 músicas inéditas e parcerias com Roberta Miranda e Andreas Kisser. Durante a coletiva, ele falou um pouco sobre essas parcerias: "O Andreas foi o seguinte: Tem um DJ e publicitário, que escreveu dois livros o sonho dele é fazer um filme sobre Orixás, nos moldes do Senhor dos Anéis, me chamando pra fazer um teaser e ele é um cara extremamente talentoso. A música tem Andreas e tem uns batuques que remete muita ao Sepultura e Nação Zumbi, tem esse frescor e volta desse tempo. O Kisser chegou no estúdio, ligou o amplificador, foi aumentando até ficar o volume de seu costume e disse 'agora vou gravar'. É impressionante o talento do cara para levantar a guitarra, 'é Sepultura né cara?'. A guitarra foi crescendo na mão dele e eu tive essa felicidade.
Ele também falou sobre o nome do disco: "Foi um amigo meu, ele é Sérvio e o país dele nem existe mais, ele não pode voltar. Ele ficava 'onomatopeia, onomatopeia' e eu sonhei com ele falando 'Ottomatopeia, Ottomatopeia', já tme muito tenho que eu tinha escolhido esse nome. O PRÓXIMO JÁ TEM NOME, 'pera eu vou lembrar o nome', Vernáculo, algo cativo da própria cultura ou nação, pesquisem melhor em casa, SÓ FALEI PRA VOCÈ, NÃO FALEI PRA NENHUM JORNAL e quero ver como vou colocar esse nome dentro da música.
Sobre ouvirmos um Otto mais cru e sincero nas letras, ele disse: "Eu viro para escrever, já peguei esse fardo de 'vou viver do que eu escrevo, do que eu canto' e com a internet eu escrevo um poema/pensamento por dia quase e isso me enriqueceu dia-a-dia, isso de escrever, de buscar. Eu nunca fui bom aluno, eu tinha uma deficiência na gramática que hoje a internet me corrige, de 'vírgula ou ponto? vírgula ou ponto? vírgula.' Eu tô aprendendo que, independente da gramática, o que eu jogar a pessoa vai entender e estou muito confiante nas coisas que eu penso, que eu amadureci, principalmente no sentido de 'não é possível que eu esteja errado na minha escolha política, estou vendo aqui algo fascista e não é possível que vou concordar, então estou muito confiante nisso. 49 anos é para isso, todos que fizeram o disco são de uam geração de músicos que estão amadurecendo, bombando e na melhor época de suas vidas, também conto com essa geração e estou confiante naquilo que faço.
O disco levou cinco anos para ser feito, sobre isso ele diz: "Acho que não faço parte do 'extra-pop', mas me sinto um homem pop, por cantar coisas que enche lugares, tem um público e isso deve ser pop também, não o alternativo que está no bar. Toco nas redes, no boca-a-boca e isso vale mais, é o mais importante.
Encerramos a entrevista, falando sobre o que acha que o público espera desse trabalho novo: "Eu já fiz umas testadas, para umas amigas em casa e o que eu não sabia e que conquistei foi gravar e gostar de ter gravado Pelas 'leis de Murphy', se eu gostei, a galera que me acompanha desde os primeiros discos, também vai gostar, estou tranquilo quanto a isso.
Ottomatopeia foi lançado às 00h do dia 28/7 via Spotify e traz selo da Press Pass. Ouça abaixo: