Depois de anos vivendo a noite paulista, sempre ao lado da música, Pitu decidiu reunir suas composições e acaba de lançar seu primeiro disco, “O Tempo das Coisas”. O álbum conta com dez canções autorais, além da produção, gravação e execução de todos os instrumentos também serem assinados pelo próprio Pitu, inspirado pelo modus operandi já praticado por grandes artistas, como Paul McCartney, Stevie Wonder e Ed Motta. “Após um período dentro da minha zona de conforto que era ser intérprete, decidi investir energia e criatividade no meu trabalho autoral. É uma espécie de desafio, um recomeço”, ressalta o artista.
A ideia inicial era lançar as canções aleatoriamente na internet, no entanto, durante o processo de criação, Pitu enxergou um tema que as unia: “Percebi que havia em muitas delas um traço comum: o tempo. Seja pela minha relação com a memória e o passado, seja pela fome de vida ou daquilo que ainda virá”, explica o músico.
Neste trabalho, o artista utiliza percussões brasileiras e viola caipira, imprimindo um material que transita pelo “pop rock” e o balanço da bossa nova, sem deixar de lado todo o interesse no funk, soul e disco. “Quando defino meu trabalho assim, estou pensando em todas as características que ele possuí. Essas músicas têm uma coisa mais resolvida ali entre o tripé, a letra, a melodia e a harmonia, sem dar tanto espaço para grandes ousadias na produção”, discorre Pitu.
“Para alguém que está lançando seu primeiro disco autoral são inevitáveis as comparações, as citações nominais das influências e a tentativa de encaixar a música dentro de algum rótulo. Dia desses, ensaiando para os shows de lançamento, Guilherme Granato (o guitarrista que irá me acompanhar) me ajudou a chegar a uma conclusão sobre, pelo menos, algumas faixas: ‘é uma espécie de The Police com Clube da Esquina’. Dá pra imaginar?”.
Natural (de coração) de São Simão, interior de São Paulo, se envolveu com música desde criança, influenciado pelos discos de rock e música brasileira da família e por tudo aquilo que tocavam nas rádios do início dos anos 90. Veio pra São Paulo em 2007, para estudar música e desde então sua gama de referências só aumentou.