Outra característica marcante da Eletrônica é a mistura de estilos, de artistas clássicos com novatos, revelando-se uma excelente oportunidade para descobrir o que vem pela frente e desfrutar do melhor da cena eletrônica atual. Com a nova configuração da Cidade do Rock, o espaço será maior e os DJs poderão levar suas bandas, tornando a experiência com a música eletrônica ainda mais envolvente e transformadora.
Entre os destaques do palco, The Black Madonna, do alto dos seus quase 40 anos, fecha a primeira noite Rock in Rio, no dia 15 de setembro. A vencedora do prêmio DJ do ano, em 2016, pela Mixmag, a maior e mais importante mídia mundial de música eletrônica, e artista do ano pela thump, a DJ de Chicago é uma expoente feminista e o melhor ícone do movimento gay no meio. Seu trabalho mistura techno, disco e house de forma elegante e a veterana DJ defende que faz música para todos, incluindo as mães que amamentam seus filhos, que, segundo ela, devem viver, sim, a experiência da cena eletrônica.
No dia 16, a noite terá, entre outros ritmos, o hip hop. A Eletrônica traz o maior nome do estilo norte-americano para o Palco Eletrônica: The Grandmaster Flash. O DJ, cujo verdadeiro nome é Joseph Saddler, foi um dos pioneiros da cena hip hop em Nova York e é citado, inclusive, na série "The Get Down", da Netflix, onde mostra uma de suas criações, copiada mundo afora: a técnica do scratch, movimento que os DJs fazem nos discos de vinil, causando aquele som característico. The Grandmaster Flash foi o primeiro DJ de hip hop a ser indicado ao Rock’n’Roll Hall of Fame, em 2007 e sua música "The Message", lançada em 1982, já foi baixada mais de 5,6 milhões de vezes no Spotify. Nascido em Barbados, o DJ instalou-se no Bronx e de lá testemunhou a mudança da música negra estadunidense ao longo dos anos 1970. O seu grupo Grandmaster Flash and the Furious Five criou os termos hip hop e MC, confirmando seu poder inovador de mudar todo o cenário eletrônico mundial. Aos 59 anos, The Grandmaster acumula 11 álbuns e nove singles ao longo dos seus 38 anos de carreira.
Com a fama de destruir com seu som as lâmpadas dos clubes noturnos por onde passa, o DJ americano William Bensussen ganhou e adotou o nome de The Gaslamp Killer. Ele é uma das atrações do dia 16 e sua experiência em festivais vem desde 1999, com uma sonoridade que assemelha mais à linha psicodélica e de underground hip hop.
Uma das grandes promessas do Palco Eletrônica nesta edição é o show do produtor Lucien Nicolet, conhecido por Luciano, nascido na Suíça e criado no Chile. O DJ número um de Ibiza e um dos maiores do mundo será o headliner do dia 17.
A dupla de Berlin, Andhim, na estrada desde 2010, tem uma produção extensa, com diversos lançamentos ao longo de cada ano, incluindo álbuns, remixes e vídeos. Eles, que se apresentam no Brasil pela primeira vez, também tocam na noite do dia 17, trazendo seus hits que já foram #1 em seu país.
Na semana seguinte, o DJ Rob Garza fecha a noite do dia 21 em performance solo. Famoso por ter criado a banda de DJs Thievery Corporation, em 1995, Garza tem forte influência da música brasileira, especificamente a bossa-nova. O primeiro disco do grupo, de 1997, foi dedicado a Tom Jobim e, ao longo da carreira, fizeram releituras de obras de Sérgio Mendes e Luiz Bonfá. A dupla lançou em 2014 o disco Saudade, com várias cantoras, tentando reproduzir o som da canção pós-Bossa Nova dos anos 1960. Como artista solo, Deep House e Nu-Disco são alguns dos estilos que Garza promete tocar no Rock in Rio. O DJ viaja o mundo todo e joga em suas músicas as influências da cena dance de cada lugar que visita.
Mais cedo, também no dia 21, se apresenta o Nightmares On Wax, grupo inglês surgido em Oxford, em 1988. O grupo teve papel importante na virada dos anos 1980/90, quando a cena de música eletrônica britânica começou a se desenvolver a partir das raves. Formado por produtores, DJs e sampleadores, os rapazes se aventuraram nos subgêneros Big Beat, Ambient Dub, Trip Hop, IDM e Techno. Donos de uma carreira extensa, seu primeiro lançamento, Word Of Science, de 1991, e o álbum Carboot Soul, de 1999, são seus pontos altos.
E, pela primeira vez na história do Rock in Rio, esta edição traz uma dobradinha de Palcos. A banda inglesa SG Lewis, de soul eletrônico com elementos da música negra, como o jazz, o hip hop e o blues, abre o Palco Sunset no dia 15, e, no dia 21, será uma das atrações da Eletrônica. Esta é uma grande aposta do festival em lançar um nome internacional que vem ganhando cada vez mais espaço na cena musical. SG Lewis terá um convidado ainda a ser apresentado.
No dia 22, será a vez de Maya Janes Coles, de 25 anos, uma das mais conceituadas DJs do mundo e produtora de house e techno. Sua experiência como DJ começou no seu quarto, ainda adolescente, experimentando programas de computador para criar faixas de música eletrônica. Em 2008, lançou seu primeiro trabalho (Sick Panda 12"), mas foi em 2011 que ganhou notoriedade ao ser reconhecida por outros artistas como Florence and The Machine e The xx.
Já a dupla Paranoid London traz à Eletrônica no dia 22 seu setlist dedicado à acid house. Gerardo Delgado and Quinn Whalley tocam juntos há dez anos e são conhecidos por serem avessos a publicidade e imprensa. Para eles, o que vale é a música.
O brasileiro Pedro Mendes, que está por trás do Illusionize, mostra, no mesmo dia 23, porque foi eleito pela revista Cool Awards como DJ revelação de 2015. Com músicas lançadas por gravadoras renomadas no cenário eletrônico e top de vendas no Beatport, o Illusionize reforça seu sucesso de levar multidões para suas apresentações nesta edição da Eletrônica.
Fechando a noite do último dia, 24 de setembro, o brasileiro Vintage Culture é um dos maiores fenômenos de house music no País. Com apenas 23 anos, ele leva multidões nas performances que faz Brasil afora. Ano passado, fez sua primeira turnê americana e entrou para a playlist Global Viral do Spotify. "Sua postura é internacional e merece o destaque que terá ao encerrar o Rock in Rio", reforça Marangas.
O cantor Robert Owens é um dos destaques da noite. Owens, que também é compositor e produtor, consagrou-se nos anos 1980 durante a fase áurea da house music em Chicago, quando fez parte do grupo Fingers Inc..
Entre os brasileiros, há outras 20 atrações nos sete dias da Eletrônica. São DJs consagrados e responsáveis pelas festas mais animadas do Rio e de São Paulo. Podemos destacar a apresentação dos DJs Mau Mau e Marky, ambos lendas no Brasil e que se juntam para um show B2B - Back to Back - exclusivo para o festival no dia 16, dedicado ao hip hop. No dia 22, acontece a estreia do Projeto Manimal, dos DJs Julio Lima e Julio Torres, consagrados no País. No dia seguinte, uma das promessas da cena eletrônica é o DJ Bruno Martini, que acabou de assinar contrato com a gravadora Universal. "Junto com o Illusionize, que toca no mesmo dia, estes brasileiros são grandes apostas que, em breve, terão visibilidade equivalente à de nomes importantes como Vintage Culture e Alok", revela Marangas.